Declaração dos BRICS apoia reforma na ONU e discute desenvolvimento

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Documento aborda 134 pontos, incluindo temas como apoio à Palestina, reforma em Bretton Woods e sistema de liquidação transfronteiriço

Foto: Sergey Bobylev / Photohost agency brics-russia2024.ru

Os líderes dos países que integram o BRICS apoiam uma reforma abrangente da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo o Conselho de Segurança, para que suas atividades sejam mais democráticas, representativas e eficazes.

Tal posicionamento integra a Declaração da Cúpula de Kazan, que se encerra amanhã na Rússia, que contém 134 tópicos listados ao longo de 43 páginas tratando de temas como o desenvolvimento adicional do grupo, posição sobre questões globais, sanções e solução de crises regionais.

Em linhas gerais, os líderes do bloco mostram apoio à reforma da ONU, enfatizando a necessidade de a organização se posicionar na gestão global da inteligência artificial.

Como destaca a agência russa Tass, os países também se mostraram contrários às sanções unilaterais motivadas politicamente por conta do impacto no desenvolvimento de outros países – vale lembrar que Estados Unidos e Europa estabeleceram uma série de sanções contra a Rússia por conta da guerra na Ucrânia.

Aumento da violência

Segundo o documento, os líderes do BRICS expressaram preocupação sobre “o aumento da violência e os conflitos armados contínuos em diferentes partes do mundo, incluindo aqueles que têm impacto significativo em níveis regionais e internacionais”.

Sobre os confrontos no Oriente Médio, os integrantes do bloco mostraram preocupação com a escalada em andamento na região, incluindo os ataques cometidos por Israel contra a embaixada do Irã em Damasco.

A explosão de equipamentos de comunicação no Líbano também foi condenada pelos países do bloco, que apoiaram o estabelecimento do Estado soberano da Palestina dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967 e sua admissão à ONU.

Questões econômicas

Com relação à economia, os países do BRICS defenderam a reforma das instituições de Bretton Woods, “aumentando a contribuição dos países em desenvolvimento para a economia mundial”.

Segundo o documento, os integrantes do grupo também concordam com um sistema de comércio multilateral aberto e justo com um papel central para a Organização Mundial do Comércio (OMC), fornecendo um regime especial para os países em desenvolvimento.

“Os países do BRICS concordaram em discutir e estudar a possibilidade de estabelecer um sistema de liquidação e depósito transfronteiriço independente do BRICS Clear”, destacou o texto – o que pode ser uma alternativa ao SWIFT adotado no Ocidente, e no qual os bancos russos estão proibidos de atuar.

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