Com obstáculos e pressões, Temer cobra agilidade para medidas econômicas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Entre as estratégias de Michel Temer para alavancar a economia, o pacote de concessões e privatizações estava previsto para ser anunciado no dia 25 de agosto, na próxima quinta-feira. O objetivo principal do governo interino de atrair investidores estrangeiros para financiá-las sofre, contudo, alguns obstáculos.
 
O prazo pode sofrer atraso por marcar as véperas da votação final do impeachment. Publicamente, o governo vem defendendo que não adianta anunciar pacote de concessões com o clima de instabilidade sobre com quem as empresas fecharão os contratos e licitações.
 
Além disso, a Secretaria de Parcerias fala em “falta de robustez técnica” de algumas propostas apresentadas por Ministérios, conforme informou o Painel da Folha desta quarta (17). Até o momento, sabe-se que onovo pacote de concessões de infraestrutura incluem quatro aeroportos, duas ferrovias e um terminal portuário.
 
Por outro lado, representantes do mercado e bancos estão contando os dias para começar a a cobrar de Temer as reações propostas em seu governo para a recuperação da economia. O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, por exemplo, teria afirmado ao senador Aécio Neves (PSDB) que “o verdadeiro teste do governo será após a eleição”, uma vez que a Fazenda anda emitindo “sinais trocados” na área fiscal.
 
A tese de que o governo interino alardeia na teoria e pouco faz na prática, relativa às mudanças econômicas, alertam os representantes do mercado.
 
Com esses sinais, o presidente interino pede agilidade nos três eixos que busca para ter respostas econômicas: as medidas do ajuste fiscal, com corte de gastos, além dos projetos que tramitam no Congresso, como a PEC 241; medidas para incrementar as exportações, para ampliar a arrecadação; e o programa de concessões e privatizações, para trazer injeção de dinheiro da iniciativa privada na economia.
 
Diante das pressões, Temer inclusive cobrou dos deputados de sua bancada e base aliada a falta de quorum, nesta segunda-feira (15) na Câmara, quando já corre o prazo para a tramitação da PEC 241, que impõe teto de gastos. Nas sessões, não havia sequer os 51 deputados necessários para dar início à reunião.
 
Com a ausência, líderes foram cobrados, fazendo comparecer mais de 110 deputados na Casa nesta terça-feira. Apesar de não explicitar o motivo das faltas, o blog do Moreno desta segunda mostrou onde estavam os políticos: acompanhando os jogos olímpicos. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Prazo de validade

          Do jeito que vai o “governo” Temer não considerou em sua caminhada para o poder que é impossivel agradar a todos, nem mesmo compreendeu uma lei não escrita, mas básica, quem pagou tem preferencia, e o que foi combinado não é caro, novembro está logo ai, congresso entra em recesso logo no inicio de dezembro, aliás após as eleições deputados normalmnete ficam esperando as “férias longas”, não votam nada pois ficam aguardando as novas composições politicas, e muitos congressistas, caso sejam eleitos para prefeitos, suplentes assumem.

           Temer pode até encontrar com o Papai Noel no Planalto, mas se não cumprir o que prometeu, só irá encontrar-se com o Rei Momo, no Sambódromo de São Paulo.

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