Donald Trump é um sucesso e o mundo ainda não aprendeu a lidar, por Ricardo Begosso

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Portal Disparada

Donald Trump é um sucesso e o mundo ainda não aprendeu a lidar

por Ricardo Begosso

A já famosa foto da cúpula do G7 (grupo de EUA, Japão, Alemanha, Canadá, França, Reino Unido e Itália), realizada neste fim de semana, em Quebec, pode ser lida nas entrelinhas como um sinal vitorioso para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump, às vésperas do encontro histórico com Kim Jong-un, deixou a reunião antes do fim para viajar ao continente asiático. Após sua saída, os líderes restantes do G7 divulgaram o comunicado final da cúpula, no qual os países teriam concordado em trabalhar conjuntamente para reduzir barreiras no comércio internacional.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse ainda que as recentes sobretaxas americanas ao aço e ao alumínio importados de uma série de mercados (incluindo o canadense) são um “insulto” ao seu país. O Canadá não deseja ter suas exportações enquadradas na categoria de ameaça à segurança nacional dos EUA, fundamentação jurídica dada pela seção 232 da Lei de Expansão do Comércio e que foi utilizada pelo governo americano com o argumento de evitar o fechamento de suas indústrias nacionais.

Trump respondeu através de seu perfil no Twitter. Sua resposta foi direta e curta, apontando Trudeau como um sujeito fraco e desonesto. A posição de parceiros europeus do G7, como Alemanha e França, foi de repúdio à reação do presidente americano.

Mas era uma armadilha.

O SEGREDO ESTÁ EM QUEM ELEGEU TRUMP

Trump foi eleito com uma plataforma contrária à globalização, viabilizada eleitoralmente pela brutal desindustrialização do chamado “Cinturão da Indústria” (Manufacturing Belt), que após a década de 1980 passou a ser conhecido como “Cinturão da Ferrugem” (Rust Belt). A região agrega estados americanos do nordeste e do meio-oeste que antes figuravam como os mais antigos núcleos da indústria americana.

Desde 1992, o Cinturão da Ferrugem era tido como parte da “muralha azul” (blue wall), um termo utilizado para tratar de estados americanos nos quais a vantagem eleitoral do Partido Democrata era impenetrável pelos Republicanos. A vitória de Trump alterou essa história, e isso é talvez o fato mais significativo da eleição de 2016.

Com a globalização e sua crescente liberalização econômica mundo afora, as indústrias do Ocidente desenvolvido iniciaram um processo de migração para países onde a força de trabalho e os custos em geral eram mais baratos.

China, por exemplo, se beneficiou disso em razão da política de manter sua moeda extremamente desvalorizada em relação ao dólar. Os EUA passaram a ter déficits frequentes e cada vez maiores com o mundo, já que a maioria dos produtos consumidos internamente são fabricados em outros países.

Não à toa, uma das principais marcas do governo Trump é a Guerra Comercial travada entre EUA e China, principal potência industrial do planeta nos dias atuais. A batalha americana para impor tarifas e reduzir seus déficits com outros países, no entanto, não se esgota nas relações com o gigante asiático. Washington decidiu se proteger economicamente diante de seus mais próximos aliados, colocando iniciativas como a Parceria Transpacífico (TPP) e o NAFTA em questão.

União Europeia, Canadá, México, Brasil, e uma enorme lista de países já foram afetados pelas medidas do governo americano. Mas o que parece, na verdade, é que ninguém aprendeu ainda a lidar com a “inconveniente” presença de Donald Trump no palco da política internacional.

A GLOBALIZAÇÃO NÃO É UM FRACASSO, NEM TRUMP

Os líderes que cercaram Donald Trump na foto do G7 estão interessados na continuidade dos EUA como patrocinadores da globalização econômica. A outra opção é ter a China ocupando este cargo, o que tem se tornado uma realidade cada vez mais iminente.

O problema, para o Ocidente, em aceitar a China como patrocinadora da globalização, algo que na Ásia já está cada vez mais consolidado, é que há diferenças estruturais entre os personagens em questão.

A China sofreu uma humilhação sem precedentes das potências europeias no século XIX. Os chineses contém laços diversificados com outras potências não convencionais, como a Rússia, por exemplo. Como se não bastasse, patrocinam instituições financeiras multilaterais, diferentes do FMI e do Banco Mundial, nas quais os países ocidentais possuem pouca voz.

Uma ordem mundial tutelada pela China não seria uma na qual os europeus teriam o mesmo poder de decisão que possuem num mundo protegido e financiado pelos EUA. O que está em jogo é o equilíbrio de poder entre Ocidente e Oriente, não o fim da globalização.

A globalização continua avançando, apesar dos gritos antiglobalistas. E nem poderia ser diferente. Quando a Inglaterra da Revolução Industrial ergueu-se como potência manufatureira sem concorrência, foi fácil advogar pelo liberalismo dos outros países.

Da mesma forma, foi fácil defender o liberalismo quando os EUA dominavam a maior parte da produção industrial do planeta. O que se esquece, geralmente, é que até a década de 1920, e durante todo o século XIX, foi em função de uma das maiores arquiteturas econômicas protecionistas que os EUA atingiram o posto de país desenvolvido, prontos para impor sua superioridade ao resto do mundo.

O que estamos vivendo agora parece mais o retorno dos Estados Unidos à uma concepção de política econômica anterior à sua hegemonia, do que propriamente o fracasso da globalização.

Está em pleno andamento, por exemplo, a negociação da Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP), um projeto de liberalização comercial envolvendo 16 países do sudeste asiático mais China, Índia, Japão, Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

O Ocidente não foi capaz, ainda, de formular uma resposta consequente à mudança do pólo econômico mundial para a Ásia, e isso assusta as diversas lideranças envolvidas. Trump, porém, deu o primeiro passo, propondo uma nova forma de interação dos EUA com o mundo por meio da qual os americanos se recusam a jogar parados.

O resultado, até o momento, tem sido patamares baixíssimos de desemprego e a retomada de setores importantes da indústria.

Enquanto os líderes do G7 cercavam o presidente americano de maneira desafiadora, e mesmo desesperada, Trump devolvia ironicamente cada olhar. Morderam a isca. É disso que o mais imprevisível presidente dos EUA das últimas décadas precisava: o enfrentamento fútil de um adversário que já perdeu, para dar-lhe a satisfação de ver seus eleitores convencidos de que Trump é inquebrantável em seus objetivos e cumprirá a palavra de proteger a indústria de seu país.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

12 Comentários

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  1. Sobre o “duelo das cúpulas”, por Pepe Escobar

    http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=23549

    Oriente vs. Ocidente: O “duelo das cúpulas” esse fim de semana tem algo para os livros de História

     

    O inferno desabou sobre o G6+1, também chamado G7, em La Malbaie, Canadá, quando todos só pensavam na divina integração eurasiana na Organização de Cooperação de Xangai, OCX, em Qingdao, China, em Shandong, província natal de Confúcio.

     

    Cúpulas em contraste, por Liu Rui/Global Times

    O presidente Donald Trump dos EUA foi a estrela previsível do show no Canadá. Chegou atrasado. Saiu mais cedo. Faltou a um desjejum de trabalho. Discordou de tudo e de todos. Fez uma “proclamação de livre comércio”, pró nenhuma barreira e nenhuma tarifa, nenhuma, em lugar algum, depois de impor tarifas ao aço e ao alumínio contra Europa e Canadá. Propôs que a Rússia voltasse ao G8 (Putin mandou dizer que tem outras prioridades). Assinou o comunicado final, em seguida retirou a própria assinatura.

    G6 mais um, por Harm Bengen, Alemanha

    A atitude de ‘estou-pouco-ligando-pra-vocês’, de Trump, enlouqueceu os líderes europeus reunidos no Canadá. Depois da foto oficial, o presidente dos EUA puxou pelo braço o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte e disse em êxtase “Que grande vitória eleitoral, a sua!”

    Os euros não gostaram e obrigaram Conte a seguir a posição oficial da União Europeia, como na política da chanceler Merkel da Alemanha: nada de readmitir a Rússia no G8, se Moscou não respeitar os acordos de Minsk. De fato, quem não está respeitando os acordos de Minsk não é a Rússia: é a Ucrânia; Trump e Conte estão plenamente alinhados com a Rússia.

    Merkel, in extremis, propôs um “mecanismo partilhado de avaliação” –restando apenas duas semanas, para tentar diluir tensões comerciais que só fazem aumentar. Nem assim o governo Trump parece interessado.

     

    Conferência de imprensa na 18ª Cúpula da OCX em Qingdao

    Virada de jogo “estratégica”

    Entrementes, em Qingdao, a abertura para não esquecer veio, como se podia prever, do presidente chinês Xi Jinping: “O presidente Putin e eu entendemos que a parceria estratégica ampla China-Rússia está madura, firme e estável.”

    É descomunal virada de jogo, porque oficialmente, pelo menos até agora, era só “parceria ampla”. É a primeira vez que Xi destaca, oficialmente, o aspecto “estratégico”. Outra vez, em palavras dele: “É o relacionamento de mais alto nível, mas profundo e estrategicamente mais significativo que se vê hoje entre grandes países do mundo.”

    E, como se o alcance ainda não fosse suficientemente amplo e profundo, a coisa é também pessoal. Xi, falando de Putin e dando talvez bom uso à bonomia que Trump dispensa aos líderes com os quais simpatiza, disse “É meu melhor amigo, meu amigo mais próximo.”

    Negócios pesados, como sempre, estavam na pauta. Os chineses são parceiros da gigante estatal russa de energia nuclear Rosatom para alcançar tecnologias nucleares avançadas e diversificar contratos de energia nuclear para além dos fornecedores ocidentais habituais. É o componente de aliança “estratégica” de energia, da parceria.

    Em reunião trilateral Rússia-China-Mongólia, todos se comprometeram a tocar adiante a todo vapor o Corredor Econômico China-Mongólia-Rússia – uma das plataformas chaves das Novas Rotas da Seda, conhecidas como Iniciativa Cinturão e Estrada, ICE.

    A Mongólia mais uma vez apresentou-se para ser um nodo de trânsito para o gás russo até a China, diversificando dos atuais gasodutos diretos da Gazprom, de Blagoveshchensk, Vladivostok e Altai. Segundo Putin, o gasoduto Via Leste [ing. Eastern Route] continua conforme o cronograma, bem como a usina de gás natural liquefeito (GNL) de 27 bilhões de EUA-dólares[1] em Yamal, financiada por empresas russas e chinesas.

    Sobre o Ártico, Putin e Xi dedicam-se absolutamente ao desenvolvimento da Rota do Mar do Norte [ing. Northern Sea Route], incluindo a crucial modernização de portos de águas profundas como Murmansk e Arkhangelsk e investimento em infraestrutura. O carimbo geopolítico é autoevidente.

    Putin disse semana passada que o comércio anual entre Moscou e Pequim logo alcançará 100 bilhões de EUA-dólares. Atualmente está em 86 bilhões de EUA-dólares. Agora, empresários russos já veem como possível e realizável a aventura de, até 2020, chegar aos 200 bilhões de EUA-dólares.

    Todo esse frenesi de atividade já é abertamente descrito por Putin como efeito das interconexões entre a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE) e a União Econômica Eurasiana (UEE) liderada pela Rússia. Para nem falar interconectividade que une a própria Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e ambas, ICE e UEE.

    Putin disse ao canal CGTN da TV chinesa que, embora a OCX tivesse começado como organização “low-profile” [nos idos de 2001], que visava apenas a “resolver questões de fronteira” entre China, Rússia e repúblicas ex-soviéticas, já está hoje evoluindo para ser força global muito maior.

    Paralelamente, segundo Yu Jianlong, secretário-geral da Câmara Chinesa de Comércio Internacional, a OCX já acumulou força coletiva extra para empurrar a expansão da ICE na direção de mais negócios em toda a Europa, Oriente Médio e África.

    Não surpreende portanto que empresa das nações da Organização de Cooperação de Xangai estejam sendo agora “encorajadas” a usar as próprias respectivas moedas nos negócios entre elas, deixando de lado o EUA-dólar, e a construir plataformas de e-commerce, estilo Alibaba. Até aqui, Pequim já investiu 84 bilhões de EUA-dólares em outros membros da OCX, principalmente nos setores de energia, minérios, transporte (incluindo, por exemplo, a rodovia China-Quirguistão-Uzbequistão), construção e manufatura.

    Putin também se reuniu com o presidente Hassan Rouhani do Irã, à margem da reunião da OCX, e prometeu, sem meias palavras, preservar o acordo nuclear iraniano, conhecido como JCPOA (ing.).

    Atualmente, o Irã é estado observador na OCX. Putin reafirmou que deseja ter Teerã como membro-pleno. A Carta da OCX determina que “pode-se assegurar status de parceiro de diálogo a país que partilhe as metas e os princípios da OCX e deseje estabelecer relações baseadas em relacionamento igualitário e mutuamente proveitoso.”

    O Irã, já observador, satisfaz essa exigência. A pedra nesse caminho tranquilo é o minúsculo Tadjiquistão.

    Entra em cena a notoriamente tormentosa política interna dos “-stões” da Ásia Central, nesse caso em torno do presidente tadjique Emomali Rahmon que aceitou vender 51% das ações do maior banco do Tadjiquistão à Arábia Saudita. Ninguém mais queria a venda. Riad estava claramente comprando influência.

    Todos os membros plenos da OCX têm de ser aprovados por unanimidade de todos os demais membros. Mas a dificuldade não impedirá maior integração econômica entre Irã, Rússia e China. A conversa, nos corredores da OCX é que as empresas chinesas esperam bonança extra no mercado iraniano, depois que Trump retirou-se unilateralmente do acordo nuclear iraniano.

    Em conversas, diplomatas disseram a Asia Times que a OCX também discutiu o plano crucial concebido pelo Grupo de Contato OCX-Afeganistão, um amplo processo de paz para toda a Ásia, pelo qual Rússia, China, Índia, Paquistão, Irã e Afeganistão tentam afinal pôr fim, sem interferência do ocidente, àquela tragédia que se arrasta há décadas.

    Que tal um… G3?!

    O “duelo das cúpulas” com certeza deu o tom. A reunião do G7 em La Malbaie representou a velha ordem disfuncional, dilacerada pelo caos em grande medida autoinfligido e a apoplexia ante a Ascensão do Oriente – da integração de ICE, UEE, OCX e BRICS, ao mercado de petróleo futuro em yuan com lastro-ouro.

    Em contraste com a doutrina da dominação de pleno espectro de total superioridade militar, a cúpula reunida em Qingdao representou a nova onda. Implacavelmente criticada pela velha ordem como autocrática e carregada de “democraturas” dedicadas a “agressão”, o que se vê é claramente a multipolaridade em operação, a intersecção de quatro grandes civilizações, um Café Eurasiano onde se discute que outro futuro – que não seja comandado pelo Partido da Guerra –, sim, claro, é possível.

    Paralelo a tudo isso, diplomatas em Bruxelas confirmaram a Asia Times que circulam insistentes rumores de que Trump parece estar sonhando com um G3 constituído só de EUA, Rússia e China. Trump, como se sabe, admira pessoalmente a liderança de ambos, Putin e Xi, tanto quanto zomba do labirinto burocrático kafkeano que atende pelo nome de União Europeia e seus três M-gatinhos (Merkel, Macron, May).

    Na Europa, ninguém dá sinais de ouvir conselhos bem informados, como os do economista belga Paul de Grauwe, que insiste em que Frankfurt e Berlin gerenciem uma dívida comum, sem a qual a União Europeia não sobreviverá às várias crises dos seus membros soberanos.

    Trump, apesar de todas as inconsistências, parece ter compreendido que o G7 não passa de cúpula dos Mortos Vivos, que o coração da ação orbita em torno de China, Rússia e Índia – as quais, não por acaso, são o núcleo duro dos BRICS.

    O problema é a estratégia de segurança nacional e a estratégia de defesa nacional dos EUA – que ‘exigem’ nada menos que Guerra Fria 2.0 contra ambas, China e Rússia, por toda a Eurásia. Quem piscará primeiro? Façam suas apostas.******

     

    ·        

    [1] Parece ser a primeira vez, nos escritos de Pepe Escobar que se encontra a expressão US$…(billion), literalmente, “…bilhões de dólares norte-americanos, ou EUA-dólares). Quando o dólar ainda era única moeda internacional de reserva, em frases semelhantes, Pepe escrevia (p. ex.) “…$237 trillion” e “(…) $750 trillion” (Asia Times, 6/6/2018). “$” significava “dinheiro” e “dinheiro” significava “dólar universal”. Não mais. (Se non è vero, è ben trovato.) [NTs].

    Pepe Escobar Пепе Эскобар
     Traduzido por  Coletivo de tradutores Vila Vudu

     

  2. Mas Trump não conseguirá girar para trás a roda da história

    O capital tende implacavelmente à redução de custos a fim de maximizar os lucros. Em sendo assim, a repatriação das indústrias americanas só ocorrerá às custas da redução salarial da classe trabalhadora dos EUA.

  3. Esperimentando do próprio remédio?

    A eleição do presidente fake é um exemplo de que foram vítimas do remédio receitado para os outros….

    O falastrão acha que vai levar muita vantagem no acordo com o Kim Jong.

    Vai levar um drible da vaca e vai ficar falando sozinho….

    Vai jogar uma bomba nuclear na cabeça do Kim?

     

  4. O processo historico é muito

    O processo historico é muito complexo para se definir ganhadores e perdedores de forma superficial. Em 1938 o Primeiro Ministro  Neville Chamberlin desceu em Londres com o Acorod de Munique assinado em mãos e dizendo na escada do avião “Consegui a paz em nosso tempo”, foi recebido como grande vencedor pela multidão que o ovacionava,

    Um ano depois estoura a Segunda Guerra Mundial e Chamberlain foi para o lixo da Historia.

    Trum é um jogador primitivo e o mundo das relações internacionais não é tão simples como ele pretende.

    Fez um oba oba com o ditador norte coreano, não consegui nada concreto, só promessas que não valem coisa alguma e ao suspender os exercicios militares bianuais com a Coreia do Sul deixou o Japão alarmado e a Coreia do Sul mais ainda.

    Foi simpatico com o burtal regime norte coreano e agressivo com o Irã, que não tem programa  tão avançado como  a Coreia do Norte, o que é irracional, sua atitude contra o Irã só se explica porque o Irã é inimigo de Israel e Kim não.

    Na Historia nenhum lider sempre ganha, Napoleão foi vencedor até o dia em que perdeu.

    1. O processo historico é muito

      André, começo com confetes.

      Aprecio tuas postagens principalmente as que trazem a interação da história com a economia.

      Mas me parece que a última frase derruba tuas colocações anteriores.

      Nenhum lider, como qualquer pessoa, sempre ganha. 

      Entretanto Trump, com todo seu folclore, busca repatriar indústrias e alavancar empregos nos EUA. Cumprindo suas promessas de campanha. Claro que a parada é difícil dado o peso de seu principal competidor, a China. Ao presidente de qualquer nação, exceção feita ao elemento que nos governa e sua trupe, deve defender os interesses de seu país segundo seu entendimento. 

      É o que Trump faz.

      Tem movimentos erráticos a nós mas que servem como moeda de troca a grupos americanos. E um desses movimentos é a agressividade com o Irã. Um afago aos grupos financistas americanos e mundiais.

      1. Meu caro, Trump pode ter uma

        Meu caro, Trump pode ter uma plataforma de campanha mas ele a está executando de maneira bizarra. Sua primeira decisão em relações internacionais foi sair da Aliança do Pacifica que levou onze anos para monta er era um movimento CONTRA A CHINA,  ao sair do Acordo ajudou enormemente a China, suas ações não tem logica, ou melhor, a unica logica é a manchete de jornal, como foi a reunião com Kim, que obviamente não vai destruir um unico missil.  O acordo com o Irã levou nove anos de negociação, o Irã cumpriu a parte dele e agora os EUA sai do acordo, destruindo a credibilidade diplomatica do Pais, quem assinou o Acordo foi o Governo dos EUA e não o Obama, para Trump não existe o Governo dos EUA como entidade perene e sim o Obama e ele, rasgar um tratado sem um motivo logico é a ação mais antidiplomatica que pode exisitr e nunaca é preuncio

        de alguma coisa boa. Quando Daladier e Chamberlain rasgaram em Munique o Taratado de Garantia à Techecoslovaquia abriram caminho para a Segunda Guerra.

        Eu tb sou a favor da defesa da industria nacional mas a maneira como Trump esta fazendo destroi mais empregos do salva,

        o Canada vai impor tarifa igual à do aço nos carros americanos, o Canada é o pais que mais importa carros americanos, então o Trump salva 5.000 empregos no aço e perde 20.000 na industria automobilistica. No caso do Brasil é muito pior, ele impos tarifa ao nosso açõ e o Brasil compra dos EUA  QUATRO vezes mais do que vendemos aos EUA, não tem cliente melhor e vc pune esse cliente?

        1. “Acordo foi do Governo dos EUA e não de Obama”

          André,

          alterei um pouco sua frase mas vai ao encontro do que penso. Como um presidente chega e rasga um acordo que leva anos para ser costurado com parceiros de longa data (Europa)? Que confiança será passada no futuro por um país que um indivíduo (ainda que presidente) rasga qualquer acordo internacional ao seu bel-prazer? Ele pode ganhar no curto prazo mas no longo prazo está levando os EUA pro buraco. Em algum momento, as preferências dos países de fecharem acordos serão direcionadas para a nação parceira perferencial China, que é a grande nação da humanidade (digo sem medo – já passaram Roma, Império Bizantino, Mongóis, Império Árabe, Impérios português, espanhol e inglês e a China permanece). Possuem recursos e visão de longo prazo (deveria estar em nosso radar, mas pouco conhecemos deles).

          A reunião com o nortecoreano mostrou para qualquer ditador: tenha uma ogiva nuclear e um míssl interbalístico que o presidente dos EUA faz uma cúpula contigo. Questão de status quo, que Trump não considera, mas muito importante nas relações internacionais.

          Ele vai continuar tendo voto do Rust Belt. Bom para o indivíduo e partido mas horrível para o país. Neste meio tempo a China avança com o One Belt One Road. Um enferrujado, outro como o caminho único, abrangendo Ásia, África e Europa, isto é, mundando o foco do mundo para o Oriente (o autor tem razão – Trump é um esperneio antes do mundo mudar sua orientação geopolítica).

          Outra coisa: já que os Simpsons foram proféticos com a eleição de Donald Trump, não custa lembrar que há um episódio em que Lisa se torna presidente dos EUA e é cobrada pela dívida por todos os países. Uma hora esta dívida vai arrebentar, pois além do país, a população também é muito endividada. Daí vai ser um caloteiro cheio de arma nuclear.

          Abraços

  5. Destruindo empregos

    Enquanto os Estados Unidos estão preservando suas indústrias e seus empregos, nós estamos destruindo os nossos.

    A política da Petrobras de atrelar o preço interno dos combustíveis aos preços internacionais favorece a importação do petróleo, causando  capacidade ociosa nas refinarias nacionais.

    Segundo o professor Lido Sauer, da USP, ” As refinarias da Petrobras possuem capacidade de refinar 2,4 milhões de barris/dia, mas estão utilizando apenas 68% da capacidade. Na prática, você está deixando de usar as refinarias aqui para gerar empregos no exterior”.

  6. coincidentemente eu acabei de

    coincidentemente eu acabei de comentar algo semelhante em outro site, mas eu chamo a atenção para o componente guerra no Oriente Médio:

    “muito bom o texto, mas existe também uma outra abordagem, peculiar, porque em vários momentos eu fico sem saber se trump é um louco ou um gênio.. a abordagem é a seguinte: talvez o capitalismo imperialista anglo-sionista-saxão sobrevivesse muitos anos, não fosse a extrema ganância dessa fase “financista” do sistema.. nos últimos anos os EUA desmontaram suas indústrias, exportaram empregos e ainda assim eram donos da “riqueza” porque são donos do dinheiro.. transformaram a economia ocidental em um big cassino, com montanhas e montanhas de papel, riqueza sem trabalho, só especulando.. vc compra um iphone, a marca é estadunidense, mas quem fabrica é um chinês.. isso se tornou insustentável, vejam aí o caso de Detroit.. os EUA estão se transformando em uma terra de mendingos e onde também estão os caras mais ricos do planeta.. incrível.. Eu acho que o trump quer mudar isso.. no meu ponto de vista, como ser humano – acho que ele também é – não tem sentido um cara bilionário gastar o resto da sua vida para fazer guerra.. nada disso.. trump sonha entrar para história como o cara que salvou os EUA, ele é um capitalista estilo Ford, sonha em recuperar o capitalismo produtivo, trazer os empregos de volta para os EUA.. mas ele está enfrentando uma enorme resistência dentro do próprio país (e fora também).. e eu acho que ele trabalha pelas franjas do sistema, atendendo alguns setores e ao mesmo tempo avançando com o projeto dele.. vejam aí o caso das Coréias.. trump uniu as coreias.. e vai tirar o exército de lá (parte, certamente) e esse é um dos maiores problemas dos EUA, essas guerra absurdas, que só servem para enriquecer a indústria da segurança.. tipo aquela bomba que ele jogou no Afeganistão? A tal MOAB? 1 única bomba que custa centenas de milhões de dólares, simplesmente jogada lá no deserto.. a troco de quê? É um recado. Me parece que trump está abrindo o jogo, na visão dele temos que parar com essas guerras, com esse enorme mercado financeiro e voltar ao bom e velho capitalismo.. seja como for, essa guerra comercial vai desintegrar a UE, porque olha só o que vai acontecer: os EUA se fecham, mais cedo ou mais tarde vai estourar a guerra Irã contra as crias do ocidente Israel/Arábia (são países inventados por europeus), vai afetar de forma seríssima o fornecimento de petróleo, aonde a UE vai buscar petróleo e gas?”

  7. Ou será o Gorbachev americano ?
    Como disse um grande analista internacional: Trump é o Gorbachev americano. Este também foi saudado como o renovador da URSS. Não há como sustentar a farsa do dólar daqui pra frente, que é o que sustenta o imperialismo americano. Acrescente-se a perda da supremacia na tecnologia de guerra. Trump recebeu um país condenado a um crash e há grandes analistas que dizem isto claramente.

  8. Trump está quebrando a cara

    Trump está quebrando a cara de muita gente que apostava no caos em seu governo, inclusive a quase a totalidade dos participantes desse blog.

    Essa queda de braço com a China iria acontecer de qualquer jeito. É a luta pela supremacia econômica que está em jogo, e isso é o cerne da questão sem dúvida. Essa estratégia de Trump de reforçar a indústria americana deve ter algum efeito no crescimento chinês. De qualquer forma é só uma questão de tempo para que o centro econômico mundial migre para o oriente. Trump pode apenas frear o processo.

  9. Puro Marketing

    Trump não saiu do personagem que encarnava em O Aprendiz, simplesmente porque era ele mesmo! Sua lógica é a do “se não posso vencer, transformo em propaganda”.

    Assim acontece com a globalização: ele percebeu a mudança do eixo comercial do Planeta para o Oriente, e preferiu jogar para a torcida, afirmando uma política de comércio exterior mais “dura”, na esperança que o restante do Ocidente faça o mesmo e a balança se equilibre a longo prazo. Nesse meio tempo, ele consegue a reeleição e a hegemonia para os Republicanos.

    Passa o mesmo com a Coréia. Até as pedras sabem que o efeito dessas “intenções” com o Kim será praticamente nulo, mas rende dividendos ao proporcionar a imagem de grande estadista, o que na cabeça do eleitor médio americano, funciona.

    O que não está sendo enfrentato pelos EUA e pelo resto do mundo alinhado com Wall Street é a fragilidade do Dólar frente a outras moedas pelo simples fato de que governos e empresas estão encontrando novas formas de transacionar, como bitcoins, convertibilidade direta.

    As moedas deixaram de ser meramente escriturais e passaram a se tornar virtuais, facilitando o gigante endividamento que vemos hoje. O que o Trump está pondo em evidência é o caráter urgente de encarar esses fatos.

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