Jornal Nacional e a manipulação de contextos nas notícias, por Carlos Castilho

Do Observatório da Imprensa

A manipulação de contextos na montagem de notícias
 
Por Carlos Castilho
 
Se há um veículo de comunicação na imprensa brasileira que costuma levar a manipulação da informação ao seu estágio mais sofisticado, este é o principal telejornal de Rede Globo de Televisão. Há muito tempo que o JN reduziu a prioridade pela notícia para enfatizar programas e eventos envolvendo interesses comerciais da empresa , bem como o proselitismo aberto em favor das causas político-financeiras apoiadas pelas Organizações Globo.

No terreno comercial a emissora dedica cada vez mais espaço em seus noticiários para promover novelas, shows musicais, eventos esportivos e iniciativas de seu interesse direto. O espaço para informações sobre problemas comunitários e formas de resolvê-los está sendo substituído por preocupações comerciais da empresa, travestidas de notícia jornalística.

A emissora é suficientemente hábil e inteligente para perceber que é necessário dar atenção aos problemas sociais das comunidades para não perder mais audiência. A questão é que ela trata temas como saúde, moradia, corrupção, segurança e desemprego sob o viés político em vez de buscar o engajamento de seus repórteres e editores com a prática do chamado jornalismo de soluções, onde os profissionais participam da busca de alternativas em vez de se limitarem à pratica das reportagens declaratórias, estilo “ele disse, ela disse”.

Mas é no terreno político que o contexto torna-se mais importante na análise do noticiário “Global”. Um jurista interessado em abrir um processo judicial contra a Globo terá muita dificuldade para enquadrar a emissora nas leis vigentes porque a maior rede de televisão do país tem a necessária expertise para contornar os dispositivos legais.

O que a Globo sabe fazer magistralmente é manipular contextos, como por exemplo, a alocação de tempos para acusação e defesa. Uma denúncia feita por algum delator no processo Lava Jato recebe um detalhamento que toma vários minutos enquanto a defesa merece rápidas e burocráticas menções do tipo “todas as doações foram registradas de acordo com a lei eleitoral”, “não comentamos inquéritos em andamento”, ou “ainda não tivemos acesso aos autos do processo”, sem falar no lacônico “não conseguimos contato com,,,,”.

Discutir a legalidade de tal processo é chover no molhado porque a emissora sempre vai alegar que seguiu o preceito jornalístico da consulta à parte atacada ou agredida. A questão é a diferença de tempo e detalhamento. Na maioria dos casos de divulgação de denúncias por delação premiada não houve da parte dos telejornais da TV Globo a preocupação em apresentar de forma detalhada os argumentos da outra parte. Assim, o telespectador acabou sempre ficando sob o efeito do impacto da denúncia, mesmo aqueles que não acreditaram nela.

Na atual batalha da informação a propósito da continuidade ou não de Dilma Rousseff na Presidência da República, os fatos e dados perderam importância em favor da forma como cada parte os inseriu num contexto que lhe é favorável. A cultura tradicional do jornalismo enfatiza a veracidade e exatidão de fatos e dados, mas ainda não desenvolveu o mesmo grau de especificidade e detalhamento em relação aos procedimentos editoriais sobre como contextualizar corretamente uma noticia. Um dado não existe fora de um contexto. Ele pode ser exato mas manipulado conforme a imagem do copo meio cheio ou meio vazio.

Um editor ou jornalista pode criar um contexto sem alterar dados, fatos ou eventos. O copo é o mesmo, o volume de água idem, mas o profissional pode descrever o fato de maneiras diferentes o que vai induzir o leitor, telespectador ou internauta a desenvolver percepções e opiniões condicionadas pela descrição jornalística.

Outro exemplo da manipulação de contextos foi dado pela TV Globo no caso da hostilização de funcionários da empresa por desafetos políticos na atual conjuntura política no país. A emissora enquadrou os eventos como agressões à liberdade de imprensa quando na realidade eles são uma consequência da polarização político-ideológica na qual a Globo é parte. Atirar ovos e tomates, ou xingar funcionários tem tudo a ver com irritação e divergências políticas, e nada a ver com violações do direito de expressar opiniões.

Os manuais de redação descrevem com exatidão os procedimentos para coleta, edição e preparação de fatos, dados e eventos de interesse jornalístico mas não abordam com o mesmo detalhamento à contextualização, um processo que normalmente acontece na fase da edição onde ocorre a montagem das várias peças componentes de uma noticia.

As redações não são um ambiente democrático onde se discutem posições e atitudes. Prevalece no dia a dia o ritmo industrial de produção. Assim, a cultura política acaba sendo fortemente influenciada por quem comanda a operação jornalística. Os editores organizam a pauta que é passada aos repórteres que vão a campo já com um roteiro preestabelecido e com tempo marcado para regressar. Ao chegar no local da matéria, o repórter não tem tempo de buscar visões diversificadas. Ele se limita a ouvir o protagonista e a parte contrária, sem poder levar em conta que a esmagadora maioria dos fatos, dados e eventos não se resumem a apenas dois lados. Além disso o profissional não tem tempo e, muitas vezes nem preparo teórico, para avaliar se um dado, fato ou evento está corretamente contextualizado.

Como a TV pode distorcer uma notícia

A plataforma televisão é especialmente suscetível a induzir no telespectador percepções descontextualizadas porque o tempo de transmissão de uma notícia é muito curto e porque as imagens geralmente são apresentadas por um único ângulo (copo meio cheio ou meio vazio) simplificando a visão da realidade. A manipulação da imagem como notícia num telejornal provoca no telespectador reações mais emocionais do que as geradas pela leitura de um jornal ou revista, onde a postura é mais analítica, pela própria natureza do veículo ou plataforma de comunicação.

Num mundo marcado pela avalanche diária de informações, onde a complexidade dos fatos, dados e eventos se torna cada vez mais evidente, é muito difícil tomar decisões num curto espaço de tempo, entre sair da redação e voltar com o material recolhido. Tudo isto induz a que o produto final, a informação publicada, seja enviesada por conta da cultura política predominante na redação ou então repassada de forma bruta para o leitor, como é o caso dos indicadores econômicos. O repórter não teve tempo ou não quis questionar o entrevistado e repassa direto para o público uma informação que já veio condicionada pelos interesses e objetivos da fonte.

Esta breve descrição do processo de distorção informativa provocado pela manipulação de contextos permite perceber como é importante tentar identificar o DNA de uma notícia. De mesma forma que você só compra um produto no supermercado depois de checar o prazo de validade e a informação nutricional, uma notícia não pode ser consumida sem uma checagem mínima da sua exatidão, veracidade e contexto. Esta é uma tarefa que o leitor, telespectador, ouvinte ou internauta terá que fazer sozinho porque a maioria dos veículos não disponibiliza este tipo de dado.

É muito improvável uma mudança na política editorial do Jornal Nacional porque são rotinas e valores entranhados há décadas no telejornal que serve de guia para todos os demais noticiários da TV Globo. Por paradoxal que pareça, é mais possível o surgimento de uma nova atitude entre os telespectadores na medida em que eles descobrirem como funciona o enviesamento da informação transmitida por meio da manipulação dos contextos onde está inserida a notícia.

***

Carlos Castilho é jornalista e editor do Observatório da Imprensa

Redação

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Até o fim do ano passado,

    Até o fim do ano passado, quando o Observatório da Imprensa ainda era um portal de análise de mídia digno de respeito e credibilidade, eu lia e comentava os arigos que Carlos Castilho publicava por lá. Depois que o criador-editor do portal, Alberto Dines, se indispôs com aqueles que eram os críticos mais sensatos da mídia brasileira (dentre eles Luciano Martins Costa e Luiz Egypto), proibiu os leitores de comentar as matérias e críticas publicadas e transformou a versão televisiva em entrevistas bajulatórias, extemporâneas e fora de contexto, abandonei o portal e não assisto mais ao programa, agora exibido às quintas-feiras, às 11h da noite (num horário para lá de impróprio).

    Este artigo crítico comprova a lucidez e equilíbrio do Carlos Castilho. Sugiro ao Nassif a possibilidade de ter Carlos Castilho como colaborador regular deste portal.

  2. A questão não é a rede

    A questão não é a rede goebels, e sim o modelo de concessão das telecomunicações, principalmente a tv e rádio. Sempre foi barganha político financeira. Vc me apóia e ganha uma FM. Me dá grana ganha uma TV. O governo, o País deve sim ter mais controle desses meios, afinal o éter é de todos!

  3. E a Globo, infelizmente, é a

    E a Globo, infelizmente, é a tv mais assistida do país. Se os trabalhadores, donas de casa, entre outros anônimos, quiserem saber mais da política ditada por ela, mas não tem tempo pra ver tv, não tem problema: é so ligar a CBN.

    A CBN está hoje como o diabo gosta. 

    Agora, será Marcos Valério o próximo delator “porque ele tem muito a revelar sobre as maracutaias de Lula ao tempo do mensalão, pra corroborar as palavras e denúncias de Delcídio do Amaral”. alguém duvida disso?

    Seria bacana que alum jornalista pegasse a história dos últimos meses, fazendo relação com os fatos, pra nos mostrar direitinho como todos os acontecimentos vinham sendo milimetricamente estudado para se chegar a Lula.

    Aquela prisão coercitiva que não saiu nos moldes previstos e desejado por Moro deu a Moro um gosto de guarda-chuva na boa. Ele não se conformou em ver um Marco Aurélio e tantos juristas especulando e diminuindo a atuação dele, já tão exaltado pela mídia. Aquilo caiu mal demais pro deus.

    Mas foi beirando a data das manifestações que muitas coisinhas aconteceram para mexer mais com as massas, como mexeu mesmo. 

    O mês de março teve seu peso, tanto para a prisão como para as manifestações, só pra ficar nisso. A Isto É também saiu com a bomba no mesmo período. Era pra alguém contar por que foi a Isto É e não a Época ou a VEJA. Será que tem algum segredo dos bastidores da imprensa maldita que possa explicar isso?

    Será que Delcídio recbeu algum mimo, além de sua folga com dinheiro no bolso pra enfiar sem vasilina em Lula?

    Tá tudo muito combinado, e tudo bastante bem esclarecido para quem não admitie o golpe pelo golpe. O fato é que Moro está no comando, talvez de braços dados com Gilmar Mendes, que já declarou todo seu ódio contra o PT – anda meio caladinho nesses dias. 

    E Dilma? Ah!, Dilma. Como lhe faltou sensibilidade pra ver com quem estava lidando! Sem querer, embrenhou-se no mar de lama, sem que a lama a sujasse, mas está abandonada como um cão. Isso também será contado um dia. 

  4. Do Observatório da Imprensa

    Belo texto, esclarecedor parabéns. O observatório da Imprensa é serio e deveria ser seguido por todos os Brasileiros.

    Uffa! Tudo que vejo no JN foi explicitado aqui.

  5. 2018
    2018 tai e vence a concessão da Globo,e do jeito que ela e “sapo barbudo” tem trocado gentilezas,o que vai acontecer se ele se eleger novamente presidente,principalmente que este governo tera que ir para esquerda,atendendo demandas de sua base.Sera que teremos uma “venezuelização” e como Chavez não renvovar a concessão.Ate la,em se elegendo Lula,haverua forças para isto acontecer, e a Globo conseguiria impedir ?

  6. TV globo: Só ainda acredita

    TV globo: Só ainda acredita quem é quase que totalmente desprovido do mínimo de inteligência, ou seja, pelo menos 60% dos brasileiros…

  7. Até bem pouco tempo atrás

    Até bem pouco tempo atrás podia-se dizer que o jornalismo da emissora golpista era manipulado.

    Hoje,a realidade é que não há manipulação: Há mentiras e farsa despudoras contra o povo brasileiro.

    1. Perfeito Vladimir!

      Antes a gente observava certas coisas:

      Prefeito do PSDB subornou Câmara de Vereadores some a sigla do PSDB.

      Debate Collor e Lula editam.

      Corrupção de aliados não noticiam. 

      Etc.

      Estas artimanhas não funcionaram para derrotar o PT.

      Hoje já se parte para acusações sem provas tomadas como verdades absolutas, dobradinhas com o Judiciário para gerar inquéritos contra adversários políticos, eaté atentar contra a Democracia, etc. 

      Abraço,

      Alexandre!

  8. Na GLOBONEWS o engajamento

    Na GLOBONEWS o engajamento politico da tropa de choque Catanhede, Lo Prete, esta parece ser a coordenadora do grupo,

    Camarotti, o inacreditavel Merval que tem a postura de um profeta, é impressionante, não há mais noticia e sim PREGAÇÃO de uma seita, desapareceu a minima postura analitica, é só torcida e julgamento, Merval só fala “”mas isso é um absurdo”” sobre qualquer movimento do Governo, nem a FOXNEWS chegou nesse nivel de engajamento, acabou o jornalismo GLOBONEWS.

    No EM PAUTA de ontem puseram até a inacreditavel Mara Luquet, que parece uma cartomante de bairro, para dar pitaco em politica, logo ela que não entende nada de coisa alguma (“”voce acha o juro alto? vai negociar, voce precisa negociar com o banco””), os horarios dos programas estão sendo dobrados para fazer a pregação do impeachment.

  9. poucos percebem qie são

    poucos percebem qie são manipulados…

    não analisam contextos e interesses….

    a quem beneficia essa notícia, essa infoirmação?

  10. O índice “de-vas-ta-dor” da Renata Tragedia Grega Vasconcelos

    Depois de tomar um sal de frutas preventivo, assisto trechos do JN umas 3 ou 4 vezes por ano, meramente para aferir o índice, não o de audiência, que piora constantemente, “Deus seja louvado”… mas o índice de manipulação que segue “melhorando” ao nível do “sem noção” desesperado!

    Ontem foi um desses dias, com a dupla notícia da “explosão atômica” cenográfica de Delcídio e Mercadante, mais vazia que uma flatulência feijoática…

    O que mais me impressionou, no entanto foi a notícia do índice de desemprego, com aquela cara  trágico-crítica da Renata Vasconcelos, anunciando que ele chegara a algo como 8,algo por cento!

    Finge ela que (1) o índice em países como a Espanha ultrapassa 20%, (2) que o índice europeu supera os 10%, (3) que até algum tempo depois do início da campanha anti-governo, anti-Brasil e pró-Moro “pôrralôka”, protagonizada diariamente por Bonner e ela mesma, era considerada pleno emprego sob critérios internacionais.

    Um dos poucos países do mundo com esse privilégio, fartamente desmontado pela irresponsabilidade de um juiz de primeira instância, e sua assessoria de imprensa e relações publicas do JN/Globo, junto com Folha, Estadão, Abril, Band, etc.

    Não aguentei e vomitei meus sais.

  11. Por dentro dos bastidores da

    Por dentro dos bastidores da Globo: o que dizem os jornalistas ‘dissidentes’. Por Paulo Nogueira

    Tem acontecido uma coisa interessante: chegam a mim mensagens de jornalistas da Globo revoltados com o que estão vendo na empresa. Os indignados estão lotados sobretudo em Brasília e no Rio.

    Todos, naturalmente, pedem anonimato.

    Me disse um deles, que tratarei como X: “Desculpa o número de mensagens, mas estou revoltado. Não sou petista. Meu primeiro voto no PT foi na Dilma….. mas estou dentro dos acontecimentos e é muito clara a estratégia.”

    A estratégia é destruir Lula, Dilma, o PT e, se possível, qualquer resquício de pensamento de esquerda que exista no Brasil.

    X chama a atenção para postagens no Facebook do coordenador de jornalismo da Globo em Brasília, Esdras Paiva.

    “Seguem dentro da linha do Erick Bretas, não? Peço mais uma vez que não mencione meu nome, para que eu não corra riscos profissionais.”

    Eis as postagens de Esdras destacadas por X.

    “Seis milhões de brasileiros nas ruas num protesto sem bandeiras de partidos. E os petistas repetem o mantra do golpe criado pelo João Santana. Alguém tem que avisar para eles que esse papo de golpe não colou. E que o Santana tá vendo o sol nascer quadrado.”Maior manifestação da história do Brasil. Somos um país de coxinhas. Coxinhas golpistas.”

    Pergunto a X quem é Esdras. Não o conheço. X me situa.

    “No episódio da bolinha de papel do Serra o Esdras Paiva era editor-chefe do Jornal Nacional em Brasília. O caso foi um fiasco dentro da redação. Muita gente envergonhada e constrangida comentava a cobertura em flagrante desaprovação”, ele conta.

    E continua: “Esdras ficou furioso com as críticas, defendeu que a matéria do dia seguinte seria uma aula de jornalismo. E o dia seguinte veio para desespero de todos … era o perito que afirmou que o que parecia uma bolinha de papel era, na verdade, um rolo de fita adesiva letal e descontrolado. “Poderia ter matado.” A matéria não convenceu de novo e Esdras fez questão de entregar à direção de Brasília os nomes dos rebeldes. A diretora naquela época era Sílvia Faria.”

    Não a conheço também. Quem é Sílvia Faria?

    X me esclarece:

     

    “Ex-diretora da Globo brasilia. Atual diretora de jornalismo e braço direito do Kamel. Amiga que promove amigos apenas. Segura dezenas de informantes nas redações, como Esdras Paiva e Cleber Praxedes em Brasília. Foi a responsável por aquela orientação que vazou no ano passado e que determinava que qualquer menção a FHC em denúncias deveria ser omitida dos noticiários. Vazou em um domingo.”

    X prossegue:

    “Ela é violenta e odeia Erick Bretas, não por questões ideológicas  (são farinhas do mesmo saco). O ódio deve-se a questões de ego. Há quem aposte que o envio de Erick do jornalismo para “mídias” deveu-se à subida dela na hierarquia.”

    Bretas, sabemos, é que aquele diretor da Globo que se fantasia de Moro no Facebook, mediante um avatar, para pregar o golpe e a prisão de Lula. O DCM vai processá-lo pela calúnia de dizer que somos financiados pelo PT.

    De X passemos a Y. Y narra outro bastidor do Planeta Globo.

    “Todo mundo sabe que O Globo tem lado (errado), mas vocês sabiam que o editor de política do jornal em Brasília, Paulo Celso Pereira, é primo em primeiro grau do Aécio Neves? Aécio foi seu padrinho de casamento e eles se falam diariamente. Ou seja, desde a campanha eleitoral, tudo o que os repórteres apuram junto ao PT é repassado diretamente, sem escalas, para o Aécio.”

    Y pede que não a identifiquemos. “Peço que não publiquem o meu email para não sofrer retaliações. Vocês sabem como eles jogam pesado.”

    Sim, sabemos.

    Ouçamos agora Z, do Rio de Janeiro. Z é da GloboNews.

    “A gente odeia isso aqui”, escreve ele. “Apesar do perfil sempre conservador, havia espaço para ideias divergentes. Mas a equipe que fundou o canal foi toda afastada, nos últimos quatro anos? Coincidência? Duvido muito.”

    Z prossegue.

    “Os responsáveis: Kamel, Latgê e Eugênia Moreira. Mulheres foram afastadas após voltarem de licenças-maternidade. Profissionais sérios como Guto Abranches, Sidney Rezende ou André Trigueiro foram demitidos ou postos na geladeira.”

    Algo mais?

    Sim. “Filha do Merval editora-chefe do Jornal das Dez.”

    Z conta que ela não usa o sobrenome paterno. Assina Joana Studart como jornalista. Aqui entra em cena W. “Todo mundo a odeia exatamente por ser filha do Merval”, conta W. “Uma vez, em Brasília, ela demitiu um cara aos gritos. O Ali Kamel estava lá, e teve que chamar a Joana num canto e pedir para ela se controlar porque as coisas não eram assim. Todo mundo que estava ali se lembra disso.”

    Algo mais?

    Sim. Z me manda um link. “Para você ter uma ideia de como a coisa anda por lá.” Abro o link. Ali está a informação de que a GloboNews contratou uma “faxineira espiritual” para espantar a “uruca” da redação.

    “É real. Aconteceu”, diz Y. Ele conta ainda que um professor da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, habitual comentarista da GloboNews, desistiu do canal por causa de sua radicalização. “Ele largou o estúdio no intervalo de um programa e nunca mais voltou.”

    Em X, Y e Z você pode ter uma ideia de como está a vida, na Globo, para quem deseja ser mais que reprodutor dos interesses da família Marinho.

    E finalmente: você só está lendo isso no DCM graças à internet, que arrebentou com o monopólio de informações da Globo e demais companhias jornalísticas.

    Link: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-dentro-dos-bastidores-da-globo-o-que-dizem-os-jornalistas-dissidentes-por-paulo-nogueira/

  12. Pfff! Sofisticado?! Não
    Pfff! Sofisticado?! Não existe baixaria mais grosseira!
    …”Sofisticado”…
    Aqui no Rio chegaram a publicar uma foto do Brizola com um lider comunitário dizendo que era um yraficante!
    … Ai, ai… “sofisticado”…

  13. O saboroso
    O saboroso é ver, através da mídia alternativa, o grau de ‘sensibilidade’ afrontada, quando os ditos profissionais desta Vênus Platinada são xingados pelos manifestantes ( tanto em 13. 03, quanto outros dias ). A idéia do ‘padrão globo de inatacabilidade transparece nas expressões daqueles funcionários. Total desvinculação da realidade do povão. E tome xingo. E incredulidade, com a dignidade global ‘tão ferida’. Em outras palavras, os mascotes globais que pensam que fazem jornalismo; neste, o importante não é o povo. Mas sim que a redação e emissora acha que o pobre é… Daí o choque e a máscara facial aviltada e incrédula. Confira-se

  14. Global

    Essa manipulação da Globo passa dos limites razoáveis (?) no momento.

    O povo brasileiro sofre essa lavagem cerebral dia e noite por todos os lados.

    Tem como culpar o nosso povo por isso, por acreditar nesse bombardeio ?

    Merecem ser chamados de burros por isso ?

    A verdade é que a manipulação da Globo é café pequeno perto do que é feito no mundo tido como “mundo desenvolvido” ou “mundo livre”.

    Mundo livre meuzovo !

    A manipulação da mídia americana e européia acontece em outro nível.

    Lá é o governo americano que dita a pauta e quem não quer enfrentar FBI, CIA, NSA e toda sorte de perseguições tem de se submeter à auto-censura.

    Quer exemplos: Irâ, Iraque, Libia, Egito, Tunisia, Ucrânia, Siria e tantos outros.

    Tudo que é feito pelos EUA é dito como combate ao terrorismo, auxílio, proteção e libertação.

    Tudo que é feito pela Rússia é dito como ofensivo, anti-democrático, ameaçador, ditatorial e “anti-ocidental”.

    Só que a realidade está sendo apresentada de forma diferente pela mídia independente e está caindo a máscara.

    Basta ver os acontecimentos recentes:

    UCRANIA:

    Depois de um golpe apoiado pela CIA e assumido por direitistas e nazistas, a Crimeia votou por anexar-se à Russia e dois estados da fronteira com a Russia declararam a sua independencia. O governo ucraniano iniciou uma guerra de punição aos estados rebeldes. Um Boeing com 300 passageiros (MH17) foi abatido por mísseis sobre a zona de guerra, em julho de 2014. O avião foi desviado da rota pelo controle de tráfego aéreo e remetido para o local onde foi abatido. Os EUA e o governo Ucraniano prontamente apresentara “provas” de que o avião foi derrubado pelos “terroristas” russos. Todas as acusações foram apresentadas, mas as provas foram apenas desenhos da trajetória do míssil lançado de plataforma móvel (Terra-Ar). Os jornais americanos e europeus pintaram o Putin como um genocida. Depois de 3 dias a Rússia apresentou um mapa de radar indicando a presença de um caça ucraniano muito próximo do Boeing, o que indica que provavelmente foi abatido por mísseis Ar-Ar e metralhadora. Como os rebeldes ucranianos não tem força aerea, tudo isso indica que o Boeing foi derrubado por um caça da força aérea ucraniana. Ou seja os EUA/CIA sabiam e possivelmente planejaram tudo com o governo ucraniano. Quase dois anos depois as “autoridades” ainda não apresentaram um relatório final sobre a investigação.

    SÍRIA

    Uma oposição muito bem armada (por quem ?) entra em combate com o governo sírio, que ainda tem de enfrentar a ameação do Estado Islamico e da Turquia.

    Depois de ataques químicos (quem lançou ?) os EUA assumem a “Responsabilidade de Proteger” e começam a fornecer abertamente apoio aos “rebeldes”. Se apoiados pelos EUA, são rebeldes, os outros são terroristas. 

    Quando a Rússia intervem para resguardar um governo democraticamente eleito e combater o EI, conseguindo em seis meses o que os EUA não conseguiram (tentaram mesmo) em 5 anos, são acusados de intervencionistas, invasores e tudo o mais.

    BRASIL

    Somente uma palavra: “Pré-Sal”

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador