
A intervenção do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em uma sessão do Parlamento da Suécia nesta quinta-feira (24/3) pode ter sido um banho de água fria para quem esperava um acordo de paz entre esse país e a Rússia nos próximos dias.
No discurso realizado por videoconferência, Zelensky voltou a defender que a Ucrânia deve ser membro pleno da União Europeia, algo que contraria uma das exigências da Rússia para aceitar um cessar-fogo, em um possível acordo de paz: o governo de Vladimir Putin pretende que a Ucrânia seja declarada oficialmente como um país neutro, tanto com relação à União Europeia quanto com relação à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
“Não estamos lutando somente pelo povo da Ucrânia, mas também pela segurança da Europa. Temos demonstrado que merecemos ser membro da União Europeia com plenos direitos”, afirmou Zelensky aos parlamentários suecos.
O discurso do presidente ucraniano também foi marcado por diversos ataques ao governo russo e a Vladimir Putin – embora quase sempre evitando mencionar seu nome.
“Por enquanto, a Rússia invadiu só a Ucrânia, mas seu projeto é ir muito mais longe, dentro da Europa. Pretende destruir a liberdade da Europa. Se a Ucrânia não estivesse resistindo, todos os demais vizinhos da Rússia estariam em perigo. Vocês estariam em perigo”, disse Zelensky.
Segundo o UOL, também houve uma reunião da OTAN nesta quinta, na qual Zelensky novamente participou por videoconferência, e disse que “para salvar as pessoas e nossas cidades, a Ucrânia precisa de assistência militar (…) vocês têm milhares de caças! Mas ainda não recebemos um”.
Ao finalizar, o presidente ucraniano disse que “o pior da guerra é não ter respostas claras aos pedidos de ajuda. A Ucrânia nunca quis esta guerra. E não quer lutar por anos. Só queremos salvar nosso povo”.
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Cuba/Turquia é pinto para o tamanho da crise que os falcões (eu prefiro outro nome) arranjaram. Lá, os russos não falaram nada sobre a Turquia (se contentando com a retirada dos mísseis) e aceitaram o banho de lorotas de Kennedy sobre Cuba e pronto.
Aqui, a coisa está muito mais feia: trata-se de sobrevivência dos dois lados, com um desesperado porque JÁ PERDEU a supremacia… já “morreu” e esqueceu de cair; e o outro em não servir de escora ao desespero.