Entrevista: Deborah Duprat lembra histórico de violência de garimpeiros contra o povo Yanomami

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Desde o governo Collor, garimpeiros desrespeitam os limites impostos pelo Estado e promovem assassinatos de indígenas da tribo Yanomami

Deborah Duprat sentada, de óculos vermelhos
A jurista Deborah Duprat concedeu entrevista ao TVGGN Justiça. Foto: TVGGN.

A ex-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, participou do programa TVGGN Justiça da sexta-feira, 6 de maio. A jurista comentou sobre os recentes conflitos entre o povo indígena Yanomami e os garimpeiros do estado de Roraima. Para ela,

Em 1993, houve o reconhecimento desse território Yanomami. Na época do Governo Collor, esse território contava com 40 mil garimpeiros. Não sei se vocês se recordam de uma cena do Collor vestido de militar para expulsar garimpeiro… Tinha essa simbologia de que, pelo menos, o poder era contra (os exploradores). Mesmo assim, no mesmo ano de 1993, houve uma chacina, que é o único caso reconhecido de genocídio brasileiro. (O episódio) foi a morte de 22 indígenas, com um único homem: a maior parte foi de mulher e uma criança recém-nascida. Foi o massacre de Haximu. Então, os Yanomami têm essa relação extremamente sofrida com o garimpo.

Agora, o que de fato está acontecendo no presente é que se tem 20 mil garimpeiros [nas terras Yanomami], segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que concedeu medida cautelar, porque considera que a situação é grave, principalmente no contexto da covid-19. Enfim, é tudo muito grave e muito pouco claro“.

Na semana passada, lideranças, ativistas e associações ligadas à causa Yanomami denunciaram o estupro e morte de uma criança indígena, violência contra mulheres e desaparecimento de pessoas. A escalada da violência dentro de terras que pertencem aos povos originários acontece na esteira do crescimento do garimpo ilegal sob o governo Bolsonaro.

A APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – precisou entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal para obrigar o Estado brasileiro a cumprir com o que determina a lei e oferecer segurança e proteção aos povos indígenas.

Para assitir à íntegra do programa, clique no vídeo abaixo.

1 Comentário

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  1. Acho difícil que os fatos tenham ocorrido em 1993. O Presidente Collor em razão do processo de impeachment foi afastado do poder em dezembro de 1992.

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