
Em depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o tenente-coronel e ex-ajudante da presidência Mauro Cid afirmou que presenciou quando o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente, entregou dinheiro em espécie – dentro de uma embalagem para guardar vinhos – para financiar o plano “Punhal Verde e Amarelo”. As informações de Juliana Dal Piva foram publicadas no site ICL Notícias, nesta sexta-feira (6).
De acordo com duas fontes próximas à investigação, o dinheiro foi destinado por Braga Netto ao grupo conhecido como “Kids Pretos”, militares do grupo de Elite do Exército, durante um encontro em uma das residências oficiais da Presidência da República, no final de 2022.
Cid também revelou, em depoimento, Militar também revelou que Bolsonaro recebia informes de Braga Netto diariamente sobre o andamento do plano que seria operado pelos “Kids Pretos”, que previa os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Moraes. Ação tinha como objetivo final um golpe de Estado, devido a derrota de Bolsonaro nas urnas nas eleições de 2022.
De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o plano “Punhal Verde e Amarelo” seria consumado no dia 15 de dezembro de 2022, dia em que ao menos seis militares do grupo “Kids Pretos” chegaram a se posicionar em diversos pontos de Brasília para capturar Moraes.
Cid diz, no entanto, que não tinha conhecimento de que o plano previa as execuções.
Custos de R$ 100 mil
Conforme relatório da PF sobre a trama, em 12 de novembro de 2022, Cid junto do major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima se reuniram na residência de Braga Netto, então ministro da Defesa de Bolsonaro, para discutirem os detalhes do plano.
Dois dias após esse encontro, no dia 14 de novembro de 2022, Oliveira e Cid falaram sobre o assunto tratado na fatídica reunião. O então ajudante de ordens ainda pressionou o major para obter a estimativa de gastos com a ação dos “Kids Pretos”.
Oliveira, então, sinalizou que a ação custaria em torno de R$ 100 mil, contando somente os gastos relacionados a estadia e alimentação dos envolvidos, além de alguns materiais.
Vale ressaltar, que não se sabe se esse foi o montante entregue por Braga Netto aos Kids Pretos.
Acordo de delação
As novas alegações de Cid foram dadas em depoimento para Moraes, após a PF pedir o fim do acordo de sua colaboração premiada por ele ter omitido informações sobre o plano de assassinatos.
Contudo, após audiência no dia 21 de novembro, diante dos novos detalhes, Moraes manteve os benefícios do acordo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi preso duas vezes em inquéritos da PF, mas está em liberdade desde maio.
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“Na verdade, o presidente da época sabia de tudo, ele comandava essa organização”. – Advogado do Cid
“Alguma coisa, evidentemente, ele tinha conhecimento, mas o que é um plano? O plano tem um desenvolvimento muito grande”. – Advogado do Cid
Primeiramente, o advogado afirmou não só que o Bolsobosta sabia de tudo, mas que comandava a organização criminosa. Depois, o advogado muda do vinho prá água: O Bolsonaro, evidentemente, tinha conhecimento de alguma cosa, mas não de tudo, porque o plano tem um desenvolvimento muito grande. Como o plano tinha um desenvolvimento muito grande, o Bolsonaro não tinha como saber que, esse plano, incluía os assassinatos do Jeca, do Joca e do Juca, pois ele não tinha como saber de tudo, e, da parte que ele tinha conhecimento, não estão os planos de assassinatos.
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