PSB anuncia hoje Beto Albuquerque candidato a vice de Marina Silva

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) foi o escolhido pelo partido a candidatura de vice-presidente, ao lado de Marina Silva como sucessora na corrida presidencial. Em nota oficial, o presidente do PSB, Roberto Amaral, informou que a decisão será anunciada após a reunião da coligação, hoje (20), na sede do PSB em Brasília.

Roberto Amaral criticou duramente a imprensa pelo “assédio para que o PSB anunciasse sua escolha óbvia para a recomposição da chapa presidencial”, fazendo referência á já explicitada candidatura de Marina Silva.

O presidente do partido defendeu o tempo necessário para o anúncio oficial. “O partido e eu pessoalmente tomamos e mantivemos a decisão ética – incompreensível aos que carecem dessa matéria prima – de que só cuidaríamos de novos caminhos quando tivéssemos enterrado nosso amigo”.

Afirmou que já havia decidido esperar o enterro de Eduardo Campos, e que antes precisava do apoio da própria Marina, de Renata Campos e dos partidos da coligação. “Os idiotas de plantão desconheciam que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento, com meus colegas de Executiva Nacional e com a família de Eduardo Campos. Sepultado o líder, não cessam as dores. Mas os entendimentos foram abertos, começando por conversar com Renata Campos e, em seguida, com Marina. Amanhã será a vez dos partidos que integram nossa coligação”.

De acordo com a nota oficial, Amaral informa que a decisão, ainda que já definida, deve ser submetida aos partidos. “Tal decisão não é ato de exclusiva vontade do PSB. Muito menos pertence à imprensa, como alguns parecem acreditar. E o PSB decide e só decide através de suas instâncias partidárias e meu dever é preservar essas instâncias e suas autonomias e exigir que elas sejam respeitadas”.

O candidato a vice Beto Albuquerque (PSB-RS) é líder do partido na Câmara, onde está há quatro mandatos consecutivos, e um dos aliados mais próximos de Eduardo Campos. Em terceiro nas pesquisas para a vaga no Senado, pelo Rio Grande do Sul, Albuquerque deve renunciar à candidatura e fazer novo registro.

A escolha do deputado teve critérios como, por exemplo, a sua antiguidade no PSB, do qual filiou-se nos anos 80. Além disso, é uma figura que manterá os posicionamentos de Eduardo Campos no governo, se eleito, e nas campanhas que seguem.

Contra a mídia

Roberto Amaral criticou duramente a imprensa, especialmente o blog do jornalista Ricardo Noblat, afirmando que foi agredido pelo pasquim eletrônico. Na nota oficial, afirmou que foi vítima de ataque da mídia que o apontou “como artífice de suposta conspiração contra Marina Silva”.

Disse que foi pressionado e assediado pelo “mau jornalismo”, inferiu que o trabalho realizado por esses jornalistas carece de ética. Denominou “fofoca” e “idiotas de plantão” a especulação da imprensa sobre as candidaturas.

Leia a nota oficial, na íntegra, abaixo:

NOTA À SOCIEDADE

Hoje (19/08), fui agredido pelo pasquim eletrônico assinado pelo ex-jornalista Ricardo Noblat. A direita alugada não compreende minha integridade. Irrita-lhe minha coerência política e meu papel como Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de cuja refundação fui responsável em 1985. Fui vítima de ataque, que me apontou como artífice de suposta conspiração contra Marina Silva. Noblat pretendeu, em sua manifestação tomar verídica sua infundada tese, valendo-se de frase que atribuiu a Eduardo Campos, hoje morto. Mortos não se defendem, tampouco atacam.

Logo que a tragédia da morte de Eduardo Campos se abateu sobre o meu País e meu partido, nessa ordem, começou o assédio para que o PSB anunciasse sua escolha óbvia para a recomposição da chapa presidencial. A primeira cobrança foi feita ainda no aeroporto de Congonhas quando me deslocava para saber do nosso líder. O mau jornalismo já estava açodado na noite daquela quarta-feira fatídica. E não mais parou.

O partido e eu pessoalmente tomamos e mantivemos a decisão ética – incompreensível aos que carecem dessa matéria prima – de que só cuidaríamos de novos caminhos quando tivéssemos enterrado nosso amigo. Vivíamos um luto e pedíamos respeito. Distribui nota com esses esclarecimentos, bem como dei fartas explicações aos que nos procuravam por definições. Além da política, existem a vida e a morte, além da fofoca, o respeito humano pelos que se foram e pelos que choravam.

Os idiotas de plantão desconheciam que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento, com meus colegas de Executiva Nacional e com a família de Eduardo Campos. Sepultado o líder, não cessam as dores. Mas os entendimentos foram abertos, começando por conversar com Renata Campos e, em seguida, com Marina. Amanhã será a vez dos partidos que integram nossa coligação.

Nesse meio tempo, ouvi os companheiros dirigentes e nossos principais quadros. Não cabe a um presidente socialista ter candidato, mas conduzir o partido ao encontro da melhor solução e esta é aquela que mais nos une e nos faz vencer o transe e a campanha. Cabe-me construir, ouvindo. Buscar a melhor alternativa partidária para a cabeça de chapa e seu vice. É o que estou fazendo.

Cabe-me levar o resultado aos partidos coligados e submeter nossa proposta. Tal decisão não é ato de exclusiva vontade do PSB. Muito menos pertence à imprensa, como alguns parecem acreditar. E o PSB decide e só decide através de suas instâncias partidárias e meu dever é preservar essas instâncias e suas autonomias e exigir que elas sejam respeitadas.

Sempre procurei fazer a grande política, deixando a política miúda, da troca de favores, afagos e comissões para o baixo-clero. E não faço de adversários eventuais inimigos de carreira. Tanto eu quanto Eduardo sempre preservamos a amizade de Lula, de cujo governo fomos ministros dedicados. Isso jamais impediu um legítimo projeto político do PSB e inclusive disputar com ele as eleições de 2002.

A Executiva Nacional, reafirmo, reúne-se amanhã, dia 20, na sede do PSB em Brasília, para opinar e votar na plenitude de sua independência e segundo suas consciências, atentos ao destino do nosso Brasil. Nosso dever é com o destino do Brasil e os valores socialistas, os mesmos que pautaram a vida de João Mangabeira, Hermes Lima, Antônio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes e Eduardo Campos. Valores que levaram Eduardo ao projeto da candidatura presidencial. Ele morreu lutando por isso. Por isso não desistiremos do Brasil.

Roberto Amaral
Presidente Nacional do PSB

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

35 Comentários

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  1. Queda quase vertical

    Uma nova imagem de câmera de segurança mostra o avião de Campos caindo quase na vertical como um raio, sem nenhuma “bola de fogo” como afirmaram algumas testemunhas oculares, que diziam que o avião teria se incendiado e explodido em vôo.

    Certamente a vertical não é a trajetória que desejamos para os novos candidatos. Nem para cima nem para baixo. Desejamos, pois, uma trajetória bem na horizontal por muitos e muitos meses.

  2. A função de Beto Albuquerque

    A função de Beto Albuquerque é algo surpreendente, é convencer o agronegócio que o partido socialista não é tão socialista assim e que Marina Silva não é tão ecologista assim.

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    A candidatura de Beto Abuquerque ao senado no Rio Grande do Sul vinha patinando em torno dos 10% em terceiro lugar, principalmente porque os gaúchos estavam escolhendo entre cadidatos com ideologia mais clara entre Olívio Dutra (núcleo histórico do PT) e Ana Amélia do PP que carrega claramente um discurso de direita.

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    Os gaúchos pareciam não ver com muita simpatia a candidatura de Beto para o senado, apeser de ser uma personalidade bem conhecida no Rio Grande do Sul, não estava configurando uma terceira via no estado.

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    Da atuação executiva de Beto quando foi secretário da Infraestrutura do governo Olívio (já era na época do PSB) só me lembro que na negociação com as empresas de concessão de rodovias, Beto eliminou o que se chama cobrança unidirecional, previsto no contrato inicial, ou seja, quando se passava na direção que havia cobrança grande parte dos motoristas tomavam rotas alternativas, já quando se passava na direção que não havia cobrança se seguia na estrada normal. Ou seja, Beto Albuquerque, aumentou o faturamento das famigeradas empresas de pedágio em detrimento do povo gaúcho.

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    Agora voltando ao principal, Beto recebeu na sua última campanha grandes somas de contribuições do agronegócio e teve uma atuação como deputado que mostrou o porque das contribuições.

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    Agora a função do vice será de garantir que a presidência será mais amena ao agronegócio, mesmo que isto bata de frente com todo o discurso do passado de Marina Silva, que era uma espécie de pessoa lá não muito grata no meio rural (pequenos, médios e grande produtores) por suas opiniões e atos durante a permanência no Ministério do Meio Ambiente.

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    1. Pera lá, acabar com a

      Pera lá, acabar com a cobrança de pedágio unidirecional é uma boa política. Ora, o objetivo do pedágio é arrecadar de quem usa a rodovia e não estimular os motoristas a fugirem da estrada em um sentido e apenas utilizarem ela em outro sentido.

      1. Caro Daniel.
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        Se andares

        Caro Daniel.

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        Se andares pelo Rio Grande do Sul verás o que o pedágio deixou depois de 20 anos de operação, receberam as estradas asfaltadas pelo governo do estado e na entrega foi um horror.

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        Só para ter uma ideia do que foi o pedágio, numa CPI, em que partidos mais a esquerda e mais a direita participaram e concordaram sobre as conclusões finais, foram detectadas empresas em que os custos administrativos eram de 70% de toda a arrecadação, logo dar mais dinheiro para este caso é lutar a favor da ineficiência.

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        O Brito depois que fez os pedágios no RS virou uma verdadeira unanimidade no estado, desde o PT, PSDB, PMDB. PDT, PT e outros não querem ver o cara nem pintado de ouro, o que ele prejudicou o setor produtivo foi o máximo, mesmos os mais conservadores são contra os pedágios no estado.

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        A realidade tem que ser verificada em cada região, não generalizando o que acontece em outras.

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  3. PSB

    Realmente a política nossa é absurda mesmo. Como esses líderes do PSB não percebem que estáo fazendo papel de barriga de aluguel da direita??? Será que não conseguem concluir que eles estão loucos por um partido qualquer pra poder impulsionar sua candidata, isto é, por enquanto a candidata que deve levar o Aécio pro segundo turno, mas pelo andar da carruagem, vai ser ela mesma. “Qualquer um serve.” Já disse o FHC.

    É lamentável esse PSB.

     

    1. Quando Edurado era candidato

      Quando Edurado era candidato o PSB era um falso esquerdista traira .  Agora com Marina eles são inocentes que estão sofrendo o golpe dela e do PIG!

      Porque não tratam o povo , o eleitor com um pouco mais de seriedade, parece até a Veja com aquelas matérias mentirosas!

  4. Idiotas somos nós! Só pode ser!

    “Os idiotas de plantão desconheciam que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento”.

     

    O ilustre presidente do partido só fez jogo de cena.  Agora entregou o partido de mão beijada pra Marina numa óbvia relação de perde-ganha.  Perde o PSB que será abandonado se  Marina chegar ao  poder  (toc, toc) e perde se Marina não chegar, pois vai perder a oportunidade de formar um candidato para a próxima eleição.  Ganha Marina com mais um ano de holofotes, no mínimo e, no máximo, Marina chega à presidência (toc, toc) e abandona o PSB.

  5. amaral falou em falta de

    amaral falou em falta de ética da grande mídia.

    se fosse só isso…

    mas continuo achando que o  psb continua numa sinuca de bico.

    ou cresce sendo socialista, ou será arrastadoo para a direita, como ocorreu com o psdb – será que os tucanos estão  em vias de extinção?

  6. 1-Sabe o que o psdb, em vias

    1-Sabe o que o psdb, em vias de se nanificar, disse pro PSB? “Nóis é vocêis amanhã.” Os barões vão capturar (se já não capturaram) o partido em sua teia. Tem que substituir o psdb, oras!

    2-Irresponsabilidade ampla, geral e irrestrita com nosso país, é isto que o PSB está cometendo. Esta chapa parece o resultado da eleição de 1960: Jânio presidente, Jango vice, se bem que isto aconteceu por causa da legislação eleitoral da época, não foi? É um verdadeiro Frankeinstein: marina com sua Rede, apoiada pelo Itaú e Natura, o vice amigão do agronegócio e o PSB se dizendo socialista. Que Deus nos proteja! Tomara que  a campanha do neto de Tancredo pelo menos sirva pra desconstruir esta farsa no desespero de nem ao segundo turno (se houver) chegar.

    1. O mesmo se dizia de

      O mesmo se dizia de LulaAlencar, DilmaTemer, e o Brasil não acabou por isso. Portanto, é o mesmo tucanês pigal  de sempre. Ea salvação da sua turma, olha que ironia, é reeditar a velha aliança LulaFHC  (Golbery os criou para tais eventualizades) e LulaAécio para prefeitura de BH.

      1. Igualzinho… O que era o PT

        Igualzinho… O que era o PT em 2002? Um partido com mais de 20 anos de existência, que já tinha prefeitos, governadores e bancada. E A Rede, o que é? Nem existe como partido, no entando será cabeça de chapa. Dilma/Temer representam partidos com história e experiências diversas, também. Pode-se contestar algumas coisas, criticar outras, mas não se pode negar o obvio: são partidos estruturados, com representação pelo país inteiro e com experiências administrativas e legislativas no mundo real. Uma vez eleita, uma chapa deve montar o governo. E aí, que quadros Rede e PSB e outros pequenos partidos tem para montar um governo? É a reprise da aventura O Caçador de Marajás: político sem expressão nacional se elege com um partido e coligação fracas, sem base no Congresso… Se marina se elege, vai montar o governo com quem? Não é pra menos que a direita está eufórica, vão tentar capturar o governo e se marina resistir, com duas capas da veja e duas edições do Jornal do Homer arrumam o impeachment dela. O próximo governo terá um trabalho danado pra consertar o estrago. Um dia vão começar a entender a importãncia dos partidos. O Brasil não é um prediozinho que só precisa de um síndico.

  7. Como se sabe, o socialismo do

    Como se sabe, o socialismo do PSB é uma fraude: inodoro, insípido e incolor. 

    Esse Roberto Amaral não passa de um camelô de ideias que ninguém leva a sério.

    1. “o socialismo do PSB é uma

      “o socialismo do PSB é uma fraude”

      Mas qual socialismo não é uma fraude?

      O socialismo e o processo pelo qual o estado se torna hegemônico (totalitário) para uma classe de burocratas se luclupetar dele.

        1. O estado é comitê executivo

          O estado é comitê executivo da classe dominante.

          Tanto faz ser uma sociedade corporativista privada como uma corporativista estatal quem perde e o povo.

  8. Tocam o pau em Roberto Amaral

    Tocam o pau em Roberto Amaral por ele ter sido contra o PSB lançar candidato, por ele ser o maior pensador do PSB e aquele que pode maneirar a debandada total do partido para o neoliberalismo.

    1. 1-  Roberto como ex ministro

      1-  Roberto como ex ministro de Lula e petista, sempre quis que se apoiassem Dilma, mesmo em troca de nada

      2- O que fez o PIG  ser contra lançar Marina ou qualquer outro, as  demais mídias apenas reproduziram esse,  era que todos iriam apoiar Dilma e decidir tudo. O PIG não é contra A ou B, mas morre ante indefinições

  9. “Vou votar na Marina para

    “Vou votar na Marina para experimentar. Se der merda, 4 anos passam rápido”. Esse é o tipo de comentário que tenho ouvido dos possíveis eleitores da Marina. Não sei se choro ou dou risada.

    1. “ficar” com Marina

      O jovem gosta da novidade de “ficar” e, no dia seguinte, conhecer e paquerar outro (a). Isso não é novidade, mas apenas imediatismo e falta de visão de longo prazo, agregando uma dose de imaturidade  Melhor o destino quando mais longo é o caminho. A novidade para um adulto é o casamento ou a parceria com a sua companheira, cara metade, descobrindo novidades permanentes e duráveis, todos os dias, com passado sólido, presente feliz e futuro seguro e promissor. Ninguém realmente feliz encontra-se na sua zona de conforto, pois sempre queremos mais. Eu quero muito mais deste governo e do PT. Dilma é a minha grande novidade e, embora muito modestamente, estarei com ela ajudando a melhorar o Brasil.

  10. O socialismo e o processo

    O socialismo e o processo pelo qual o estado se torna hegemônico (totalitário) para uma classe de burocratas se luclupetar dele.

    o socialismo é o processo pelo qual a producao e servicos tem como finalidade o bem social e humano e nao para uma uma elite que detem capital se luclupetar,,,

  11. O resultado de levar a

    O resultado de levar a “realpolitik” até as últimas consequências, como fizeram Lula/Dilma, é a perda gradual das bandeiras políticas.

    Que tipo de crítica os petistas poderão fazer a escolha do vice de Marina, um legítimo representante do agronegócio? Nenhuma. Só lembrar que, até ontem, era estratégia de campanha de alguns militantes espalhar o “medo” que a candidata destruísse o setor, implicitamente promovendo Dilma como “a” opção segura de ruralistas e grandes agricultores. Bela ironia, vinda de um partido historicamente detestado pelos latifundiários.

    O mesmo se pode dizer de Eduardo Gianetti.

    Eu tenho poucas dúvidas que a agora pessebista faria um governo mais a direita que Dilma pelo menos na gestão macroeconômica. Todavia, quando Palocci e Meirelles (depois Mantega e Tombini) endossaram o “tripé financeiro”, mantendo-o firme até hoje, a discussão sobre rumos econômicos parece quizilha entre criador e criatura debatendo divergências pontuais, de grau, e não uma batalha entre teorias econômicas de naturezas diferentes.

    Se confirmada a entronização de Marina como a candidata preferencial da oposição, esta será a disputa mais dura que o PT já enfrentou, justamente pela impossibilidade de diferenciação.

    O PT se acomodou demais, alegando correlação de forças enquanto usufruía das benesses do poder, cedendo tanto a ponto de cada vez mais se assemelhar a projetos de direita/centro. A oposição demo-tucana foi e ainda continua o melhor dos mundos, pois o fantasma da volta de FHC é um argumento potente que sempre deixou em segundo plano as críticas consistentes ao lulismo.

    Assim, ao contrário do que vem acontecendo desde 1989, o PT pode perder para Marina a condição de indutor do “voto progressista”, mesmo com esta não tendo condição material alguma de implantar a “nova política” (sem base parlamentar e sem apoio consistente de movimentos sociais organizados, teria que fazer inúmeras alianças e concessões), justamente porque a coalizao de centro que o PT governa “desbotou” o caráter transformador do partido.

    Muito se disse sobre o “empurrão” que o PT deu no PSDB, rumo à extrema-direita, por no poder ter ocupado uma coalizão de centro. O que não se previu foi o efeito colateral, a bandeira “progressista” deixada em aberto, que Marina bem ou mal vem empunhando no imaginário popular. Tentativas de colocá-la nos braços da direita são complicadas nesse cenário, haja visto as decisões políticas (algumas nada progressistas) de Dilma em seu mandato.

    Claro, numa eleição com tantas reviravoltas, é melhor aguardar as próximas sondagens, o comportamento da mídia, dos financiadores e dos próprios tucanos, para se ter um panorama claro a frente. Mas a perda de exclusividade do discurso ‘progresssista’ pelo PT parece uma realidade cada vez mais presente, que só será mitigada caso Aécio firme-se como opositor, ou Marina seja totalmente desconstruída por causa de algum tipo de inconsistência (igual ocorreu com Russomano em 2012, o que acho difícil, mas possível).

      1. De progressista? Sinceramente não sei..

        Isso pq não escrevi que ela o seja, até disse que em macroeconomia provável que Marina esteja à direita de Dilma.

        Existe uma diferença entre ser progressista e parecer progressista para o eleitor, o que é o caso. Tanto que o eleitor jovem, da grande cidade, que antes votava no PT, hoje está com Marina.

        Essa é a dificuldade que abordei, de Dilma atrair de volta essa parcela de votos. O excessivo pragmatismo da coalizão zerou o jogo, tornou mais difícil o PT polarizar com Marina à esquerda.

        E, no 2º turno, quem tem o “voto desiludido” (que está com Marina), ganha. Esse cenário talvez empurre o PT a métodos pouco ortodoxos de desconstrução de imagem (como politizar o sorriso dela no velório). A ver.

    1. Pelo menos uma.

      Ora Tagutti,

      Creio que os petistas podem fazer pelo menos uma crítica:

      Se você é tão igual a mim, não venha posar de diferente e de novo.

      1. Concordo. Tentar “zerar” o jogo.

        O “desiludido” vota na Marina porque acha que ela é diferente do PT e do PSDB. Sem ele, Marina no 2º turno fica com intenções de voto parecidas com a do Aécio, e perde as eleições.

        Como será mais difícil a Dilma recuperar esses votos, acho que a campanha vai tentar transformá-los em brancos e nulos mesmo, tentar emplacar o “ela é igual a todo mundo”.

        Essa operação também não vai ser nada simples, caso ela chegue no segundo turno com eles.

        Se até Collor conseguiu ser “caçador de marajás”, Marina, com uma biografia muito melhor, pode sim manter até o final a imagem “progressista”.

         

  12. O PSB apequenou-se

    mal perdeu sua principal liderança, o psb parece ter perdido tambem o bom senso, abrindo mao da cabeça de chapa e passando a ficar de vice em uma composição pra lá de estranha.  Que eu me lembre a Marina não tem a menor afinidade com o psb, nem ideologica, nem de projetos, nem qualquer vinculo historico com o psb ( so chegou lá ano passado, acolhida pelo Eduardo…)….

    mundo estrano este dos políticos e suas alianças. PSB deixa de ser estrela para ser coadjuvante. coisa mais non sense que esta eu nunca vi.

  13. Bom, pelo ue deu para ver na

    Bom, pelo ue deu para ver na abertura televisiva e de rádio da campanha política do psb, o candidato é o falecido EC. Ele é que “fala” quase o tempo inteiro pedindo um pais melhor. Será que o senhor EC vai continuar sendo utilizado como o mártir da nova era? Minha nosssssiiiiinha! Realamente, os oportunistas não têm escrúpulos em nunhum momento. O funeral-comício ficou evidente, e será perpetuado, utilizado pelos oportunistas até as eleições.

    1. Allien…

      – 247

      Paulo Moreira Leite

      MARINA CANDIDATA: PSB PERDEU HOJE A PRESIDÊNCIA

       

       

      Momentos antes da candidatura de Marina Silva ser oficializada, em evento marcado para esta quarta-feira, o Partido Socialista Brasileiro enfrentava um ambiente menos festivo do que se poderia imaginar. Para além de toda dor provocada pela morte de Eduardo Campos, um líder que soube se impor pela força de mando mas também pela capacidade de oferecer respostas políticas que agradaram a maioria do partido, ficou uma questão grande demais para ser ignorada, mas grave demais para ser discutida abertamente. A candidata não é do PSB, não pensa como o PSB, não tem amigos no PSB nem irá governar, em caso de vitória, com o PSB. Marina é Rede.

       

      Perdemos a eleição hoje, disse um auxiliar dos socialistas, subindo as escadas da sede nacional do PSB, em Brasília — que fica numa sobreloja da Asa Norte, num conjunto de salas que, pelo caráter austero, lembra uma escola de computação. “O que é combinado não é caro,” afirmou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ao chegar, depois de participar, no Lago Sul, de uma reunião de dirigentes do partido com a própria Marina. Nem todos os detalhes do acordo entre Marina e o PSB são conhecidos e é provável que muitos deles jamais se tornem públicos. O certo é que, ao longo do dia, os dirigentes do PSB se encarregaram de amassar, embrulhar e colocar na lata do lixo uma ideia exótica que havia circulado na véspera — a de obrigar a candidata a assinar uma carta com compromissos com o partido sob condição de garantir sua candidatura.

      Marina Silva não se tornou candidata presidencial porque o PSB queria mas porque não possuía outra opção. 

      A rendição a nova candidatura se fez em nome da mais preciosa e fugaz mercadoria da vida política. Não é o poder, como muitos pensam. Mas a perspectiva de poder, como já entenderam os profissionais do ramo. 

  14. samba do crioulo doido

    agora essa chapa virou um samba do crioulo doido: a “verde pentecostal ” Marina na cabeça e seu Vice um representante do agro negócio no RGS, vai ser difícil explicar para quem não é Homer Simpson..

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