Fechamento da USAid coloca vida de milhões em risco

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Decisão de Trump afeta ajuda para milhares de programas sociais no mundo, inclusive escolas para meninas no Afeganistão e ajuda para a África

Arte: Wikipedia

A decisão de Donald Trump em suspender as atividades da USAid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) por 90 dias já começa a gerar efeitos desastrosos em diversos países, mas também abre uma janela para a China ocupar esse espaço.

Reportagem do jornal britânico The Guardian destaca o caos da suspensão de 90 do financiamento da agência responsável por 40% da ajuda externa global: funcionários trancados para fora dos escritórios, remessas deixadas para apodrecer e assistência interrompida.

O presidente dos Estados Unidos pretende fundir a agência com o Departamento de Estado, alinhando os gastos com as prioridades e diminuindo sua força de trabalho.

Porém, analistas ouvidos pela publicação britânica afirmam que a decisão de Trump oferece à China uma oportunidade preciosa para expandir a sua influência no momento em que os dados econômicos chineses mostram um país com economia um pouco mais enfraquecida.

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Ao mesmo tempo, programas de desenvolvimento assistidos pela USAid estão em pânico e em alerta por conta dos riscos de aumento de fome, morte e doença. A administração Trump já enfrenta processos judiciais movidos por sindicatos de servidores públicos e associações que apontam a ilegalidade e a inconstitucionalidade do fechamento da USAid.

A revista Time listou algumas das implicações da suspensão dos recursos da agência norte-americana:

  • Escolas para meninas do quarto ao sexto ano estão sendo fechadas no Afeganistão
  • Famílias estão retornando para bairros destruídos em Gaza sem acesso a água limpa, abrigo ou provisões.
  • O financiamento para professores e suprimentos em Uganda acabou.
  • Toneladas de sementes estão atualmente em um depósito no Haiti em vez de serem distribuídas aos agricultores.
  • Clínicas de saúde materna e planejamento familiar no Malawi estão fechadas.
  • Em Bangladesh, a assistência alimentar para refugiados será cortada pela metade em março e acabará completamente em abril.

O World Food Programme (Programa Alimentar Mundial) chegou a anunciar a necessidade de obter US$ 404 milhões para atender 80 milhões de pessoas em 80 países, mas a situação está transformando muitas conjunturas em situações desesperadoras.

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2 Comentários

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  1. Tudo fachada, essa agência é co-responsável por alguns dos mais brutais golpes de estado no mundo, inclusive o 1964 no Brasil e mais recentemente na nossa vizinha Bolívia, onde quase mataram Evo Morales e houve um banho de sangue no país.

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