A encruzilhada de Moro e Bolsonaro, por Juan Arias

Em artigo, jornalista diz que presença de ex-juiz da Lava Jato no governo se torna duplamente importante – e enigmática - no momento atual

Jornal GGN – As sucessivas notícias envolvendo as suspeitas de corrupção por parte da família do presidente Jair Bolsonaro o colocam diante de um abismo, junto com seu ministro da Justiça, Sergio Moro, principalmente depois que Bolsonaro alertou que podem trazer novas notícias sobre o “caso Marielle” que, segundo ele, seus inimigos tentam ressuscitar. Mas que nunca chegou a morrer.

Em artigo publicado no jornal El Pais, o jornalista espanhol Juan Arias explica que a presença de Moro no governo Bolsonaro no atual momento é algo duplamente importante, enigmático e até perigoso. A mais recente impressão é que Moro, que não excluía sair para vice-presidente nas próximas eleições (e evidenciando suas ambições políticas), aparecia cada dia mais perto do bolsonarismo, em meio a elogios rasgados ao presidente.

“É verdade que pode dizer que não é mais o temido juiz da Lava Jato e apenas ministro da Justiça. Isso em teoria”, diz Arias. “Na prática, sua figura e sua imagem de intransigência contra a corrupção o colocam agora em uma situação que poderia significar seu teste definitivo. Terá de escolher. Continuará apostando em Bolsonaro e sua família diante dos novos acontecimentos? Continuará brincando de avestruz como se isso já não lhe dissesse respeito?”

Outra questão: até que ponto Bolsonaro seguirá confiando em seu superministro? Ou temerá uma traição com base no consenso popular que Moro apresenta, maior que o do presidente? Um sinal disso é o recente desdobramento do Ministério da Justiça para criação do Ministério da Segurança Pública.

“Será que Bolsonaro está começando a duvidar da lealdade de seu ministro que também lhe servia de escudo e teme uma dessas traições das facas longas? Estaria considerando sangrar os poderes de seu ministro que de escudo pode se tornar seu inferno?”, questiona o articulista. As próximas semanas (ou dias) sejam definitivos para a relação de amor e ódio entre os dois – principalmente depois que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deixou clara sua intenção de enfrentar Bolsonaro nas urnas.

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Três nomes, mesma denominação: golpistas tenebrosos em atrasos e chicanas et caterva. Um não larga o outro, fossem carniças e disputar o último osso já carcomido. Vale tudo para permanecer apoiando o bolsonado, confiando, obviamente, nos 57 milhões de energúmenos que lá os colocaram. Apostam, também, na leniência (pra não dizer coisa pior) dos tribunais dito superiores. Ainda, no interesse predador dos tais empreendedores brasileiros que, de empreendedores só possuem a contumácia com que escalpelam, tosquiam e guiam seus rebanhos ao matadouro mais próximo. Resta saber que fazem os generais sempre tão ciosos de suas límpidas carreiras: carreiras? Ora, ora e ora. Opa!

  2. Moro, Bolsonaro e Witzel.
    Estamos ferrados e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor e menos desigual.
    O fato também prova de forma cabal que o brasileiro é um BURRO.

  3. Realmente essa dúvida se Moro vai ou não entregar Bolsonaro algum dia é perda de tempo.
    Mapeamento dos nossos problemas políticos:
    Sérgio Moro: ex-juiz suspeito (atual ministro da injustiça), envolvido em corrupção com Deltan Dallagnol na Vaza-Jato, pegando dinheiro da PETROBRAS (R$ 2.600.000,00) e fazendo fundação para eles;
    Bolsonaro: Miliciano a favor da tortura e em busca do poder;
    Witzel: Genocida e assassino de crianças, em busca do poder;
    Dória: Gay (não saiu do armário) que detesta pobre, sempre em busca do poder.
    Conclusão estamos ferrados.

  4. Esses dois bonequinhos estão brincando na arena de modo interessante.
    Dos dois maravilhados expoentes nascidos sob o signos do fogo, cada um quer mais poder que o outro e nenhum dos dois admite ser contrariado.
    Bozo manda no moro e pode destitui-lo a qualquer tempo.
    Moro tem a polícia, a opinião pública e a globo em seu favor.
    Sendo o moro destituído da graça, a queda do bozo seria uma questão de tempo – breve tempo.
    A globo, incensando o moro, garantiria a candidatura dele, recuperaria o domínio da narrativa política nacional, se livraria do bozo e partiria para a recuperação financeira, conseguindo, quem sabe, as mesmas benesses que conseguiu nos governo do PT.
    O bozo, bocudo do jeito que é, foi atacar o witzel em casa, vejam só. Sendo ele marrudo e parrudo, conhecendo o passado de anil do bozo e de seus filhos metralhas, vai alimentar a fogueira até consumi-los
    A solução para o bozo é, e sempre será, em primeiro lugar, sumir com o queiroz, levar o moro em banho maria, e exportar os seus filhos meliantes.
    E o queiroz que se cuide, pois para ele o céu é o limite.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador