Com discurso ultraconservador Trump tenta se consolidar como candidato republicano

Da Agência Brasil

Trump tenta consolidar a posição de candidato entre os republicanos

Por José Romildo

Com seu perfil agressivo, o senador Donald Trump tenta encerrar o ano com posição consolidada como o candidato mais forte para representar o Partido Republicano nas eleições de novembro de 2016 para a Casa Branca.

Nos dias que antecederam o Natal, Trump aumentou ainda mais o tom de seu discurso ultraconservador, focando o combate à imigração e ao fundamentalismo islâmico.

Em pesquisa feita pelo próprio partido, Trump lidera a corrida eleitoral entre os republicanos com 39% das intenções de voto. O percentual é mais que o dobro do outro republicano – Ted Cruz – que figura com 18%.

Trump busca garantir a liderança na corrida eleitoral disparando expressões vulgares contra a candidata democrata Hillary Clinton e propondo a proibição da presença de muçulmanos nos Estados Unidos. Nos comícios e debates de que participou nos últimos dias, Trump explorou à exaustão essa característica, o que provocou respostas indignadas da candidata do Partido Democrata Hillary Clinton e dos demais candidatos do mesmo partido. Segundo os democratas, Trump explora o sentimento da população, que está sensível aos riscos de ataques terroristas e à possibilidade de deterioração dos fundamentos da economia.

Do lado dos republicanos, para tentar alcançar Trump, Cruz usa o mesmo mote contra a imigração, mas em tom mais moderado. Assim, pretende ganhar a simpatia das mulheres e das minorias raciais, étnicas e religiosas. Pesquisa da Universidade Quinnipiac diz que Trump tem apenas 25% de aprovação entre as mulheres. A mesma pesquisa diz que 68% das mulheres reprovam o favorito dos republicanos. Ao contrário das demais estatísticas, os números de Quinnipiac colocam Cruz a apenas quatro pontos de Trump, com 24% das intenções de votos.

Nos últimos dias, Cruz intensificou o corpo a corpo com o eleitorado. Sua campanha denominou esse esforço de Decolar com Ted. Na prática, o esforço constitui uma cruzada iniciada no Sul do país. Cruz, que normalmente voa em aviões comerciais, fretou um avião para sua turnê de Natal de sete dias. Seu objetivo é realizar uma turnê em Nevada, seguida de um giro pelas cidades mais conservadoras do país: Minnesota, Geórgia, Alabama, Tennessee, Arkansas, Oklahoma e Virgínia.

Redação

15 Comentários

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      1. “Minnesota, Geórgia, Alabama,

        “Minnesota, Geórgia, Alabama, Tennessee, Arkansas, Oklahoma e Virgínia”:

        6 estados, todos pauperrimos.  EXCETO pelo ultimo, principado da CIA, aparentemente.

        Nao, nao corre dinheiro ali tampouco.  Mas eles pensam que corre…

  1. trump é trunfo da direita,

    trump é trunfo da direita, mas soa vagabundo,pelo canhestro discurso.

    um fenomeno do tea party, ultraconservadorismo….

    o dinheiro é o poder….

    é ter ou então é só ter

    o resta vá se escafeder

  2. Paul Krugman x Donald Trump

    Folha de S. Paulo

    Donald Trump é fruto da trajetória que o Partido Republicano tomou

    21/12/2015 12h05

    Quase seis meses se passaram desde que Donald Trump ultrapassou Jeb Bush nas pesquisas com eleitores republicanos. Na época, a maioria dos especialistas negou o fenômeno Trump, encarando-o como uma trivialidade e prevendo que os eleitores logo voltariam aos candidatos mais convencionais.

    No entanto, sua liderança aumentava cada vez mais. Ainda mais impressionante, o triunvirato do desdém —Trump, Ben Carson e Ted Cruz— agora comanda o apoio de cerca de 60% do eleitorado das primárias.

    Mas como isso pode estar acontecendo? Afinal de contas, os candidatos antiestablishment que agora dominam o cenário, além de serem profundamente ignorantes no que diz respeito a políticas públicas, têm o hábito de fazer alegações falsas, se recusando a reconhecer o erro em seguida. Por que os eleitores republicanos parecem não se importar?

    Bem, parte da resposta tem de ser que o partido lhes ensinou a não se importar. A algazarra e a beligerância como substitutos para a análise, o desdém por qualquer tipo de resposta ponderada e o desprezo por fatos inconvenientes relatados pela “mídia liberal” não chegaram de repente à cena republicana. Pelo contrário, têm sido elementos-chave da marca do partido. Então, como os eleitores podem saber onde estabelecer limites?

    Vamos falar primeiro sobre o legado “daquele que não pode ser nomeado”.

    Não sei quantos leitores se lembram da eleição de 2000, mas, durante a campanha, os republicanos tentaram — em larga escala com sucesso — tornar a eleição relacionada a simpatia, não a política. George W. Bush deveria ganhar seu voto porque ele era alguém com quem você gostaria de tomar uma cerveja, ao contrário daquele cara chato e sem graça, Al Gore, com todos os seus fatos e números.

    E quando Al Gore tentou falar sobre diferenças políticas, Bush não respondeu substancialmente, mas zombou da “matemática distorcida” de seu adversário —uma expressão alegremente usada por seus partidários. A imprensa entrou no jogo desse esvaziamento deliberado: considerou-se que Al Gore perdeu os debates, não porque estava errado, mas porque era, declararam jornalistas, esnobe e superior, ao contrário do afavelmente desonesto W.

    Então veio o 11 de setembro, e o cara afável foi “reembalado” como um líder de guerra. Mas a ”reembalagem” não foi enquadrada em termos de argumentos sérios sobre a política externa. Em vez disso, Bush e seus assessores venderam arrogância. Ele era o homem em quem poderíamos confiar para nos manter seguros, pois falava duro e se vestia como um piloto de caça. Ele declarou com orgulho que era a pessoa da “decisão” — e que tomou suas decisões com base em seu “estômago”.

    O subtexto era que os verdadeiros líderes não perdem tempo muito pensando, que ouvir especialistas é um sinal de fraqueza, que atitude é tudo de que você precisa. E enquanto os fracassos de Bush no Iraque e em New Orleans, finalmente acabaram com a fé dos EUA em seu “estômago”, a sobreposição da atitude em relação à análise só reforçou seu domínio sobre o partido, uma evolução que se destacou quando John McCain, que já havia tido uma reputação de independência política, escolheu sem ressalvas Sarah Palin como sua vice.

    Então, Donald Trump como um fenômeno político está em uma linha de sucessão que começa em W., passa por Sarah Palin, e, de muitas maneiras, é totalmente representativo do mainstream republicano. Por exemplo, você ficou chocado quando Trump revelou sua admiração por Vladimir Putin? Ele só estava verbalizando um sentimento que já estava difundido em seu partido.

    Enquanto isso, o que os candidatos do establishment têm a oferecer como alternativa? Em matéria de política, não muito. Lembre que, quando era presumidamente o favorito, Jeb Bush reuniu uma equipe de política externa com “especialistas”, pessoas que tinham credenciais e cadeiras acadêmicas nos think tanks de direita. Mas a equipe foi dominada por neoconservadores linha dura, pessoas comprometidas, apesar de falhas do passado, com a crença de que choque e pavor resolvem todos os problemas.

    Em outras palavras, Bush não estava articulando uma política notavelmente diferente do que a que estamos ouvindo agora de Trump et al. Tudo que ele ofereceu foi beligerância com um verniz fino de respeitabilidade. Marco Rubio, que o sucedeu como o favorito do establishment, é a mesma coisa, com mais algumas evasivas. Por que alguém deveria ficar surpreso ao ver essa postura, superada pela beligerância sem remorso oferecida por candidatos de fora do establishment?

    Caso você esteja se perguntando, nada parecido com esse processo aconteceu no lado democrata. Quando Hillary Clinton e Bernie Sanders, debatem, vamos dizer, a regulação financeira, é uma discussão real, com ambos os candidatos evidentemente bem informados sobre as questões. Como um todo, o discurso político americano não foi esvaziado, apenas em sua ala conservadora.

    Voltando aos republicanos, isso significa que Trump vai realmente ser o candidato? Não faço ideia. Mas é importante perceber que ele não é alguém que se intrometeu de repente na política republicana vindo de outro universo. É na direção dele, ou de alguém como ele, que o partido tem sido encaminhado por um longo tempo.

    Tradução MARIA PAULA AUTRAN

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/paulkrugman/2015/12/1721625-donald-trump-e-fruto-da-trajetoria-que-o-partido-republicano-tomou.shtml

  3. Trump, o Aécio que fala inglês

    Tenho para mim que Trump é mais um candidato de Wall Street. É um candidato que faria um governo somente para os amigos dele. E seria terrível aos americanos que não fazem parte deste grupo

  4. Faltam os “delegados”

      A cupula republicana não irá admitir que Trump seja o indicado, ele pode ter grande penetração na midia, ser um marketeiro bem melhor que qualquer outro, que usa seu vocabulário e propostas simples, em sua maior parte inexequiveis, para se comunicar com a “massa blue collar republicana”, mas lhe falta a força do partido.

       Nas primarias e nos caucus republicanos, como Iowa e New Hampshire, será possivel ver se Trump consegue lidera-las, pois com Carson , Huckabee e Fiorina em queda, estes votos irão para delegados de Ted Cruz, o golden boy do Tea Party.

       Só falta o Trump começar a dizer que Ted Cruz não pode ser presidente porque não nasceu nos Estados Unidos, o que é verdade, nasceu no Canadá.

  5. Em seus discursos Trump,

    Em seus discursos Trump, propôs construir um gigantesco muro na fronteira México- EUA. Se ele ganhar as eleições e realmente construir este tal muro, vai ser divertido ver a cara de bunda dos vira-latas desta plaga tendo que aplaudi-lo por tal feito.

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