Após seis meses parado, caso rachadinha de Flávio Bolsonaro volta a tramitar no Rio

MP diz que ação pode continuar com delações, depoimentos e outros documentos obtidos independentemente de quebras de sigilo

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Jornal GGN – As investigações sobre o esquema de rachadinha supostamente liderado por Flávio Bolsonaro e assessores próximos em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro voltou a tramitar após decisão de uma desembargadora do Tribunal de Justiça, no final de junho.

Segundo relatos de O Globo, Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo acolheu um pedido do Ministério Público e notificou a defesa de Flávio para apresentar respostas à acusação. A comunicação foi expedida no último dia 3 de agosto.

O processo da rachadinha – esquema de corrupção que consiste em ficar com parte do salário de assessores parlamentares, sendo alguns deles assessores fantasmas – estava parado há seis meses por causa de discussão sobre o uso de provas obtidas por meio de quebras de sigilo questionadas pela defesa de Flávio, que também briga na Justiça para que a investigação tramite na segunda instância, e não na primeira, como defende o MP.

Para dar continuidade à ação, o próprio MP pediu a retirada de 16 provas que tinham origem direta ou indiretamente em informações fornecidas a partir das quebras de sigilo, já anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça. Segundo o jornal, entre as provas anuladas estão, por exemplo, “documentos sobre pagamentos de imóveis do senador e da mensalidade escolar de suas filhas.”

O MP continua o processo com outras evidências, como a delação premiada da ex-assessora Luiza Souza Paes, que confessou o esquema das rachadinhas no gabinete de Flávio. Materiais obtidos nas operações de busca e apreensão também devem continuar no processo. A validação das provas ainda será julgada pelo órgão especial do TJ-RJ.

A defesa de Flávio disse que a decisão da desembargadora é “precipitada” e que vai recorrer ao STJ.

O caso rachadinha, também conhecido como caso Queiroz – porque tem como operador do esquema de corrupção o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz – tem potencial para atingir o atual presidente da República, Jair Bolsonaro.

Segundo investigação da jornalista Juliana Dal Piva (ex-O Globo e atualmente no UOL), a rachadinha pode ter sido criada por Bolsonaro e depois aplicada nos gabinetes de seus filhos, Carlos e Flávio Bolsonaro. Antes de Queiroz coordenar parte do esquema, uma das ex-esposas de Bolsonaro é suspeita e ter participado da organização criminosa e, inclusive, colocou dezenas de parentes e pessoas de sua confiança como laranjas nos gabinetes.

Redação

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