Manstein, marechal alemão, uma aula de sobrevivência, por André Motta Araújo

O Brasil vai precisar de todas as forças de resiliência para reconstruir o Estado devastado pela guerra ideológica alucinada e destrutiva.

Manstein, marechal alemão, uma aula de sobrevivência

por André Motta Araújo

Quando comecei a me interessar por História, na adolescência, meu tema era a Segunda Guerra, ainda recente e com a qual tive, por circunstâncias de vida, muitas ligações. Meus pais eram funcionários do governo americano na Amazônia, onde vivi meus primeiros dias em Manaus. Era o tempo da Rubber Reserve Company, que comprava toda a borracha extraída na Amazônia, a única disponível no mundo para as necessidades da guerra.

A saga dos generais tanto do lado dos Aliados como do lado alemão sempre foi área de interesse, mas do lado perdedor há uma circunstância especial e fascinante, a capacidade de sobrevivência na derrota de grandes vultos, a resiliência na desgraça. Entre os grandes destaca-se  von Manstein.

Erich von Manstein, general prussiano de família militar, foi o comandante das invasões da Polônia, da França, dos Países Baixos e o principal estrategista e comandante de um dos três grupos de exército na invasão da União Soviética. Ao fim da guerra foi preso por quatro anos na zona britânica de ocupação por crimes de guerra. Sua defesa foi paga pelo General Montgomery, o maior dos generais britânicos e por Churchill. Solto ao fim do processo, em 1953, Manstein tornou-se o criador do novo exército da República Federal Alemã, o Bundeswehr, como Assessor Militar do Chanceler Konrad Adenauer.

Manstein foi o cérebro da formação do novo exército e de sua inserção no sistema europeu de alianças frente à ameaça soviética.

Adenauer quis homenagear Manstein e lhe ofereceu o cargo de Comandante do Bundeswher, Manstein disse que jamais poderia considerar tal oferta.

Um oficial do exército nazista ser oficial em uma Europa do pós-guerra não seria novidade. O General Hans Spiedel, que foi Comandante alemão em Paris durante a ocupação nazista, dez anos depois foi Comandante das Forças Terrestres da OTAN, também em Paris, o mesmo homem com outra farda.

Manstein faleceu com 85 anos, em 1973, uma vida intensa atravessando duas guerras mundiais. Seu nome se tornou mundialmente conhecido quando foi o autor do plano para invasão da França pela floresta das Ardenas, passando por fora da Linha Maginot. O Plano Manstein foi vitorioso e desde então considerado um modelo de formação e execução de uma operação militar. Manstein era formulador e condutor, algo não tão comum na Wehrmacht.

Suas relações com Hitler foram ambíguas. Manstein não se filiou ao Partido Nazista e se considerava um militar profissional a serviço do País. Por não ser considerado um adepto de Hitler sua condenação a 18 anos de prisão por crimes em campo de batalha foi comutada e Manstein passou somente 4 anos preso.

Suas memórias VITÓRIAS PERDIDAS foram um bestseller na Europa e EUA, nelas Manstein faz pesadas críticas às interferências de Hitler nas operações militares. Manstein foi o penúltimo dos Marechais de Campo alemães a falecer, o último foi Ferdinand Schoener, no mesmo ano. Manstein foi o de maior sobrevida ativa, ofuscou inclusive o patriarca dos Marechais de Campo prussianos, Gerd von Rundstedt, que foi seu superior. Todos os grandes marechais alemães da Segunda Guerra publicaram suas memórias, eram homens cultos e sabiam escrever muito bem.

Manstein, mais que nenhum outro oficial alemão da Segunda Guerra, teve uma sobrevida importante e surpreendente. Seus aniversários eram o acontecimento social da temporada, com a elite da Alemanha Ocidental presente. No enterro teve honras militares plenas e a presença de mais de mil acompanhantes, alemães e antigos adversários britânicos, franceses e americanos, conseguiu ser respeitado e reverenciado por inimigos.

Manstein e o Marechal Albrecht Kesselring, Comandante alemão no front da Itália, foram os dois altos oficiais alemães mais respeitados pelos Aliados.

Kesselring, de menor estatura no ranking da Segunda Guerra, era dois anos mais velho do que Manstein, não era da casta prussiana e depois de vários julgamentos e prisões recolheu-se à sua casa à beira do lago em Bad Nehuheim onde dispunha da maior coleção de conhaques da Europa.

Tanto Manstein como Kesselring foram testemunhas e não reus no Tribunal de Nuremberg, ambos se comportaram com grande dignidade e Kesselring teve a audácia de afrontar o Procurador Geral dos EUA e promotor no Tribunal Robert Jackson dizendo ” O senhor não entende nada de operações militares”.

Meu foco neste artigo não é a biografia de cada um e sim a surpreendente capacidade de resiliência do espírito, homens com tal acumulo de emoções, perigos, derrotas, perdas (Manstein perdeu um filho na guerra), prisões, interrogatórios que duravam meses, como o espirito não se abaixa, não se quebra?

Depois de uma trajetória que pareceria completa, Primeira Guerra, entre guerras e Segunda Guerra, prisão e julgamento, Manstein ainda teve energia para uma nova carreira com um novo exército, não foi só ele, do mesmo naipe no lado oposto fiz três artigos sobre o General Enrique Lister, um dos principais comandantes no lado republicano (esquerda) na Guerra Civil Espanhola, depois General da União Soviética no cerco de Leningrado, depois General da Iugoslávia no Exército de Tito, depois General a serviço de Fidel Castro na Revolução Cubana, é preciso muita estrutura mental. Lister voltou à Espanha depois da morte de Franco e ainda participou em Madrid da política partidária do pós-franquismo, morreu de morte natural. São espíritos de aço, inquebrantáveis, de extraordinária resistência moral, é impossível não admirar essas lições de vida na resiliência.

A QUESTÃO DA RESILIÊNCIA

O Brasil deve se imbuir da importância da resiliência nestes tempos sombrios do País. A Alemanha se reconstruiu dos escombros da Segunda Guerra, escombros não só físicos, mas, especialmente, institucionais. Nada na Alemanha ficou de pé, nem governo, nem parlamento, tudo foi reduzido a pó. A Alemanha se reconstituiu através da resiliência de sua elite política e empresarial. Nas forças armadas, 70% dos 538 generais da Wehrmacht se tornaram executivos ou empresários na República Federal, assim como 80% dos comandantes sobreviventes dos submarinos, a elite dos U-Boats.

O Brasil vai sofrer nos próximos anos uma devastação institucional jamais vista, com derrubada de programas, serviços, projetos, a corrosiva combinação de combate a um mítico comunismo com um neoliberalismo selvagem fora de ciclo, de mundo, de lógica para países emergentes. Nada vai ficar de pé e a miséria vai ser a tônica dos que já são pobres, ficarão mais pobres e mais desassistidos, não há espaço para 180 milhões de mal de vida no Brasil de hoje.

Manstein foi um exemplo maior pela dimensão profissional, na Europa do pós-guerra muitos foram os exemplos de reconstrução a partir de escombros.

As grandes empresas europeias muito sofreram com a guerra, mas mantiveram sementes para renascer. Siemens, FIAT, Montedison, Renault, Schneider, em pouco tempo reviveram e cresceram. É claro que foi importante o apoio do Plano Marshall, mas sem na outra ponta a existência de elementos organizacionais nas empresas o Plano Marshall não encontraria recipientes validos, a reestruturação da Europa foi obra de suas sociedades.

O Brasil vai precisar de todas as forças de resiliência para reconstruir o Estado devastado pela guerra ideológica alucinada e destrutiva.

AA

Redação

22 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A beleza da guerra, o amor pelo caos e a plena justificativa da desgraça.
    Vamos criar o caos.
    A crise é necessária para que se forjem heróis.
    Heróis especiais, que torcem pelo mal para provar o quanto são bons.
    Havemos que lutar pela paz.
    Mas a paz não é ausência de luta?

  2. Eu acho que não vai haver reconstrução do Estado. Ainda acho que o Brasil vai ser divido em uns 4 pedaços antes de se reconstruir alguma coisa.
    Também não consigo entender como um cara como Bolsonaro conseguiu se formar oficial numa Academia Militar.
    Esse cara não se formaria numa academia militar séria. Já trabalhei como oficiais do Exército e Aeronáutica, mas não consigo entender a existência de um Bolsonaro oficial do exército. É burro demais.

  3. Quando acabar o neoliberalismo, a terra arrasada vai sobrar para os neo pentecostais.
    Não vai crescer nem um pé de árvore.
    Na falta de tudo, o povo vai ter que comer os bodes.
    Ai, sem presal e sem Amazônia, sem pesquisa sem vergonha, talvez isso aqui se transforme em uma pátria vicejante….
    Eles vão levando, levando o que pode
    Se deixar com eles, eles levam até os bode
    É os bode da gente, é os bode méé

    e.t. “Somos todos Cunha!”

  4. “A Alemanha se reconstituiu através da resiliência de sua elite política e empresarial. Nas forças armadas, 70% dos 538 generais da Wehrmacht se tornaram executivos ou empresários na República Federal, assim como 80% dos comandantes sobreviventes dos submarinos, a elite dos U-Boats.”

    Não foi só isso. Foi o Plano Marshall. Dinheiro emprestado a fundo perdido pelos americanos.

    Uma cosia eu Tenho certeza !!! NINGUÉM DARÁ dinheiro para o Brasil se reconstruir. Emprestará a juros estilo SELIC.

    As crises de dívida Externa que tivemos vão ser brincadeira de criança perto das futuras !!!

    Ah, e pré-sal e afins, vaõ ficar com os novos donos !!!!

    Este país acabou !!!

  5. Prezado André

    Agradecemos mais uma vez a generosidade em compartilhar sua erudição e cultura conosco
    Seu post é sombrio e sinistro, porque aqueles que têm resiliência (“grinta”, como dizem meus avós italianos) ou está em cana em Curitiba ou estão desistindo.
    Os anões morais e intelectuais estão empenhados em transformar esse gigante que é o Brasil em um calombo de barro de Liliput

  6. Nas palavras do André, as elites europeias eram capacitadas para a reconstrução. As tupiniquins são capacitadas exclusivamente para rapinar e destruir. Se dependermos de empresários ou militares, seremos varridos do mapa.

  7. Sem dúvida, um belo texto, mas devo discordar, pelo menos em parte. A Alemanha não se recuperou por causa da resiliência de seu povo. Do outro lado havia os comunistas, era necessário combate-los.
    Nos, sul-americanos, pagamos e estamos pagando esta conta.
    Contra o pagamento de contas de terceiros somente a
    Democracia absoluta
    Todo caos que vemos na politica, nacional e mundial, é por que tem pouca participação popular. Precisamos de uma reforma politica. O poder é corruptivo, quanto maior o poder maior a corrupção. Por isso que a politica tem que ter um controle maior do povo.
    Legislativo
    A primeira mudança seria no legislativo em seus vários níveis, onde os seus integrantes não seriam mais eleitos e sim sorteados entre os eleitores. Poderíamos começar com 50% do legislativo sendo nomeado desta maneira. A cada 2 anos haveria um novo sorteio para renovação do legislativo.
    Acredito que assim poderia aumentar o interesse do povo pela política.
    Por sorteio, este grupo de parlamentares seria bem heterogêneo, bem representativo da população brasileira.
    Com certeza, 50% destes parlamentares seriam de mulheres.
    Executivo
    Poderíamos eliminar as coligações partidárias. Cada partido apresentaria seu próprio candidato a Presidente, governador, prefeito e seus vices.
    50% do legislativo, o 50% não sorteado, seria eleito proporcionalmente aos votos dados aos candidatos do executivo.
    Para dar mais controle do executivo pelo povo, a cada dois anos haveria um plebiscito para confirmar ou não a permanência do mandatário no cargo. Caso o “não” vencesse seria feita uma nova eleição para aquele cargo.

  8. O maior ativo de um país é sua elite. Nossa elite nunca foi top – se desse pra fazer uma comparação com copa do mundo nossa elite no melhor momento chegou as quartas de final – mas hoje ela é de quinta como uma seleção que tem chance quase nula de ir pra copa. Bolsonaro é apenas a parte visível desse momento autodestrutivo que será substituído pela dupla Mourao e moro – entreguistas de corpo e alma.

  9. LULA É UM SOBREVIVENTE TB NÉ AMA*!?(André Motta Araújo vulgo AA(lembra comprimido AS)mas q seria melhor assinar André M. Araújo (pra mim lógico)!)
    Obs:AMA vc poderia por favor fazer um daqueles artigos bem direitistas de quando vc acorda com a pá virada e diz”É hoje!”

  10. Haja confusão nos comentários de Araújo! Mas chamar de resiliência dos sobreviventes, generais ou civis alemães, aquilo que foi a falta absoluta de alternativas políticas para a Europa e os EUA na reorganização da Alemanha, depois da arrasadora vitória soviética sobre os nazistas germânicos é dose para elefante! Era evidente, desde o fim das hostilidades, que as burguesias europeias e americana jamais convidariam os comunistas alemães para dirigir aquela nação derrotada…
    Agora, dar valor às bravatas desaforadas de militares e civís no pós-guerra é ver os acontecimentos com a ajuda dos óculos da cegueira…

  11. Executivos das grandes empresas alemãs foram processados e presos naquela guerra encerrada há mais de 70 anos. Mas ninguém pensou em destruí-las, as empresas. Afinal, os líderes alemães do pós-guerra não eram imbecis, idiotas, sadomasoquistas. Quanto ao Brasil, em abril de 2016 achei que se transformaria num novo México: mão de obra deslocada para crimes semelhantes aos daquele país. Estava muito equivocado. Em Novembro de 2018 passei a acreditar que será mesmo um país com perfil de África Subsaariana, o único fora daquele continente. Nunca se recuperará. Os brasileiros, em sua maioria, preferiram assim. Poderia mudar de nome: República da África Subsaariana do Oeste (RASO). A sigla juro que não foi trocadilho intencional.

  12. A elite alemã é igual a todas elites dos países centrais: é patriótica.
    A elite brasileira é igual a todas elites de países periféricos: apátrida.
    São, digamos, resiliências bem diferentes.

  13. Manstein foi um criminoso de guerra e a Wehrmacht praticou milhares de crimes comtra a humanidade. Os oficiais nazistas foram incorporados ao aparelho de Estado e principalmente a media e alta gerencia das grandes empresas da Alemanha Ocidental. Muitos, a grande maioria, criminosos de guerra, racistas e genocidas. Inclusive alguns que trabalharam em empresas no Brasil no pos guerra, como a Volkswagen. A enorme tolerancia aos criminosos de guerra como Mamstein somente pode ser explicada no contexto da guerra fria. Eh exemplo notorio dessa tolerancia o emprego de Klaus Barbie pelo servico secreto dos Estados Unidos jah a partir de 1945. Nao existe nada a ser comemorado ou celebrado em relacao a figuras como Manstein e muitos outros militares nazistas da Wehrmacht. Se Manstein tivesse sido preso na Ucrania ele teria sido enforcado pelos crimes cometidos nesse pais por tropas da qual ele era o comandante. Em resumo, celebrar Manstein eh o mesmo q celebrar Brilhante Ulstra

    1. Manstein nunca foi acusado de tortura, Crimes de guerra praticaram todos os lados no conflito, os britanicos arrasaram Hamburgo em 1943 com bombas de fosforo que queimavam as pessoas, 78.000
      civis alemães morreram, em Dresden os mesmos britanicos mataram 223.000 civis em março de 1945, em um bombardeio de terror porque não havia alvos militares em Dresden, os russos ocuparam Berlim e nem gatos foram poupados, considerando a escala do conflito Manstein foi acusado de pouca coisa.

    2. Onde não os assassinos e assemelhados não são beneficiados? Citando os dois expoentes, Rússia e EUA, acreditas que foram punidos exemplarmente?

  14. Há um trqbalho acadêmico questionando a possibilidade de se mudar a História: A conclusão dele é que é possível sim!!!! Quando a guerra terminou, todos entendiam que ela havia sido ganha pelos “resilientes” sovieticos. Passada uma década, e todos entendiam que a guerra havia sido vencida pelos USA. Na guerra do Vietnã, aquele pequeno país foi invadido,primeiro, pela França e, depois, a pedido da França, pelos Estados Unidos, que literalmente destruiram aquele pequeno país. Hoje, grande parte da população entende que os USA é que foram as vítimas daquela guera na Indonésia. No Brasil, ainda hoje, não faltam aqueles que se colocam a favor do golpe de 64, mesmo existindo audio e vídeos mosttrando líderes americanos conspirando a favor do golpe. A resiliência na Alemanha existiu, a uma, porque não havia outro modo e a duas, porque era incentivada com a finalidade de conter o avanço “comunista”. No Brasil. o que se incentiva e com certeza ainda se incentivará é a indolência e a subalternidade e, qualquer investida de quem quer que seja será punida ate mesmo com a morte. Basta lembrar que a ditadura de 64 foi bem até que o Ditador GEisel resolveu “virar” nacionalista. Foi o que bastou. Em poucos anos, havia a avassaladora campanha daas diretas, capitaneada por muitos que hoje fazem pose de herois. Exceto Lula, um grande líder, posto na masmorra apenas para que um desequilibrado tomasse o governo e fizesse o que está fazendo, com a complacência de praticament todos nós e para benefício de terceiros!!!

  15. Há coisas reversíveis e irreversíveis nestes anos trágicos que estamos vivendo.
    Por exemplo, as reformas da previdência e trabalhista, a PEC dos gastos, são reversíveis. Mas se privatizarem as estatais… isto até é reversível, mas muito dificilmente.

  16. Honra é a principal característica dos personagens tratados no artigo. Quantos homens honrados, cujo maior exemplo brasileiro hoje é Lula, existem hoje na elite brasileira?
    Olha esses militares chinfrins, incultos, se estapeando para apoiar um miliciano estúpido que se ajoelha para os americanos. Olha o empresário Lemann desancado pelo Buffett. Olha o Judiciário, a imprensa dos Marinhos. Olha as artes. Quem vai ser o nosso Fassbinder? O José Padilha?
    Olha o trabalhador bovino aceitando a retirada de direitos, se entupindo de facebook e seitas religiosas ao mesmo tempo que apoia a brutalidade contra o outro brasileiro.
    Onde encontrar resiliência?

    1. Quem me dera, eu nasci durante a Segunda Guerra, a geração do Estado Novo, que conheceu um outro Brasil, de pessoas sem duvida melhores, mais educadas, mais cultas, mais brasileiras.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador