Senado aprova nome de André Mendonça para STF

“Um passo para um homem, um salto para os evangélicos”, disse após aprovação; nome de Bolsonaro foi sancionado por 47 votos a 32

André Mendonça, novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Jornal GGN – O nome de André Mendonça foi aprovado pelo plenário do Senado Federal para ocupar uma cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF) por 47 votos a favor e 32 contrários.

A sabatina do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em uma reunião que durou cerca de oito horas.

Segundo a relatora, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a indicação veio carregada de polêmica e discussão, principalmente por conta do aspecto religioso, mas afirmou que ninguém pode ser vetado por sua condição religiosa e que não foi esse o critério para sua indicação.

“É uma votação simbólica para o Brasil. [André Mendonça] é um servidor federal, com muita dedicação ao serviço público. Mendonça tem todas as condições técnicas de ser ministro do STF”, disse a senadora, segundo a Agência Senado.

Quando ocupou o cargo de ministro da Justiça, Mendonça recebeu críticas pela produção de um relatório, dentro do ministério, sobre a atuação de 579 professores e policiais identificados como antifascistas.

Segundo Mendonça, o relatório não tinha cunho investigativo. Ele também foi criticado pelo uso da Lei da Segurança Nacional (LSN – Lei 7.170, de 1983) contra críticos do presidente Jair Bolsonaro. A LSN terminou sendo revogada pela Lei 14.197, de 2021.

‘Terrivelmente evangélico’

Mendonça foi classificado como ‘terrivelmente evangélico’ pelo presidente Jair Bolsonaro, e deixou isso claro em sua sabatina – embora tenha defendido o Estado laico, ele disse que “na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”.

Em seu primeiro pronunciamento como ministro do STF, Mendonça agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro pela indicação, ao Senado pela conclusão da votação, tanto na CCJ quanto no plenário, e citou diversos políticos evangélicos que o apoiaram no Senado.

“É um passo para um homem, mas na história dos evangélicos do Brasil é um salto. Um passo para um homem e um salto para os evangélicos”, enfatizou, em referência à frase do astronauta norte-americano Neil Armstrong ao chegar à Lua na década de 60.

Aos 49 anos de idade, André Luiz de Almeida Mendonça é formado pela Faculdade de Direito de Bauru (SP), tem o título de doutor em Estado de Direito e Governança Global e mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha.

Pastor da Igreja Presbiteriana, ocupou os cargos de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Mendonça é casado e tem dois filhos.

(Com O Globo)

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Redação

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  1. Só o fato de estar se discutindo durante tanto tempo e com tanto destaque o nome do agora aprovado para ministro do STF já é um fato por demais perturbador. Alguma coisa está errada nisso daí e,muito provavelmente,está no salto para os evangélicos,ou seja,em querer acabar com o Estado laico.

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