

Jornal GGN – A denúncia foi feita há mais de 10 anos. A primeira condenação ocorreu em 2015, seis anos após o processo começar a tramitar na Justiça. Foi condenado a 20 anos de prisão no mensalão. Na segunda instância, os desembargadores não aumentaram sua pena, a diminuíram. E ele responde em liberdade até hoje, a meses de poder pedir a prescrição do caso.
A descrição não é mensalão “petista”, mas do “tucano”. E o investigado não é o ex-presidente Lula, mas o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB). Em liberdade desde que foi condenado pela segunda instância há 8 meses e já passados 11 anos desde que foi denunciado, o tucano aguarda em liberdade enquanto tem mais um de seus recursos julgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) hoje.
É a segunda leva de recursos que o ex-governador mineiro recorre na segunda instância, com possibilidade de mais uma sequência para recorrer. Se no caso do ex-presidente Lula, a alegação do juiz Sérgio Moro para prendê-lo sem que todas as suas possibilidades recursais sequer fossem esgotadas era que Lula tentava “postergar” a sua prisão, a mesma visão não é tomada pelos desembargadores que analisam o caso do tucano.
Isso porque na última decisão tomada pelo TJMG, no dia 7 de março, os desembargadores diminuíram nove meses do tempo de prisão decretado em primeira instância e permitiram que Azeredo respondesse ao processo em liberdade até que os recursos sobre a condenação de segundo grau esgotassem.
Se é que vai chegar. Porque a denúncia foi feita pelos procuradores da República há 11 anos, e em setembro de 2018, Azeredo completa 70 anos de idade, podendo pedir a extinção de sua pena.
O caso que envolve o tucano também inclui outros 15 denunciados. Apenas dois deles foram condenados. E nenhum foi preso até agora. A discrepância do julgamento do ex-governador em comparação com a recente prisão de Lula não termina. O recurso que será analisado hoje tampouco decidirá o fim de seu julgamento ainda na segunda instância.
Se o TJMG decidir manter a decisão anterior, que foi a de diminuir a sua pena e deixá-lo em liberdade enquanto recorre, ainda há para a defesa do tucano mais uma sequência de recurso no mesmo Tribunal.
O Tribunal o havia condenado em agosto de 2017 pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato no caso conhecido como “mensalão tucano”, que desviou verbas para abastecer o caixa de campanha de tucanos em Minas Gerais, em 1998, ocorrendo antes do que depois viria a ser o chamado “mensalão petista”, concluído por sua vez há quatro anos.
Quando o caso foi analisado, em março pelo TJMG, o desembargador Adilson Lamounier, relator do processo, votou por manter “a condenação imposta ao apelante pelos delitos de peculato e lavagem de dinheiro”. Mas Alexandre Victor de Carvalho, que foi o voto divergente entre os três juízes, alentou a defesa:
“Podem ser interpostos nesta instância ainda embargos declaratórios e embargos infringentes em razão da divergência havida entre meu voto e dos dois desembargadores que condenaram o acusado”, havia dito.
Pois bem. O advogado de Azeredo ingressou com um recurso a mais e terá outro, ainda, na segunda instância. Antes de a condenação ser levada para o terceiro grau, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e para a última. Até lá, outras chances aparecem para ele: quando completar 70 anos, Azeredo pode pedir a prescrição de sua condenação.
Na semana passada, Eduardo Azeredo disse que espera que “Deus ilumine os desembargadores” que vão julgar seu recurso hoje. É que ele pede a nulidade de seu julgamento. Mas uma terceira leva de recursos, os embargos de declaração sobre a decisão dos embargos infringentes, ainda poderá ser ingressada pela defesa.
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Clara Ant
A militante petista Clara Ant pergunta indignada onde andam a OAB e o CNJ que não tomam providências no caso do juiz que pediu para alguém dar umas bolachas em Gleisi Hoffmann. Clara Ant isso é coisa do passado. Esqueça
Parem de comparar Azeredo ou
Parem de comparar Azeredo ou qualquer outro tucano imundo com Lula. Lula não cometeu nenhum crime, não recebeu propina em malas de dinheiro, não tem milhões de dólares depositados na Suiça, não foi presenteado com nenhum apartamento milionário em Higienópolis e Paris e usufruiu do bem.