Em prisão domiciliar, delatores da Lava Jato levam vida de luxo

Jornal GGN – Os delatores da Operação Lava Jato, como Fernando Baiano, Sergio Machado e Nestor Cerveró, tem tido uma vida de luxo após firmarem acordos de colaboração premiada e receberam o benefício da prisão domiciliar.

Machado, ex-presidente da Transpetro, cumpre pena em sua casa, uma mansão no litoral de Fortaleza, Ceará. Ele admitiu que recebeu R$ 75 milhões em propina e, após o acordo com o Ministério Público Federal, cumprirá três anos de prisão domiciliar.

Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró cumpre sua pena em um sítio em Itaipava (RJ), após ter sido preso em Curiiba (PR). Localizado em um condomínio de luxo, o sítio tem 2700 metros quadrados e Cerveró não pode deixar o perímetro de sua residência por um ano e meio, exceto em caso de emergências médicas.

Já Fernando Baiano, lobista condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, cumpre pena desde novembro de 2015 em uma cobertura na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, avaliada em R$ 12 milhões. Apesar de não poder sair do prédio, o condomínio oferece piscina, quadra de tênis, churrasqueira e salão de beleza. 

Enviado por antonio francisco

Do O Tempo

Delatores levam vida de luxo

Com acordos, presos na Lava Jato são confinados em pomposas mansões e coberturas
 
LUIZA MUZZI

Vista para o mar, piscina, quadra e churrasqueira. O cenário parece ideal para uma boa temporada de férias, mas tem sido o destino de vários criminosos envolvidos na operação Lava Jato que, após acordos de colaboração premiada, receberam o benefício da prisão domiciliar. Em troca de informações sobre o esquema na Petrobras, muitos conseguiram o direito de cumprir pena nas próprias residências – que são, quase sempre, palcos de luxo e pura mordomia.

É o caso do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Após botar fogo no mundo político com gravações que atacaram a alta cúpula do PMDB, Machado cumpre hoje pena em sua mansão no litoral de Fortaleza. O delator admitiu ter recebido R$ 75 milhões em propina, mas, pelo acordo com o Ministério Público (MP), passará apenas três anos de prisão domiciliar.

Direito semelhante foi adquirido por Nestor Cerveró. Desde 24 de junho, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, que estava preso em Curitiba, cumpre pena em um sítio em Itaipava (RJ). Já o lobista Fernando Baiano, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro vive, desde novembro, em uma cobertura na Barra da Tijuca, no Rio. Pelo acordo, Baiano não pode deixar o local, mas tem permissão para circular dentro do condomínio, que oferta atividades esportivas, piscina, sauna, serviço de cabeleireiro e de massagem e salão de festas para 300 pessoas.

Entenda. Os acordos de delação são realizados para incentivar os criminosos a oferecerem informações novas sobre os crimes. Quem consegue o benefício de cumprir pena em casa precisa ficar dentro de um perímetro delimitado, podendo se ausentar apenas em emergências médicas e para trabalhar em certos horários – no caso dos regimes aberto e semiaberto. 

As regras variam, mas, normalmente, os presos usam tornozeleiras eletrônicas e têm uma lista de visitantes autorizados – que não se aplica ao restante da família. Apesar da limitação, a Justiça Federal do Paraná admitiu que não há fiscalização com relação às visitas.

Os cativos precisam prestar serviços comunitários e comparecer em juízo periodicamente, além de serem proibidos de deixar o país e de manter contato com outros investigados. Em caso de descumprimento das regras, o acordo pode ser revogado. 

Mesmo com tantas normas, as rotinas de luxo deixam, na população, uma incômoda sensação de impunidade. Professor de direito da Fundação Getúlio Vargas Rio, Thiago Bottino defende que os acordos só deveriam ser feitos quando o MP perceber que jamais seria capaz de, investigando por sua conta, descobrir o que o delator está revelando. “É preciso lembrar que são pessoas que praticaram crimes, logo mereceriam ser punidas, e só não serão se a colaboração for tão necessária a ponto de justificar a não punição. Isso precisa funcionar bem porque pode acontecer de ter mais gente delatando do que sendo punida”, pondera. Na Lava Jato, 76 pessoas já foram condenadas em primeira instância, sendo que foram firmados 56 acordos de delação premiada, segundo a Procuradoria da República no Paraná. 

O cientista político Paulo Roberto Figueira Leal lembra que o instrumento da delação é novo no Brasil. “Ainda estamos tateando quais são as possibilidades que oferece e os efeitos colaterais que gera. É o primeiro caso importante em que os acordos têm sido sistematicamente utilizados, e é óbvio que, como primeira experiência, há mais riscos de concessões exageradas”.

Segundo o MP, os acordos são feitos apenas quando há concordância de que os benefícios, incluindo recuperação de valores desviados, superarão significativamente os custos para a sociedade.

Ostentação

Outros. O ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco também estão presos em apartamentos de luxo no Rio. Em uma casa de alto padrão, em São Paulo, está Júlio Camargo.

 

 

 
 
 
Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Delatam e entregam o que

    Delatam e entregam o que quiserem. E a investigação é toda baseada nessas delações. Alias, nem tem investigação. É só deduragem e acabou. Como vamos saber se foi só isso? E a recuperação total do dinheiro? Nem em sonho?

  2. Essa matéria mostra

    Essa matéria mostra concretamente que no Brasil, quanto mais um ladrão roubar (a partir das centenas de milhares de reais indo até os bilhões ) mais vale a frase = O CRIME COMPENSA,ou melhor, O CRIME RECOMPENSA rs.  Esse é um país que conta com uma das elites mais fdp’s do mundo. Como virar um país de verdde tendo essa gentalha lá no topo? Sei lá…

  3. O que não se divulga, além

    O que não se divulga, além das mansões que prosseguem sendo dos larápios delatores, é o percentual que está no bolso deles. Por exemplo: se Machado recebeu 75 milhões em propina, qual o percentual acordado para ele reter em suas contas?

     

  4. PMPC – Presídio-Mansão Particular Customizada: só a…

    PMPC – Presídio-Mansão Particular Customizada: só a…

    …JTFB – Justiça dos Togas Falantes Brasileiros para inventar uma barbaridade dessas. Com certeza seguiram o exemplo do narcotraficante Pablo Escobar, aplicado na Colombia. Agora, todo traficante dono de helicoca, em Minas Gerais e no resto do Brasil, vai querer o mesmo quando for pego. Brincadeira esses Togas Falantes.

  5. A matéria de capa da Carta

    A matéria de capa da Carta Capital vai mais fundo ainda nessa história. A unica punição dos caras é carregar uma tornozeleira no pé. Poderia ser um constrangimento inaceitável, mas não é, pois nenhum deles tem um pingo de vergonha na cara. Para eles o que conta é grana, e claro liberdade para curtir a grana.

    E mais, a Carta Capital revela que o Youssef está na eminência da ganhar o greencard. Isso porque vai ajudar os EUA a detonar a Petrobrás, em prol dos investidores americanos. É mais ou como a peleja Cristina Kirchner versus os abutres.

    Mais uma bela constribuição da República do Paraná. Seremos um país sem corruptos na Petrobrás, porque não haverá Petrobrás. Em compensação haverá muitos dedo-duros.

  6. “Professor de direito da

    “Professor de direito da Fundação Getúlio Vargas Rio, Thiago Bottino defende que os acordos só deveriam ser feitos quando o MP perceber que jamais seria capaz de, investigando por sua conta, descobrir o que o delator está revelando.” 

    Meu caro Thiago, você está querendo demais. Nos nossos aparelhos investigativos estatais prevalecem a lei do menor esforço ou da incompetência. Ou os dois.

    A grandissíssima maioria dos crimes praticados no país terminam impunes. É um verdadeiro faz de conta. Para serem desvendados têm que ter bastante repercussão, vide o caso Amarido.

    Quanto ao MP, podemos considerá-los, parafraseando Leonel Brizola, “investigadores de punhos de renda”. Só vão na boa. Não consigo imaginar os senhores escalando o Alemão ou o Chapadão com seus bem cortados ternos e mestrado em Harvard atrás de traficantes. Ficam em seus escritórios climatizados escolhendo seus alvos preferenciais.

    Bem, pelo menos é a imagem, em épocas de Forças Tarefas ,que estão passando. É a imagem que está prevalecendo.

  7. .

    Pior (ou melhor?) que isso só o juiz Lalau que além de cumprir a pena em sua mansão do Morumbi , ainda tem um agente na porta da sua casa custeado pelo estado para lhe monitorar , e que na prática serve de sgurança particular . 

  8. Uma indecencia.
     que dizer

    Uma indecencia.

     que dizer então dos pagamentos milionários feitos por estes sujeitos  para sua defesa? Dinheiro este que pertence a vítima?

    É o mesmo que: um de nós ser assaltado e parte do valor ser usado em favor do criminoso para pagar seu advogado.

    Um absurdo!!

  9. As provas e a realidade mostrando que os crimes compensam!

    Esses são os verdadeiros bandidos, ladrões, corruptos e quadrilheiros que se beneficiaram dos roubos e corrupções, que após devolverem uma pequena parte de suas fortunas para ser utilizado como marketing da lava jato e dedurarem envolvendo quem os investigadores e o judiciário queriam, agora estão livres, inocentados e curtindo a vida numa boa e gastando as fortunas provenientes dos roubos!

    O crime para alguns realmente é ultracompensador, taí a lava jato, o Moro, suas práticas e os caguetas recompensados para provar!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador