Posição de Netanyahu preocupa EUA em acordo com Arábia Saudita

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Sauditas exigem calma em Gaza e formação de Estado Palestino para avançar com acordo que pode normalizar situação israelense entre árabes

Foto: GPO/via fotospublicas.com

Os Estados Unidos mostram preocupação com a possibilidade de o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu comprometer um acordo com a Arábia Saudita se isso representar o fim dos confrontos na Faixa de Gaza e o trabalho em torno de uma solução de dois Estados.

“Temos procurado tentar com a negociação dos aspectos bilaterais, mas mesmo que concluíssemos esses acordos – e acredito que poderíamos, relativamente rapidamente – não poderia avançar sem outras coisas que precisam acontecer para que a normalização prossiga”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante a comissão de relações exteriores do Senado.

“Há uma oportunidade para Israel se integrar na região, obter a segurança fundamental que necessita e deseja, ter as relações que deseja desde a sua fundação. Os sauditas deixaram claro que isto exigiria calma em Gaza e um caminho credível para um Estado palestino”, destacou, afirmando que “pode muito bem ser que, neste momento, Israel não seja capaz ou não esteja disposto a prosseguir por este caminho”.

Barreira extremista

Como lembra o jornal britânico The Guardian, o governo de Joe Biden tem mantido tratativas com os sauditas em um plano onde as relações com Israel seriam normalizadas em troca de um pacto formal de defesa com os Estados Unidos e assistência no desenvolvimento de um programa nuclear civil.

Para Israel, tal normalização teoricamente poderia abrir espaço para a aceitação do estado judeu no mundo muçulmano e reforçar uma coligação de defesa árabe-israelense contra o Irã.

Entretanto, uma condição para esse acordo é o fim da nova guerra em Gaza e o consentimento de Israel para a formação de um novo mecanismo de governo na região coberta pela Autoridade Palestina, na Cisjordânia.

Embora essa saída seja muito favorável para Biden, a extrema-direita israelense ligada a Netanyahu não quer qualquer tipo de concessão para a Palestina.

Inclusive, a coligação que colocou Netanyahu no poder já deixou claro que pode derrubar o governo do primeiro-ministro, que vê no cargo a sua melhor oportunidade de vencer as acusações de corrupção das quais vem sendo alvo.

Vale lembrar que países como Espanha, Noruega e Irlanda reconheceram a existência do Estado palestino, o que aumenta a pressão internacional em torno do governo de Israel.

Leia Também

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador