O primeiro debate das eleições dos Estados Unidos, entre o atual presidente democrata Joe Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump, foi marcado por 1h40 de ataques pessoais e mentiras. As cenas foram transmitidas pela rede norte-americana CNN, nesta quinta-feira (27).
A fragilidade de Biden
Para vencer seu adversário, Biden bastava convencer o eleitorado que seus 81 anos é sinal de experiência e não um problema para o país, ou que Trump significa, no mínimo, uma ameaça iminente à democracia.
Contudo, o democrata sequer rebateu as inúmeras informações falsas ditas pelo republicano. Não soube, inclusive, aproveitar os bons números de seu governo sobre a economia e atribuiu a inflação à pandemia.
Apesar da voz rouca, que segundo fontes próximas disseram ter a ver com um resfriado, Biden subiu o tom em alguns momentos e chegou a chamar Trump de “otário” e “perdedor“, ao falar de seu filho Beau Biden, que lutou no Iraque e morreu de câncer no cérebro em 2015.
Entre os ataques, o democrata também afirmou que o republicano é um criminoso e que traiu sua esposa grávida, em referência ao caso entre Trump e a ex-atriz pornô Stormy Daniels, pivô do processo em que o ex-presidente foi condenado em maio.
Para a imprensa local e analistas, Biden perdeu o embate. O mal desempenho teria ainda gerado pânico no Partido Democrata, que passou a discutir se a convenção do partido, em agosto, não deveria incluir outros candidatos.
Trump surfa numa onda de mentiras
Trump, por sua vez, negou ter cometido qualquer crime e repetiu – mais de uma vez – que o governo do democrata era “o pior da História dos EUA”.
Entre uma série de mentiras, declarou que durante a sua gestão a economia “jamais foi tão forte” nos EUA.
Falou também sobre o que considera uma “política migratória fracassada” e prometeu deportações em massa caso for eleito.
O republicano escapou de assuntos relacionados a política externa, mas garantiu que, se fosse presidente, a guerra na Ucrânia “não teria sequer começado“.
Além disso, apesar de ser apenas três anos mais novo que Biden, o ex-presidente usou a idade e a saúde do adversário como arma de campanha e chegou a desafiar Biden para um “teste cognitivo“.
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