Kamala deixa Trump na defensiva em 1º debate eleitoral nos EUA

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Encontro foi marcado pela desinformação de Donald Trump, desmentido diversas vezes pelos mediadores

Foto: Reprodução The Hills

O primeiro debate da disputa pela Presidência dos Estados Unidos, na noite desta terça-feira (10), foi marcado pela assertividade da democrata Kamala Harris sobre o republicano Donald Trump, que ficou na defensiva e abusou da desinformação, no encontro que ocorreu na Filadélfia, cidade na Pensilvânia, com transmissão da ABC News.

Atual vice-presidente dos EUA, Kamala foi afiada e enérgica, buscando se desassociar do presidente Joe Biden, sem deixar de defender seu governo e pautas como o direito reprodutivo das mulheres e questões de raça, destacando inclusive o racismo do adversário, além de trazer à tona os processos criminais que pesam contra o republicano. 

Já o ex-presidente buscou a todo momento se afastar de questões centrais da corrida à Casa Branca, voltando sempre ao seu tema preferido: a imigração ilegal. Ele começou o debate, em tom mais calmo, surpreendido com o cumprimento de Kamala, mas ao longo do enfrentamento seu tom ficou mais agressivo. 

Segundo o jornal The New York Times, Trump passou a maior parte do debate, mais de 90 minutos, se defendendo de ataques da adversária, ao contrário do debate que protagonizou em junho contra Biden, que logo desistiu da reeleição e passou a apoiar Kamala. 

“Você está concorrendo comigo”

O debate desta terça foi o primeiro encontro entre o republicano e a democrata, que nunca haviam ficado frente a frente ao vivo. Ao entrarem no estúdio, Kamala surpreendeu ao caminhar até o púlpito de Trump, estender a mão e dizer: “bom te ver“.

Desde o início,  o republicano buscou associar a democrata a Joe Biden, a fim de destacar o mau desempenho do presidente. “Ela é Biden. Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden“, disse.

Claramente, eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump. Estou querendo oferecer uma nova geração de líderes aos americanos“, retrucou Kamala. “Deixe eu te lembrar que você não está concorrendo com o Joe Biden. Você está concorrendo comigo“, acrescentou.

Imigração 

A todo momento, Trump insistiu nos temas voltados ao seu eleitorado, afirmando que o país está sendo “invadido” por criminosos estrangeiros. Em pelo menos cinco ocasiões, o republicano repetiu o discurso anti-imigração, desviando de outros temas.

Em dado momento, chegou a declarar que imigrantes estão comendo cachorros de norte-americanos, fala que foi seguida de uma risada alta de Kamala e de uma correção imediata dos mediadores do debate, David Muir e Linsey Davis. 

Depois do debate, a equipe de Trump chegou a reclamar das correções da ABC News, que fez checagens em tempo real das falas dos candidatos. 

Economia 

As últimas pesquisas eleitorais nos EUA, indicam que a economia é a principal preocupação dos americanos, razão pela qual este foi o primeiro tema do debate. 

Kamala reforçou que veio da classe média e seguirá “governando para a classe média“, enquanto, segundo ela, Trump “governará para si mesmo“. 

A vice-presidente ainda disse ter passado os quatro últimos anos “limpando a bagunça de Donald Trump“, ressaltando as altas taxas de desemprego. 

Trump, por sua vez, culpou a atual gestão pelos índices de inflação e Kamala acabou se esquivando ao ser questionada se a economia do país estava melhor agora do que há quatro anos.

Política externa

Ao falar sobre a política externa, em especial da guerra de Israel na Faixa de Gaza, Kamala voltou a dizer que apoia o direito de defesa dos israelenses, mas destacou que “vidas inocentes demais foram perdidas em Gaza“, e que, por isso, defende o acordo de cessar-fogo e a solução de dois Estados.

Já Trump afirmou que se fosse presidente “a guerra nunca teria começado”, além de declarar que a Rússia nunca teria invadido a Ucrânia. “Eu conheço o Vladimir Putin muito bem”, disse. 

O republicano também acusou Harris de “odiar Israel e a população árabe“. Já a democrata, se aproveitou da fala sobre Putin e disse que “é sabido que ele [Trump] admira ditadores“. 

Ainda, segundo Kamala, se a guerra na Ucrânia tivesse ocorrido na gestão de Trump, o presidente russo estaria “sentando em Kiev olhando para a Europa” e teria “almoçado” o republicano.

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4 Comentários

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  1. Quem é o menos pior: Trump ou Kamala? Ou seriam os dois duas faces da mesma merda?

    Uma prova de que a Operação de desnazificação da Ucrânia pela Rússia está sendo utilizada como uma guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia. Lendo as notícias sobre o debate entre Kamala e Trump, eu li que:

    “Kamala afirmou que Trump iria acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas porque desistiria dela rapidamente. Ela comentou uma fala do ex-presidente, que disse que Vladimir Putin o respeita.

    “O quão rápido você iria desistir? Você é amigo de um ditador, que o comeria no almoço”, disse”.

    Resumindo: Os Ucranianos não se auto-determinam, são heterodeterminados pelo Ocidente, a quem não interessa a desnazificação da Ucrânia.

  2. Qualquer que seja o captaz eswcolhido por metade do eleitorado americano e que não deve passar de 1/3 da população, com certeza a necropolítica do império americanos continuará sua trajetória de produzir conflitos pelo mundo afora. No entanto, se a escolha for a dona Kamala Harris, poderemos observar uma diferença de atuação, ou seja: Ela fará o mesmo que Trump, mas enviará notas de condolência às vítimas.

  3. Uma prova de que a Operação de desnazificação da Ucrânia pela Rússia está sendo utilizada como uma guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia. Lendo as notícias sobre o debate entre Kamala e Trump, eu li que:

    “Kamala afirmou que Trump iria acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas porque desistiria dela rapidamente. Ela comentou uma fala do ex-presidente, que disse que Vladimir Putin o respeita.

    “O quão rápido você iria desistir? Você é amigo de um ditador, que o comeria no almoço”, disse”.
    A Kamala não vai acabar com a guerra. O Complexo Industrial-Militar precisa de conflitos prá desovar seus estoques de armas e munição. E o idiota Trump ainda chama essa Warmonger de marxista. Se ela é marxista, Marx não é marxista.
    Os Ucranianos não se auto-determinam, são heterodeterminados pelo Ocidente, a quem não interessa a desnazificação da Ucrânia nem o fim da guerra.

  4. Vidas inocentes foram perdidas demais em Gaza, Sra. Kamala?
    Então o problema é a demasia de vidas inocentes perdidas e não a perda de vidas em si, Sra. Kamala? Até que quantidade de vidas inocentes não seria considerada demasia?
    Enquanto o mundo pega fogo, ninguém fala sobre ecologia.

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