Lava Jato do Rio denuncia executivos por corrupção em obras de Angra 3

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Ministério Público Federal (MPF) denunciou cinco ex-executivos da Eletronuclear e mais dois sócios da VW Refrigeração, nesta quinta-feira (23), por suposta lavagem de dinheiro de R$ 2,38 milhões, relacionados à construção da usina de Angra 3. 
 
Acusados de ocultarem a origem dos recursos destinados às obras da usina nuclear, os investigadores da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro afirmaram que foram feitos, pelo menos, 27 saques não identificados e depósitos entre os anos de 2010 e 2016 na conta dos executivos, que já se encontram presos preventivamente, em Bangu 8.
 
A nova denúncia é um desdobramento de anterior relacionada à corrupção e lavagem de dinheiro. Isso porque a apuração inicial dava conta de favorecimento ao superintendente da Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos. A nova investigação, de uma fraude que somaria mais de R$ 2,3 milhões, segundo os cálculos da força-tarefa do Rio, contemplaria também outros ex-diretores.
 
Os novos acusados são Edmo Negrini, da Administração e Finanças, o diretor técnico Luiz Soares, Luiz Messias, da Superintendência de Gerenciamento de Empreendimentos, e Pérsio José Gomes Jordani, da Diretoria de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente.
 
Se em um primeiro momento os investigados já apareciam como receptores de propinas da AG, por meio das empresas Flexsystem Engenharia e Flexsystem Sistemas, agora, os executivos surgem como envolvidos na dissimulação de outros repasses da AG pela VW.
 
Nesse novo indício, aparecem também os empresários Marco Aurélio Barreto e Marco Aurélio Vianna, sócios da VW Refrigeração, acusados nos mesmos autos. Para os investigadores, ficou evidencia a relação das operação de saques das contas da VW e a Eletronuclear, única empresa prestada o serviço.
 
“As saídas das contas da VW Refrigeração e os depósitos para os ex-gestores da Eletronuclear são suficientes para demonstrar que Negrini, Soares, Messias e Jordani, com a supervisão de Costa Mattos, se beneficiaram da lavagem de dinheiro da propina pela Andrade Gutierrez usando contratos fraudulentos com a VW Refrigeração”, afirmaram os procuradores na peça.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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