Domingos Brazão culpa Lessa pela morte de Marielle: ‘Psicopata’

Ex-conselheiro do TCE-RJ, Brazão foi ouvido pela Comissão de Ética da Câmara no processo de cassação do mandato do irmão, Chiquinho

Crédito: Reprodução/ TV Câmara

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados analisa, nesta semana, o processo que pode levar à cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser uns dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). 

Nesta terça-feira (16), os parlamentares sob a relatoria de Jack Rocha (PT-ES) ouviram o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, irmão de Chiquinho convocado como testemunha de defesa. 

Preso há 113 dias também sob a acusação de ser um dos mandantes, Domingos Brazão negou ter qualquer relação com grupos milicianos do Rio de Janeiro, também negou que a indicação de Katia Lenise Fontoura Pereira, esposa do miliciano Marcus Vinicius Reis dos Santos, o Fininho, a um cardo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Sobre o caso, Brazão admitiu conhecer o miliciano de um evento do governo estadual na comunidade do Rio das Pedras, mas negou que havia um bilhete de Fininho em seu gabinete exigindo a indicação. Ele refutou ainda as alegações de que faria parte de um esquema mais amplo de corrupção e favorecimento de grupos milicianos.

Sobre Marielle Franco, afirmou que nunca a conheceu pessoalmente. “Eu sequer conheci a vereadora Marielle Franco, não tenho disputa territorial com ninguém, nem política, nem territorial. jamais ocorreu… Não conheci, não cheguei a conhecê-la. Nunca tive nenhum problema com o PSOL”, acrescentou.

No entanto, o crime teria sido cometido apenas pelo psicopata do Rossie Lessa, executor confesso do crime, que denunciou os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior de planejarem o assassinato. 

Para construir sua versão, Brazão disse que Lessa teria feito pesquisas sobre outros nomes conhecidos do PSOL, como Chico Alencar e Jean Wyllys, que renunciou ao mandato e deixou o país em 2019 após sofrer ameaças. 

Emoção

Domingos agradeceu a oportunidade de participar da oitiva para tentar salvar o mandato do irmão, pois teve a oportunidade de ser ouvido pela primeira vez desde que foi preso. 

Ao lembrar da reclusão, aliás, o ex-conselheiro não segurou as lágrimas. “Vai ficar essa sequela desse sofrimento, você saber que é inocente, você ficar em uma penitenciária federal. Perdi quase 20kg, não poder ver os seus amigos. A gente é inocente”, disse Brazão, que disse confiar na Justiça.

Mandante

Já na segunda-feira (15), foi a vez do delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior ser ouvido pelo Conselho de Ética. 

Ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ele negou diversas vezes ter qualquer relação com os irmãos Brazão, com quem nunca teria conversado desde o dia em que nasceu.

“Estou aqui preso há quase quatro meses, e a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado Giniton [Lages], que efetivamente prendeu com provas técnicas o Ronnie Lessa [assassino confesso da vereadora e de Anderson].”

*Com informações da Agência Câmara de Notícias.

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