Skaf não abre palanque em São Paulo, mas declara voto em Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, reafirmou a postura de rivalidade com PT e PSDB. Garantiu, na tarde desta sexta (8), que não mudou de ideia sobre não ceder o palanque para a presidente Dilma Rousseff (PT), contrariando a executiva nacional do partido e o vice-presidente na chapa petista Michel Temer.

Confrontado sobre a saia justa, Skaf disse que respeita Temer como homem, parlamentar e dirigente da legenda, mas afirmou que não é “do tipo que se deixa enquadrar”. “Tanto PT como PSDB são meus adversários. Isso significa que não estarei no palanque do PT, nem o PT estará no meu palanque. Mas por coerência, não há dúvida de que voto com meu partido. Meu presidente e amigo Michel Temer é candidato em uma das chapas, e eu voto nele”, admitiu Skaf.

Durante sabatina promovida pelo Estadão, o candidato defendeu que a eleição em São Paulo será “estadualizada”, no sentido de que sua empreitada se distanciará do PT para se apresentar como uma terceira via entre a tradicional polarização entre tucanos e petistas. “O candidato a governador sou eu, quem vai governar serei eu [não o partido]”, comentou.

“Na questão de material de campanha, temos quase 500 candidatos a deputado ou senador. Vamos ter peças de todos os tipos, com ou sem o nome da presidente. O nosso material, eu repito, está focado em São Paulo [descarta Dilma]. Mas sobre o que os outros candidatos farão, não posso me responsabilizar”, acrescentou.

Incitado por um internauta a explicar as alianças de última hora com o PP de Paulo Maluf e o PSD de Gilberto Kassab, Skaf foi transparente e direto: “Eu preciso de tempo de televisão para as pessoas saibam que eu sou candidato”, explicou.

Educação

O presidente licenciado da Fiesp disse que uma de suas principais bandeiras será a educação. Se eleito, Skaf promete que todos os alunos da rede pública do ensino fundamental começarão as aulas em 2016 no regime integral e sem progressão continuada. A ideia é inspirada no modelo Sesi de ensino, e será implementada ao longo de nove anos. Para o ensino médio, ele prometeu parceria com Senai ou outras escolas técnicas.

Transporte

Sobre transporte, o candidato afirmou que não é pretensão de nenhum postulante aumentar as tarifas do metrô, mas ressaltou que não pode prometer que não haverá reajuste se for necessário. No caso do debate sobre passe livre, ele defendeu o projeto apenas para estudantes da rede pública. “Estamos detalhando o projeto em valores”, comentou.

Gestão

Skaf atacou, em diversos momentos, a gestão do atual governador Geraldo Alckmin (PSDB). Para ele, o tucano está errado ao sugerir que São Paulo tem “cobertor curto” (orçamento apertado). Segundo dados do candidato, a peça orçamentária estadual para 2015 prevê 20 bilhões de reais para investimentos. Para ele, é preciso atrair a iniciativa privada para as grandes obras de infraestrutura e concentrar a receita fiscal nas demandas de saúde, educação e segurança. Ele apoia mais parcerias público-privadas (PPP) e concessões.

Segurança

Na área da segurança, Skaf prometeu revitalizar o trabalho da Polícia Civil, além de introduzir um centro integrado de segurança e uma corregedoria no gabinete do governador. Ele também comentou que é a favor de manifestações de ruas desde que sejam pacíficas, e afirmou que será “linha dura” com o desrespeito à lei.

Quando incitado a falar sobre o combate à facção criminosa PCC, o candidato criticou a gestão de Alckmin, principalmente em relação à política penitenciária. “Lembro que há 10 anos esse governo [do PSDB] prometeu acabar com uso de celular em presídio. Hoje, Alckmin afirma que seis presídios contam com bloqueadores de celular. Nós temos 78 presídios! Não entendo como levaram 10 anos para bloquear apenas seis!”, observou.

Crise de água

Ao final da sabatina, Skaf falou sobre a crise de abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo, e afirmou que vai executar, em até cinco anos, as obras do Plano da Macrometrópole que não sairam do papel. Segundo ele, são investimentos de 5 a 10 bilhões de reais que, se estivessem prontos, garantiriam abundância de água ao Estado. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

19 Comentários

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  1. Depois de tudo que disse

    Depois de tudo que disse contra o PT, ele vota em Dilma?

     Uma tremenda pá de areia na sua candidatura.

       Não pra esta eleição,que tem perda certa, mas pra prefeito em 2016 que é o seu objetivo central.

         Porque não terá legenda petista e nem peemedebista.A bem da verdade nem poderá concorrer.

            Ou Michel Temer dá pondo sem nó?

           Mais um que ficará no limbo.Ou melhor dizendo no Umbral do PT/ PMDB  a dupla implacável demolidora de candidaturas que diverge um tantinho assim da cartilha do Dom Corleone.

               O erro de Scaf foi se arrepender tarde.

                   A máfia não perdoa os tardios— e outros indecisos nem com o dedo cortado.

    1. Alias tenho a leve impressão

      que, pela “qualidade” das pessoas em volta dele, só para citar um exemplo, o Barão do Carandiru (Fleury Filho), ele seria até pior que o tucanato, o que não pouco!

  2. Skaff acha que a FIESP pode

    Skaff acha que a FIESP pode eleger Governador. 

     

    Vai tomar uma tunda gigante pois o PMDB não tem votos para que ele possa ir ao segundo turno.

     

    30% dos votos no Estado são do PT.

     

    Comete erro enorme em seu antipetismo.

     

    Por isso precisamos nos livrar do PMDB elegendo uma grande bancada no congresso.

  3. Skaff liderou a campanha pelo

    Skaff liderou a campanha pelo fim da CPMF que privou a arrecadação da previdência social de mais de R$ 25 bilhões e que representava um mecanismo de fiscalização para o Governo Federal do dinheiro sujo que circula pelos grandes bancos. Era 0,25% sobre transações bancárias. Imposto sobre os ricos que ele, Skaff foi o responsável pelo fim. Por isso o PT precisa se livrar do PMDB!

  4. Os institutos da direita

    Os institutos da direita insistem em pregar que Padilha está empacado nos 5%, certo? Um dos objetivos deve ser este, fazer com que Skaff (blargh!) se ache o rei da cocada preta e prefira se distanciar do PT. PT não sai da eleição com percentual de votos tão baixo nem que a vaca tussa e o boi solte pum! Isto vai provocar segundo turno. Mesmo que tenhamos que engolir pmdb e skaff-fiesp direitões, teremos nos livrado do psdb, deixando o partido da imprensa órfão de moleques de recado.

  5. O problema é que tem muita

    O problema é que tem muita gente cristianizando o Padilha e dizendo que no segundo turno apoiarão o Skaf. Saco cheio. E mais não digo. 

     

  6. A democracia ao serviço de um tirano?

     “Tanto PT como PSDB são meus adversários”

    “O candidato a governador sou eu, quem vai governar serei eu [não o partido]”, comentou.

    Será um parido completo e um conjunto de idéias partidárias ao serviço de um sujeito, e não o inverso.

    Que aula de anti-democracia?

  7. “Educação
    O presidente

    “Educação

    O presidente licenciado da Fiesp disse que uma de suas principais bandeiras será a educação. Se eleito, Skaf promete que todos os alunos da rede pública do ensino fundamental começarão as aulas em 2016 no regime integral e sem progressão continuada. A ideia é inspirada no modelo Sesi de ensino, e será implementada ao longo de nove anos. Para o ensino médio, ele prometeu parceria com Senai ou outras escolas técnicas.”

     

     

    Já sabesmos pra quem a possível gestão dele vai ser voltada.

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