CONIC divulga nota de resposta à Folha sobre ONG Koinonia

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) divulgou nota de resposta à matéria da Folha de S. Paulo que levanta suspeitas sobre a escolha da ONG Koinonia para atuar junto ao Ministério da Saúde. O texto afirma que o pai do ministro Alexandre Padilha, Anivaldo Padilha, havia havia se desligado da entidade assim que o filho assumiu a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, em 2009.
 
Veja a nota na íntegra.
 
A CESE, Coordenadoria Ecumênica de Serviço, entidade nacional sediada em Salvador, Bahia, e que completou 40 anos de atuação em 2013, acompanha a trajetória de Koinonia – Presença e Serviço desde sua fundação há 20 anos.
 
Conhecendo de perto suas ações em diversas áreas, a CESE pode atestar sua competência, idoneidade e dedicação na defesa intransigente da justiça, de melhores condições de vida para a população brasileira, em especial aos setores mais marginalizados. Tem sido assim na área de saúde, com reconhecimento de seu trabalho na prevenção da AIDS, pelo governo do Estado de São Paulo, também na batalha contra a intolerância religiosa na Bahia e no Rio de Janeiro, apoio a setores rurais e juventude na prevenção contra as drogas e violência no Vale do São Francisco, aos quilombolas e povos indígenas em várias circunstâncias e regiões, sendo esses apenas alguns exemplos de seu empenho.
 
Lamentamos que uma vez mais a Folha de São Paulo, importante veículo de comunicação, se preste a fortalecer o processo de criminalização das ONGs. Essa questão vem sendo abordada por diversas organizações nacionais e internacionais e foi foco da Nota pública “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil e o Controle Da Corrupção – O que está por trás do descaso do Governo?”, assinada por52 redes e 232 entidades no final de setembro passado.
 
Não tem sido fácil para as organizações da sociedade civil se adequarem às exigências dos convênios e, quando conseguem êxito nos editais, encontra-se um motivo para questionamento. O próprio artigo da FSP assinala que Anivaldo Padilha, pai do Ministro da Saúde, se desligou da direção da Koinonia quando o filho assumiu o comando da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, em 2009, para “cumprir o que determina a legislação e evitar qualquer tipo de conflito de interesse ou prejudicar a continuidade dos programas”. Não deveria ser considerado esse comportamento ético?
 
Finalmente, queremos chamar a atenção para a urgência de um novo marco regulatório da relação das organizações da sociedade civil com o governo, para que se possa avançar na realização de importantes políticas públicas e reconhecendo a necessidade de uma justa colaboração entre Estado e Sociedade para a promoção e garantia de direitos às populações desfavorecidas em nosso país.
Salvador, 30 de janeiro de 2014
 
Sônia Gomes Mota
Diretora Executiva
Redação

9 Comentários

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  1. Duvido que Anivaldo não tenha

    Duvido que Anivaldo não tenha continuado envolvido com a ONG informalmente. Na certa atuou como uma “alcoviteira” entre a ONG e o governo para conseguir esses recursos. E agora a igreja querendo usar sua “imaculada santidade” para livrar os envolvidos, como se a palavra dela fosse proibida de ser refutada. Tem batinas corruptos nesse meio todo!

    1. Você tem direito de duvidar

      Amigo, primeiro que não são “batinas”. Nada a ver com a igreja católica. São as igrejas evangélicas sérias que estão dando seu depoimento. Esse depoimento, pelo que entendi, não está  pretendendo ser lido como como “verdade” absoluta. É apenas uma visão dos fatos oposta àquela apresentada pela Folha de São Paulo (que aliás você pode acatar, tudo bem).  O que Conselho está exercendo, portanto, é seu o direito de esclarescer os fatos para o país e para seus adeptos. Segundo: se para você não vale o fato jurídico, legal, que Anivaldo se desligou da ONG, paciência. Você está no seu direito de duvidar até da dúvida (como Descartes), pois você pensa. Então não faz sentido algum você vir com ironias. Terceiro: faço votos de que você participe ajudando pessoas durante 20 anos como o Anivaldo e seus amigos. Ficaremos felizes de te olhar nos olhos, Ivanov, e te dar um abraço.

      1. Amigo, desculpe-me se não fui

        Amigo, desculpe-me se não fui muito claro com a metonímia “batinas”. Apenas cria que ela fosse facilmente compreendida por qualquer um. Errei ao fazer essa consideração. Bom, pelo que sei, o CONIC é composto por igrejas de origem cristã, o que inclui a católica no grupo citado por você.

        Tudo o que foi executado pelas mãos de Anivaldo em favor de desagravos deve ser respeitosamente aplaudido. Porém, isso não o  torna um santo e não o isenta de uma possível desconfiança. Para lisura e esclarecimento pleno do ocorrido, o ideal seria que se fizesse uma investigação através dos meandros em que o dinheiro foi gasto. Se o fizessem, aí sim, seria um esclarecimento mais honesto! Voltarie exortava que duvidássemos de tudo e sou partidário dessa máxima. Claro que tudo o que eu disse poderia ser desconsiderado, caso a honestidade do filho Padilha fosse inexpugnável. Contudo, essa possibilidade ruiu essa semana, quando ele iniciou, sorrateira e ardilosamente, sua campanha ao governo de São Paulo e usou a maior parte do tempo destinado à divulgação da campanha de vacinação contra o HPV para sua alto promoção.

          1. Gilson, meu bom homem, é

            Gilson, meu bom homem, é escusado dizer que se tratou de pura desatenção. Escrevi isso muito rapidamente em meio a uma azáfama. Além do mais: pão ou pães é questão de opiniães!

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