Brasil marca para março visita de Bolsonaro a Trump

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Aproximação dos EUA sobre Brasil para temas de interesse do país já teve início e visita de Itamaraty a Washington coroa agenda oficial

Foto: Marcos Corrêa/PR

Jornal GGN – Já tem data prevista para o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se encontrar com seu colega norte-americano Donald Trump. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, anunciou que o encontro dos dois na Casa Branca se dará na segunda quinzena de março.

Araújo está em agenda em Washington, aonde se encontrou com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo. De lá, o chanceler brasileiro disse que ainda não há detalhes sobre o dia exato e tampouco sobre como será a reunião, em formato de visita de Estado ou tradicional.

O encontro é esperado, sobretudo pelo atual governo brasileiro, porque Bolsonaro já vinha afirmando desde a sua campanha eleitoral a intenção de se aproximar dos Estados Unidos. Ambos de perfil conservador, Bolsonaro mostrou empatia com o polêmico mandatário dos EUA.

Além dos sinais claros dados durante a campanha, quando Bolsonaro usou táticas implantadas pelo norte-americano para vencer as eleições presidenciais, sobretudo os investimentos nas redes sociais para discursar, a admiração de Bolsonaro a Trump foi manifestada também na escolha do Itamaraty.

Isso porque Araújo, então diplomata, já vinha escrevendo artigos a favor de Donald Trump, um deles assinado em 2017, “Trump e o Ocidente”, descrevendo o representante dos EUA como o símbolo da “recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais”. Ernesto Araújo é declaradamente um trumpista contra o multilateralismo.

A nível internacional, a imagem de Bolsonaro foi comparada diversas vezes à de Trump, já pelo tom agressivo e de extrema-direita do candidato eleito, chegando a ser apelidado de “Trump tropical”.

Do lado de lá, o país comemorou a vitória de Bolsonaro no Brasil. O secretário de Estado dos EUA chegou a visitar o novo presidente em Brasília, ainda nos primeiros dias de janeiro, definindo publicamente os interesses do país sobre o Brasil.

Com o discurso de “restaurar a governança democrática e os direitos humanos” na América, pediu apoio do Brasil contra os governos da Venezuela, Cuba e Nicarágua. A resposta veio de imediato: logo após os Estados Unidos defender a autoproclamação de Juan Guaidó, opositor de Nicolás Maduro, como presidente da Venezuela, Bolsonaro também apoiou.

A nível comercial, o país também já mostrou que quer avançar sobre o domínio de empresas brasileiras, como a Embraer, e automaticamente sobre a tecnologia e conhecimentos estratégicos nacionais, incluindo a área de defesa.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. Nassif: acho justa a visita. É da tradição, desde a IdadeMédia, que o vassalo preste homenagem ao suserano. E o dono do redil, dado que este serviçal é de grande importância no quintal latinoamericano, mandara abater um porco gordo e uma novilha sevada para dedeite do lacaio. E se lambusarão com os petiscos, laberão os dedos e beberão líquidos fortes. Pelas altas horas o guaxebe, um tanto alto, agradecerá ao nobre a grande ajuda da CIA e do Mossad no afastamento do SapoBarbudo. Contará a piada da facada e da participação dos VerdeSauvas e da FamiliaImperial na tramóia. Confirmara a mudança da Capital para Jerusalem e que já abriu espaço para que os da EstrelaAmarela ocupassem o corrupto Senado. Em troca, receberá o rol dos bens que deverão ser postos à disposição, tipo Embraer e PreSal e a Vale e alguns outros ativos.

    E de AsaDura retornará a Pindorama, agora seu reduto que lhe foi entregue prá tutelar.

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