Jornalistas são processados na Paraíba por exercerem sua profissão

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Eduardo Reina e Camilo Toscano foram condenados civil e criminalmente por documentário jornalístico sobre Operação Calvário

Sede do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Foto: Divulgação CNJ

Os jornalistas Eduardo Reina e Camilo Toscano são alvo de processo civil e criminal por conta do trabalho que resultou no documentário “Justiça Contaminada – O Teatro Lavajatista da Operação Calvário na Paraíba”.

O desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), moveu duas ações contra os jornalistas. Em uma delas, conforme determinação do juiz Adhemar de Paula Leite Ferreira Néto, da 3ª Entrância da Comarca de João Pessoa (PB), o documentário foi censurado e retirado das plataformas citadas na ação judicial.

A segunda ação repete a mesma demanda, com foco em dois episódios do documentário, mas as argumentações apresentadas são semelhantes às do primeiro processo.

Confira abaixo programa especial do TV GGN Justiça a respeito do caso, e relembre a repercussão em torno da Operação Calvário.

“Não há dúvidas de que todo o processo movido contra Eduardo Reina e Camilo Toscano é, na verdade, mais uma absurda e inaceitável tentativa de cerceamento à atividade jornalística”, afirma a Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores.

Inclusive, a forma com que isso está sendo feito – por meio de múltiplas ações judiciais que percorrem indenizações milionárias – tornou-se bastante comum e igualmente preocupante no atual cenário brasileiro”, afirma a entidade, em nota oficial.

“O documentário “Justiça Contaminada – O Teatro Lavajatista da Operação Calvário na Paraíba” é, certamente, um trabalho relevante, de inegável interesse público, com uma apuração meticulosa e que tem como base fatos reais, documentos incontestáveis e um farto material já veiculado pela imprensa sobre o caso”, ressalta a Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores.

Confira abaixo fio divulgado pelo Instituto Vladimir Herzog sobre o caso

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2 Comentários

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  1. Os prejudicados podem levar os processos ao STJ e ao STF. Todavia,o TJPB provavelmente tentará bloquear o processamento dos recursos.

  2. Infelizmente parece que estamos assistindo a mais uma barbaridade revanchista, que cada vez fica mais intensa e destemida da lei, da ordem legal e constitucional, cometida contra quem tenta derrubar os domínios do malfeito, da ilegalidade, do abuso de poder e de debochados crimes praticados sobre a proteção de supostas imunidades que julgam possuir e que parece ter quem as concede. Barbaridades que só são praticadas pela certeza da não punição e de uma segurança que conta com o uso do poder político, jurídico, policial e midiático.
    Reflete, criminosamente, o modo de operação usado na Lava Jato de Curitiba pelos procuradores, juízes, políticos, empresários e a grande mídia. Enfim, uma aparente coligação golpista, que participou e/ou colaborou dedicadamente com os delinquentes, os debochados e os ilegais crimes, que foram denunciados e exemplarmente condenados, ainda que tarde, pelo seu pleno uso, na fatídica e abusiva operação Lava Jato, no Paraná.
    É revanchista por parte do lado podre, por parte do lado malfeitor, por parte do lado fora da lei e por parte do lado que se cerca de autoridades similares às da Lava Jato, para calar, destruir a honra e retirar da vida pública uma cidadã, até então forte candidata a possível reeleição e dois verdadeiros jornalistas que denunciaram a trama que, pelo visto, humilhou, pela competência e a verdade, a oligárquica coligação do mal e dos maus.
    O que se entende na matéria é a tentativa de três pessoas injustiçadas fazerem, na política, o que a Constituição, a democracia e o estado de direito determina, que é: prestar ao povo, o seu mais puro direito que emana de si e que em seu nome deve ser exercido, que é o poder de ter todos os seus direitos cumpridos e respeitados.
    Que o mundo registre mais esta terrível mácula que péssimos profissionais causam ao Brasil e às instituições da justiça, da política, da segurança e da informação.
    Uma degradante mácula, assistida comodamente pelas altas cortes e altas autoridades, que não se sabe ainda o que ganham com tudo isso, mas se sabe muito bem o que evitam de chegar ao conhecimento da população.

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