Entenda por que Trump insiste em anexar a Groenlândia aos EUA

Trump expressou sua grande vontade em possuir a Groenlândia e afirma que não descarta a possibilidade de usar forças militares para conquista-la

Andy Manis – Euronews

Na terça-feira (7), o presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, deu entrevista coletiva e falou sobre seus planos para este novo ciclo.

Além de explicitar sua intenção de criar novas taxas e impostos para produtos e serviços vindos do Canadá, que posteriormente planeja transformar no 51º estado do país, e o Panamá, expressou seu desejo de fazer negócios para adquirir também a Groenlândia, uma ilha ártica autônoma da Dinamarca. Trump afirmou que não descarta a possibilidade de usar força militar para isso.

No ano passado, Trump declarou que possuir a Groenlândia seria “uma necessidade absoluta” para os EUA.

Coincidentemente, também na última terça-feira, seu filho Donald Trump Junior, chegou na ilha para uma visita privada, dizendo ser por “um pouco de diversão”.

Mas qual o motivo de tanto desejo pela ilha?

Ele já havia comentado que considera a Groenlândia um fator essencial para que a segurança dos EUA seja mantida, porém especialistas dizem que, na verdade, a intenção dele é por outros aspectos da região, já que a ilha é rica em recursos naturais raros, incluindo terras e metais. 

Ainda segundo especialistas, esses fatores seriam de mais fácil acesso agora pois, com as eventos climáticos, o território da ilha está descongelando. 

O que de fato é a Groenlândia?

A Groenlândia é considerada a maior ilha do mundo e habitada por mais de 56 mil pessoas. 

Já foi uma colônia dinamarquesa, mas agora se trata de um território autônomo da Dinamarca, ocupando uma região entre EUA e a Europa. A capital da ilha, Nuuk, está mais próxima de Nova York do que da capital de seu próprio país, Copenhague, na Dinamarca.

A Groenlândia é reconhecida como um fator essencial para a segurança estadunidense pois que, daquele território, seria possível repelir algum suposto ataque da Rússia, de acordo com o pesquisador sênior do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, Ulrik Pram Gad. 

Entretanto, Trump não é o primeiro presidente que planeja uma negociação a fim de comprar a ilha. Em 1867, o presidente da época, Andrew Johnson, responsável pela compra do Alasca, também tinha interesse pela ilha e até chegou a ofertar US$100 milhões, porém a transação não foi concretizada.

Em 1951, os EUA obtiveram uma base aérea, chamada de ‘Pituffik Space Base’, no noroeste da Groenlândia. A meio caminho entre Moscou e Nova York, é o posto avançado mais ao norte das forças armadas dos EUA e é equipado com um sistema de alerta de mísseis.

O território e suas riquezas

Trump pode estar interessado pelos recursos naturais da ilha. O professor de geopolítica na Royal Holloway, Universidade de Londres, Klaus Dodds relata que a região é extremamente rica em petróleo, gás, metais de terras raras, que muitas vezes são procuradas para carros elétricos e turbinas eólicas da transição verde e para a fabricação de equipamentos militares.

No momento, a maior potência em recursos desse tipo é a China, que mesmo antes do segundo mandato de Trump ser confirmado, já havia ameaçado restringir a exportação de minerais essenciais e tecnologias associadas.

“Não há dúvida alguma de que Trump e seus assessores estão muito preocupados com o domínio que a China parece ter (…) Acho que a Groenlândia realmente quer manter a China fora”, disse Dodds. 

O gelo derretendo

Devido às mudanças climáticas, o aumento das temperaturas na região vem desencadeando o derretimento do gelo, dando à Groenlândia novas oportunidades econômicas.

“Trump, eu acho, instintivamente tem a ideia de que o Ártico está derretendo e viu uma oportunidade”, alega Dodds. 

Com o crescente degelo, a navegação pelo Ártico aumentou 37% na década até 2024, de acordo com o Arctic Council, além de assim permitir que as rotas possam ser navegadas por mais tempo durante o verão do hemisfério norte.

É possível que pensem que, devido ao derretimento do gelo, o acesso a essas riquezas seja mais fácil, porém, não funciona exatamente dessa forma. 

“Não é que as mudanças climáticas estejam tornando os recursos da Groenlândia mais acessíveis, mas sim mais necessários”, disse Phillip Steinberg, professor de geografia na Universidade de Durham.

*Com informações do portal CNN

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5 Comentários

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  1. Pq ele deve ser She-Ra ou He-Man. Ele tem a força.
    O que tornou a vida menos pior nos EUA no mandato de Trump foi a economia originada da retirada de seus soldados do Iraque e Afeganistão. Esse pacifismo possibilitou a melhoria da vida da maioria da população. Agora ele vai enveredar pelo caminho oposto. A vida da população vai piorar e “Adeus, Trumpism”

  2. A Groenlândia é reconhecida como um fator essencial para a segurança estadunidense pois que, daquele território, seria possível repelir eventual ataque da Rússia, de acordo com o pesquisador sênior do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, Ulrik Pram Gad.
    Ele não conhece os mísseis hipersônicos manobráveis e indetectáveis a não ser quando ele já está praticamente atingindo o alvo com ogivas desaguando em delta?

  3. Reescrevam o texto, por favor. Uma boa revisão não só melhora o texto escrito como torna a leitura mais agradável. E faz um bem danado para a norma culta.

  4. Pronunciamento covarde de autoridade dinamarquesa propõe cooperação com eua “ainda maior do que a já existente”. Do outro lado, sintetizadores da história “, em outra sugestão covarde, já acenam com uma arriada de calça pois “a Dinamarca é ínfima militarmente ”
    Ora, sem precisar regredir a resistências como Cuba e Venezuela, o Panamá, que também não é potência militar, se pronunciou de forma mais digna e alinhada aos interesses de seu país.
    Claro que a questão panamenha se torna mais simples pois mesmo perdendo militarmente, após a sempre inútil perda de vidas de ambos os lados numa guerra, não seria difícil inviabilizar o trânsito pelo canal, mesmos com os custos importantes para a economia do país usurpador envolvidos numa eterna vigilância e constantes reconstruções para manter a operação.

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