
Paralelamente às expectativas sobre as eleições dos Estados Unidos, neste 5 de novembro, também avançam os riscos e reflexos do resultado no Brasil.
Do outro lado do continente, gestos de parlamentares bolsonaristas já buscam fortalecer grupos de extrema-direita no continente. Há, inclusive, expectativas de que, se Donald Trump vencer as eleições, Jair Bolsonaro ganhará um apoio na tentativa de blindá-lo na Justiça brasileira, para disputar as próximas presidenciais no Brasil.
Nessa tentativa, uma delegação de parlamentares bolsonaristas já se prepara para uma visita aos Estados Unidos ainda nesta semana. A viagem teria como objetivo formar diálogos dos parlamentares do PL e de partidos aliados ao Partido Republicano.
Deputados e senadores chegaram a enviar uma carta de alerta ao Congresso norte-americano, sobre os riscos dessa visita. Assinam o documento os deputados Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Rafael Brito (MDB-AL) e Rogério Correia (PT-MG) e os senadores Eliziane Gama (PSD-MA) e Humberto Costa (PT-PE).
A carta foi encaminhada por meio do Instituto Vladimir Herzog. Divulgada por coluna de Jamil Chade, o documento foi direcionado a deputados democratas dos Estados Unidos que investigaram os ataques ao Capitório de 2021, incluindo o senador Bernie Sanders e os deputados Jamie Raskin e Sydney Kamlager-Dove.
Na viagem marcada para esta semana, os congressistas bolsonaristas buscariam um fortalecimento com a ala Republicana, diante das informações de que ex-conselheiros de Trump elaboraram um projeto para direcionar recursos para financiar grupos que se opõem a movimentos de esquerda no continente.
A informação divulgada por jornais norte-americanos é que, caso vença as eleições, Trump dedicaria financiamento especial aos grupos extremistas na América Latina.
Nessa empreitada, inclusive, os parlamentares bolsonaristas que viajam aos EUA tratariam de pedir apoio do partido Republicano e, caso vença, de Trump, para defender Jair Bolsonaro de uma condenação.
Segundo a carta enviada aos congressistas, a visita dos parlamentares bolsonaristas “tem o claro objetivo de promover uma narrativa falsa de que o Brasil vive sob uma ‘ditadura judicial’, utilizando redes de desinformação para minar as instituições democráticas brasileiras”.
Nessa linha, buscariam um apoio de Trump para pressionar o Brasil, seja de forma direta pelas redes sociais ou inclusive por canais diplomáticos, para impedir que Bolsonaro seja condenado, colocando-o na figura de “perseguido político”.
De acordo com a colunista Bela Megale, de O Globo, pessoas próximas da família Bolsonaro teriam confirmado que Trump “se comprometeu” a ajudar Bolsonaro, caso vença as eleições no país.
Eles teriam afirmado que Trump poderia utilizar as redes para apoiar Bolsonaro, ou até mesmo influenciar nas relações bilaterais entre os países.
Ainda na adesão do candidato republicano a um apoio a Bolsonaro, os parlamentares de esquerda e centro que encaminharam o alerta ao Congresso dos EUA afirmam que tanto os bolsonaristas, como os republicanos devem apelar à desinformação e ataques ao sistema eleitoral pelas redes sociais.
Eles mencionaram a decisão de Elon Musk de fechar o escritório do X no Brasil, após desobedecer ordens no país para impedir a disseminação de Fake News.
Há também o receio da ala centro-esquerda de que, se Trump não vencer as eleições, os republicanos e a extrema-direita no continente, com o apoio dos bolsonaristas, questionarão o resultado eleitoral de uma possível vitória da concorrente Kamala Harris, com o risco de se repetir o episódio do ataque no Capitólio em 2021.
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Biff Tannen… leva ou não leva?
Agora a Otan está em cheque. Vamos ver se o Trump é um pacifista e acaba com a Guerra da Ucrânia e com as agressões e o expansionsimo do $ionismo.
O Trump tira sua poesia da grandeza passada da América, não do futuro. A sua idade do ouro não está à frente, mas no passado. Ele vai tentar, em vão, fazer os ponteiros do tempo girarem para trás. Alguém tem que dizer no ouvido desse tontinho que o passado é para se refletir, não para se reproduzir.
Os Bolsonaro tentarão sentar no colo de Trump, mas como eles não têm nada a oferecer além de problemas com o Judiciário brasileiro o mais provável é que o presidente dos EUA mantenha distancia. Negócios e lucros como de costume são mais importantes para os gringos do que qualquer ideologia.