
Milhares de israelenses voltaram às ruas para protestar contra as mudanças judiciais impostas pelo governo de Benjamin Netanyahu, e a pressão em torno das autoridades começa a abrir espaços para concessões.
Netanyahu reassumiu o cargo de primeiro-ministro de Israel em dezembro do ano passado, e uma das primeiras medidas da sua coalizão – majoritariamente conservadora e religiosa – era uma “reforma judicial” que limitasse as capacidades da Suprema Corte e desse mais poder aos políticos em torno das nomeações de juízes.
O primeiro-ministro só começou a ceder por conta de um dia de greve nacional realizado no mês passado, e uma pausa na legislação foi anunciada até a reunião de verão do Knesset, programada para o mês de maio.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o presidente do comitê de constituição, justiça e lei de Israel, Simcha Rothman, afirma que o público entende a necessidade de reforma, mas a questão é quanto e o quão profunda ela será.
“Quando você detalha, os protestos são sobre … desconfiança no governo. Muitas dessas pessoas não são teóricos da conspiração”, diz Rothman, ligado ao partido Sionista Religioso, de extrema-direita, e um dos integrantes do Knesset.
“Eles sabem que há uma necessidade de mudança, mas pensam: ‘Não confiamos em vocês para fazer isso, porque vocês são religiosos e conservadores, e o primeiro-ministro tem três acusações'””, disse.
Manifestações contra as reformas
Desde que a legislação entrou em vigor no mês de janeiro, milhares de cidadãos tem realizado protestos todas as semanas contra o que consideram um “golpe judicial”, em meio aos receios e desconfianças de retrocesso democrático.
Neste sábado (15/04), mais de 100 mil pessoas voltaram às ruas da cidade de Tel Aviv para protestar contra as reformas propostas pelo governo, e manifestações menores foram registradas pelo país, como afirma a emissora Al Jazeera.
Ao mesmo tempo em que a população voltou às ruas, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a classificação de crédito do país de positiva para estável, indicando o potencial de tumultos econômicos contra as propostas do governo Netanyahu.
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