Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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A conta econômica da Lava Jato, por André Araújo

A conta econômica da Lava Jato, por André Araújo

O Ministro Joaquim Levy em sua última viagem aos EUA deu uma entrevista-seminário à Agência Bloomberg News onde falou longamente sobre as perspectivas da economia brasileira.

Enfatizou as boas oportunidades em investir na infraestrutura do Pais, em forma de PPP e concessões, dizendo que seria uma boa oportunidade para fundos de pensão estrangeiros, uma vez que ele acha que o BNDES agora não será uma fonte principal de recursos, os empresarios precisam procurar fontes privadas e ele vê os fundos como óbvias.

O anfitrião-entrevistador retrucou falando da crise de corrupção na Petrobras, ao que o Ministro revidou dizendo que isso é prova de transparência do País e que gente está indo para a cadeia por corrupção, o que ele acha positivo.

O Ministro fez seu papel, não poderia dizer outra coisa mas as questões de corrupção não são encaradas no exterior de forma tão esquemática e simplificada, os reflexos são bem mais complicados para o Brasil.

Atrair fundos de pensão sempre foi minha tese, há dois anos através de amigos levei essa tese ao Governo, tivemos bons contatos com o MDIC e APEX mas nada atravessou a burocracia imensa que barra essas iniciativas. Meu projeto era fazer uma série de seminários de apresentação de projetos de infraestrutura em cidades-eixos de fundos de pensão. 

Os fundos de pensão estão no coração dos Estados Unidos, nas cidades do interior e não em Nova York, San Francisco, Chicago, Dallas e St.Louis. Mas o Brasil tem o vicio que vem da Era FHC de só se relacionar com Wall Street e dentro de Wall Street os interlocutores são Goldman Sachs e Morgan, o Brasil via Banco Central e Fazenda CASOU com esses dois bancos, só fala com eles, um grave erro, não existe só a banqueirada e as agências de rating nos EUA, o País tem muito mais gente de peso que tem interesse no Brasil mas o Brasil nunca vai até eles, parece que os despreza, não faz questão, como já conhecem o John Williamson e o Paulo Leme, acha que basta, EUA é só isso para eles, depois dão uma passadinha em Washington, vão ao Fundo e até logo.

O mundo de fundos de pensão americanos TEM horror a Wall Street depois que levaram rasteiras dos “espertos” da crise de 2008, especialmente a Goldman Sachs, que inventou esses titulos tóxicos conhecidos como “subprime” e enfiou o que pode nesses fundos, onde micaram solenemente. Hoje os fundos de pensão preferem analisar projetos diretamente, sem a intermediação dos “magos” de Wall Street, então é preciso ir até eles e eles NÃO estão em NY.

Essa é uma longa historia, não vou contar toda aqui, fui ao governo com um pessoal americano que se dispunha a fazer esses seminários, eu tenho uma experiencia excelente com fundos de pensão canadenses que estiveram no Brasil visitando projetos de infraestrutura, fui guia deles, fazem análises próprias sem intermediação de bancos, se o Brasil tivesse começado esse roteiro em 2013, como propus, hoje estaríamos adiantados.

A pergunta da Bloomberg sobre a corrupção na Petrobras e a resposta do Ministro foram óbvias.

O caso Lava Jato, ao contrário do que diz o Ministro, NÃO ajuda o Brasil, só atrapalha e a resposta dele não leva a nenhum lugar porque a resposta não dá conforto e segurança a investidores novatos que não conhecem o Brasil.

Imagine-se alguém convidar um amigo para uma festa bacana onde vai ter muita coisa boa mas você já avisa que nessas festas costuma aparecer a Polícia dando batida, fazendo escândalo e sempre levam alguns presos.

Alguém acha que o seu amigo convidado se anima a ir à sua festa? Claro que não. Ninguém quer estar perto de confusão mesmo que não seja alvo da Polícia , NINGUEM QUER ESTAR PERTO DESSE AMBIENTE.

Enquanto essa Lava Jato não acabar, não vem investidor novato aqui, a gafieira assusta, porque arriscar?

A raiz desse processo é um modelo copiado dos EUA, o sistema de “ACORDOS” dos promotores com os réus e dentro desse sistema vem a “delação premiada”. Mas há uma grande diferença. Lá os Procuradores Federais são advogados experientes que vem da advocacia privada, não são concursados. Esses advogados CONHECEM ECONOMIA, não são apenas praticantes de Direito. Os acordos são “ajustados à realidade economica”, ninguém multa uma empresa para matá-la, porque morta ela não vai pagar multa nenhuma, acordo tem que ser bom para os dois.

Aqui os Procuradores impuseram penalidades, na primeira rodada, tão irreais que as empresas vão fechar e não vão pagar nada. Quando a CGU propõe a celebração de acordos de leniência, os Procuradores não aceitam, querem declaradas as empresas inidôneas, que na prática significa o fim delas. Então IMPORTARAM APENAS UMA PARTE DO MODELO AMERICANO, importaram a moldura mas não o conteúdo. Na primeira rodada de punições econômicas a Lava Jato pediu a devolução da propina de 400 milhões de Reais, o que já não tem sentido, a PROPINA FOI PAGA E NÃO RECEBIDA, como quem pagou vai devolver? A devolução é para quem recebeu, é lógico. Depois impuseram uma multa de 900 milhões de Reais e MAIS 3 BILHÕES DE DANOS MORAIS, quem vai pagar isso? A partir de uma infração de 400 querem arrancar R$ 4,3 bilhões? E ainda declarar as empresas inidôneas, mas ai elas fecham e não pagam nem dez reais. Quanta falta de lógica, de bom senso, de percepção de economia, não sabem fazer cálculos realistas?

O Ministro Levy vai ter dificuldade em trazer investidores sensíveis para cá, com esse ambiente POLICIALESCO ninguém virá, investidor não gosta desse cenário de policiais com metraladoras caçando executivos algemados, é o barraco na festa, a elite não curte gafieira e não adianta esse papo de “transparência”, eles vão dizer “então deixa ficar transparente e calmo que ai a gente vai”. A Lava Jato ajuda a afundar uma economia já ruim, não sacaram?

Quem lida com economia precisa entender de economia, essa aula faltou no cursinho.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

16 Comentários

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  1. A Lava Jato ajuda a afundar

    A Lava Jato ajuda a afundar uma economia já ruim, não sacaram?

     

    Tb acho

     

    Devíamos deixar tudo como esta …sacou?í

  2. Não é preciso ser expert como

    Não é preciso ser expert como André Araujo para saber que a Operação Lava Jato afunda o país. Transparência “meuzovo”!! A farra encenada na “República de Curitiba” é um festival de indecências, ilegalidades e obscuridades, apresentada pela mídia sob o manto farsesco de “combate à corrupção que os empresários da mídia nunca quiseram e nem querem combater, porque seriam as primeiras vítimas nesse combate.

     

    Na minha opinião foi arquitetada e construida com o único propósito de ganhar as eleições de 2014. Não ganharam e continuam tentando destruir o inimigo que elegeram com a mesma estratégia de usar o judiciário corrupto como arma como fizeram no julgamento do ” Mentirão ” (Hildegard Angel).

    Naquele julgamento farsesco os ministros concordaram em corromper a corte em troca de favores que só conheceremos no futuro e da garantia de que o aparato midiático forneceria verossimilhança e aparencia de legitimidade à FRAUDE. Esqueceram-se de combinar com a blogosfera. Ficaram nus com a boca na botija.

    Já para o Moro, um afago do Instituto Innovare basta porque ele é um juíz a serviço de uma CAUSA neofascista declarada desde 2004, como revelou em reportagem o Paulo Moreira Leite.

    “Desde 2004, juiz pretendia operação para deslegitimar a política”

     

    A direita acusa tanto a tantos de estarem tentando transformar o Brasil numa Venezuela mas, na realidade, essa direita é que está tentado transformar o país num Paraguay!

     

  3. os tecnocratas da economia e a devoção por WS

    Os rescaldos dos anos 80 permanecem

     

    Deixar nas mãos exclusivas de tecnocratas da Fazenda as negociações da divida com o pessoal de Wall (tendo o Citi à proa) imprimiu uma aurea de absoluta devoção e submissão às bancas de NY. 

    O efeito marginal disso foi a consolidação no Brasil (no mercado, na imprensa econômica, no governo, entre os analistas e formadores de opinião) de uma postura deferente e exclusiva às recomendações advindas de Wall Street. Os anos 90 foram claro nesse sentido. Fundos de pensão americano virou anedota entre os participes do mercado brasileiro: coisa daquela gente caipiras do Teneessee, das titias “chás da 5” aposentadas do Idaho, etc. Quem se habilitaria a ir no interiorzaco do Wyoming conversar com os gestores dos fundos, se tenho o pessoal de Nova Iorque na minha agenda?

    Essa visão estreita das relações vai permanecer, pois a cultura de negociações econômica e financeira,  herança dos anos 80, consolidou-se como um assunto exclusivo de tecnocratas, muitos devotos da banca de Wall Street(apesar de 2008), e não o envolvimento de um aparato político mais avrangente, envolvendo o Itamaraty,, o MDIC, o Apex e outras instâncias governamentais.

    1. É isso mesmo, parabens pela

      É isso mesmo, parabens pela boa analise, acrescento ainda que A PARTIR dessas relações dos tecnocratas com Wall Street é que saem os bons cargos de executivos aqui e lá (já chegaram a ter 800 brasileiros em Wall Street), melhor ainda, o network de ligações que proporciona sociedade em corretoras, gestoras e bancos aqui no Brasil.

      Arminio Fraga é um exemplo, hoje é sócio do Morgan no Brasil.

  4. E o que ele ia dizer?

    Coloquem sugestões de respostas para o ministro á pergunta:

    1) No Brasil a grande imprensa junto com parte do poder judiciário estão fazendo tudo para afundar o país!

    2) Não, isto tudo é bobagem, há vinte ou trinta anos o pessoal roubava muito mais, porém, seus idiotas, vocês nem se davam conta!

    3)…..

  5. “O Ministro fez seu papel,

    “O Ministro fez seu papel, não poderia dizer outra coisa mas as questões de corrupção não são encaradas no exterior de forma tão esquemática e simplificada, os reflexos são bem mais complicados para o Brasil.”

    Cheguei a conclusão de que tenho um problema seríssimo de entendimento das coisas, pois tenho quase certeza de que o professor André Motta Araújo já escreveu que nos Estados Unidos, questões como as investigadas pela Lava Jato, são tratadas dentro da regra do “interesse nacional”. Ou seja, procuram punir as pessoas, mas preserva-se as empresas, pois a economia não pode parar.

     

  6. Esse texto, muito bom como sempre

    quando A. Araujo usa sua experiência pessoal, prova que, se uma grande parte da burguesia brasileira tem uma recaída de Maria Antonieta, a parte que trabalha e cria riquezas (infelizmente uma parte pequena) está se insurgindo contra as Maria Antonieta.

    O que estranho mais na situação atual e ver que banqueiros e empresários não reagem, achando que sendo ricos e poderosos eles não serão atingidos pelos Moro da vida. Mas o nome Gerdau, mentor do Instituto Millenium já apareceu no Zelotes, Bradesco também,. Sem nenhuma reação, provavelmente achando que só grudam problemas sobre o PT.

    E os acionistas das empreiteiras, será que eles acham que vão se safar (de novo né Camargo Correia?) comprando os juízes do STF “ás escondidas” debaixo dos holofotes da Gloebbels, da Abril, e outros “jornais” dignos herdeiros dos relatados pelo H. de Balzac há 150 anos?

    Acham que quase todos enlouqueceram.

  7. Eos fundos de pensão BR

    Eos fundos de pensão BR poderiam ser uma opção mas estão quebrados pelo governo e você quer trazer fundos de pensão dos EUA.

    Fundo de pensão EUA lembra sempre a Argentina.

    Não é a lava jato o problema é a solução.

     

  8. O Judiciário é assim

    Não adianta espernear. Há muitos juízes de inteligência curta, aprovados em concurso não pela inteligência e cultura, mas apenas pelo tempo dedicado à técnica (ler livros de direito e decorar tudo para quem tem o maior tempo possível, filhos bem nascidos que não tinham a necessidade de trabalho para se sustentar). Sempre vai ser assim, é o modelo brasileiro herdado de Portugal. Moro é um exemplo apenas, o mais superlativos diga-se de passagem. Acha que com sua caneta pode mudar o país. Voluntarismo inconsequente. Tem ele muitas qualidades e com certeza está acima da média brasileira dos juízes em termos de dedicação, mas o maior defeito é não se inserir no contexto e ter assumido o papel de carrasco reclamado pela mídia, até recebendo prêmio que ele deveria saber inapropriado para sua função em pleno exercício da competência. 

    Mas o problema é maior, é o Direito brasileiro. Nos EEUU André, essencialmente capitalista, o direito sofre uma análise econômica. Isto já tem décadas (escola de Chicago etc.). Para o leigo no assunto leitor do blog, o meio deve ser proporcionalmente econômico ao fim almejado. O direito está inserido em uma economia de mercado, não pode querer ser autônomo e passar por cima de fundamentos econômicos, porque o direito não cria riqueza, ao contrário, se aplicado cegamente as destrói. 

    Se vc falar isso para os doutrinadores brasileiros todos, em sua maioria, acham um ultraje. O direito seria para eles uma ciência social, tal qual a economia, que deve achar o meios de se adaptar aos conceitos jurídicos. Aqui no Brasil, ao contrário, temos sempre uma análise jurídica da economia. Vejam os planos econômicos e as milhares de ações. Vejam as milhares de ações querendo revisar contratos bancários, excluir juros, taxas, e o juiz achando que pode se meter nisso.  Não estão preocupados eles com as consequências econômicas de suas decisões. Não entendem que o aluguel é mais caro porque a ação de despejo é uma “burrocracia” só (direito social à moradia). Não entendem que os juros são altos porque há milhares que não pagam os contratos, há milhares que sequer vão receber, há milhares que vão querer alterar as taxas no Judiciário, e há milhares que vão ser impossíveis de serem cobrados em razão da “burrocracia” da execução (direito à execução menos gravosa, impenhorabilidade de direito em poupança, absurdos tupiniquins). 

    Enfim, falta ao juiz, e a todos os atores processuais (MP, Polícia etc.), fundamento econômico, porque no Brasil o direito por si só é um fim, não interessa as consequências econômicas da decisão. Ele está certo ao dizer que as suas decisões ajudam o Brasil, porque ele tem a visão estreita dos fundamentos jurídicos apenas, do mundo do dever ser jurídico, do direito como norma, mas falta a ele e a todos os juristas brasileiros o mundo do ser, do direito como apenas mais um instrumento a serviço da sociedade, que não pode subjugar todos os outros, principalmente a economia. 

  9. “O anfitrião-entrevistador

    “O anfitrião-entrevistador retrucou falando da crise de corrupção na Petrobras, ao que o Ministro revidou dizendo que isso é prova de transparência do País e que gente está indo para a cadeia por corrupção, o que ele acha positivo.”

    Resumindo… viva o Juiz Moro…

  10. Apelo.

    Acho que todo esse poder desmedido e disputado a tapas na mídia e fora dela entre PF X MPF X Judiciário, é fruto dessa experiencia revolucionária, porem fracassada, implantada pela presidenta Dilma desde seu primeiro governo, de manter um ministério sem ministro, uma pasta autogestionária, num dos ministérios mais importantes de qualquer governo, o ministério da justiça. 

    Tivesse a pasta um ministro à frente e metade dos descalabros que hoje campeiam em todas as aréas de influencia do ministério, não ocorreria.

    Companheira presidenta! Ouça esse deseperado apelo de seu eleitor; renuncie imediatamente em dar proseguimento a experiencia tão nefasta, reconheça o fracasso e nomeie o quanto antes um ministro da justiça, por maior que seja o seu apreço pela autogestão tão ao gosto de anarquistas como eu.

  11. E tem uma outra coisa também,

    E tem uma outra coisa também, AA. Como isso tudo está sendo feito na base do linchamento, está cheio de furos jurídicos. Furos esses que advogados experientes saberão aproveitar quando seu cleinte sair das garras do Moro e for para outras instâncias.

    Ali não haverá pressão da “opnião pública” para usar “domiínio do fato” e outras extravagâncias. Pois não se trata de lideranças do PT, e sim de altos executivos. Então eles não serão presos, sejam culpados ou inocentes, e as empresas não pagarão as multas.

    E pior, o que garante que não ingressem com pedido de indenização, já que o Estado, através do carrasco Moro os prendeu indevidamente? Essas prisões todas baseadas em um festival de delações que mantém os réus presos para coagi-los tem base jurídica extremamente frágil. É possível que lá na frente os acusados ganhem os processos por indenização. E daonde vai sair esse dinheiro? Do bolso do Moro? Do bolso do procuradores intocáveis? Do bolso do contribuinte, claro.

    Ou seja, corruptores não serão presos, a união não será ressarcida dos prejuízos da corrupção e ainda terá que desembolsar as indenizações. O unico resultado prático: Quebra de empresas, demissões, e o desgaste do governo. Mas talvez seja a unica coisa que interesse nessa história toda mesmo

  12. E …………..

    Boa análise, no entanto, o proposito não é o citado. Não é salvar a Perobras, as empreiteiras e construtoras.

    O propósito é detonar tudo e todos, e depois da terra arrasada, virem distribuir o butim.

    Esta claro que, as alianças para conseguirem o poder que não conseguiram nas urnas, é no tapetão, e o desemprego gerado pela Operação Lava Jato, é provocar este desemprego e insatisfação para se possivel apear o PT do governo, privatizar a Petrobras, BNDES, BB, Caixa e e por ultimo mas não menos importante, deixarem vir as empreiteiras norte-americanas, holandesas, inglesas, e coreanas, tão ou mais  corruptas que as atuais.

    Assim todos, manipulados pela familia goebbels e seus comparsas, ficarão felizes para sempre!

    E a nação, que se FFFFOOOOOOOOOODDDDDDDDDDDDDDaaaaaaaaaaaaaaaa…………………….. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  13. Omaha 5/02/2015

      Caro AA, este é o local e a data, daqui há 10 dias, uma reunião em um shopping center ( quase no estacionamento, com barraquinhas, bem brega), uma cidade sem nada para fazer, chata, conservadora, no meio das planicies do meio oeste, em Nebrasca ( nem eu conheço alguem que já foi para Nebrasca , só o Lemann, Telles & Sicupira devem ter ido ), mas é onde será a reunião anual dos investidores do Berkhishire Hathaway, o maior fundo de investimentos do Mundo, do Buffett – Não é no Plaza NY.

       Meu filho, iniciativa seria boa, uma rodada pelos investidores de longo prazo, tanto americanos como canadenses, fora de wall street e seus bancos comissionados, a busca por investimentos mais “baratos” quando diretos, sem as taxas de intermediação, são bem melhores, mas demandam tempo, contatos sólidos ( lobby local ), sem sindicalização de contratos e seguros por bancos ( garantia da não venda do papel até o vencimento ), ações para as quais, creio nossos negociadores e vendedores não estarem preparados – alem, é claro, de algo que se tinhamos um pouco, perdemos: segurança juridica, que para um observador externo, investidor “long term”, que tem que pagar aposentadorias e pensões, com um universo atuarial em elevação constante, alem dos 73 anos, do investidor que está entrando hj. aos 22/24 anos, é FUNDAMENTAL – base de saida.

        Portanto, infelizmente, o “dinheiro bom”, de longo prazo, altamente concorrido no mercado, que começou a vir para o Brasil nos ultimos anos, com esta bagunça institucional juridica, irá secar – no direto e no indireto ( fundos de derivativos caucionados e operados através de Bancos de Investimento ), e irá demorar para “limpar”.

       P.S.: Gostei de seu exemplo: Imagine um daqueles administradores de Fundo de Pensão dos Professores da Califórnia Central, ou um Pastor administrador do Fundo de Pensão das Congregações Batistas da Carolina do Sul, sendo presos pela Policia Federal em uma festa em Curitiba – é uma imagem até comica.

  14. Para contrariar alguns coxinhas ……………..

     “Portanto, infelizmente, o “dinheiro bom”, de longo prazo, altamente concorrido no mercado, que começou a vir para o Brasil nos ultimos anos, com esta bagunça institucional juridica, irá secar – no direto e no indireto ( fundos de derivativos caucionados e operados através de Bancos de Investimento ), e irá demorar para “limpar”.

    Para os que dizem e até se rejubilam em dizer que não haverá saída, repasso do Blog do PHA – Conversa Afiada:

    BRASIL É PAÍS ESTRATÉGICO NA ÁREA DE PETRÓLEO, DIZ PRESIDENTE MUNDIAL DA SHELL

    O Brasil é um parceiro forte e estratégico na área de exploração de petróleo, avaliou o CEO da Shell, Ben van Beurden, após se reunir com a presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (23), no Palácio do Planalto.

    De acordo com ele, os negócios da petroleira se tornaram ainda mais estratégicos com a recente aquisição da British Gas (BG) pela Shell. “Temos confiança no clima de investimentos no Brasil”, afirmou.

    Durante a audiência, Beurden conversou com a presidenta Dilma sobre os planos da Shell para o Brasil e, segundo ele, externou a confiança em negócios de longo prazo no País. Com a compra da BG, a Shell se tornou a maior parceira da Petrobras na exploração do pré-sal. “Reafirmei nosso forte interesse com relação à implementação futura dessa parceria e continuamos com nossos planos de investimento no Brasil no longo prazo.”

    Confiança na Petrobras

    Sobre a Petrobras, ele destacou a confiança nos negócios com a companhia de petróleo brasileira. “Temos tido uma relação de trabalho muito forte e aberta com a Petrobras, estamos sobretudo confiantes nas operações conjuntas em andamento no Campo de Libra e antecipamos com muito interesse nossos investimentos futuros com a empresa”, declarou. Disse ainda que os planos da Shell são de uma parceria, que é vantajosa para as duas empresas, pelas habilidade técnicas complementares.

    Ele avalia ainda que a compra da BG, vai levar a uma quadruplicação das operações da Shell no Brasil, atingindo até o final da década 20% da produção global da empresa.

    “Tenho 100% de confiança de que a Petrobras sairá do atual episódio. E sairá mais forte como empresa. Isso foi um elemento de consideração muito importante ao fecharmos o negócio que nos posicionará como a empresa parceira líder da Petrobras por muitas décadas por vir”, enfatizou.

     

     

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