MPF alertou governo sobre risco de incêndio na Cinemateca

Durante audiência na semana passada, procuradores alertaram para risco de incêndio, principalmente nos filmes de nitrato

Reprodução

Jornal GGN – O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo alertou o governo federal sobre o risco de incêndio na Cinemateca Brasileira, durante uma audiência no último dia 20 de julho. 

Ontem, em meio ao descaso e o abandono da Secretaria Especial de Cultura, do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), com a memória cultural do país, um galpão da Cinemateca, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, pegou fogo. A tragédia ocorreu nove dias depois da audiência. 

De acordo com o termo da audiência, o risco de incêndio foi observado na sede da Cinemateca, na Vila Mariana, e também nos galpões da Vila Leopoldina. “Pelo MPF, houve comentários sobre a visita realizada e sobre o fato de terem sido bem recebidos. Destacou, entretanto, o fato de risco de incêndio, principalmente em relação aos filmes de nitrato”, diz o termo da audiência.

A audiência pública, parte de uma ação do MPF contra a União por abandono da Cinemateca, ocorreu na 1ª Vara Federal Cível de São Paulo, com procuradores da República, representante da associação de moradores da Vila Mariana, um advogado da União, o secretário adjunto da Secretaria Especial de Cultura, a Diretora de Departamento de Políticas Audiovisuais e a Associação Paulista de Cineastas.

De acordo com o documento, alguns pontos tratados na audiência anterior, em maio, foram cumpridos, e outros ainda estão em andamento. Até então, o governo federal tinha 45 dias, com limite no início de julho, para apresentar as ações de preservação do patrimônio. Depois da audiência da última semana, no entanto, a Justiça deu mais 60 dias para a União dar continuidade nas ações.

O prédio que pegou fogo, ontem, abrigava cerca de quatro toneladas de documentos, roteiros, artigos, cópias de filmes e até equipamentos antigos, sobre a história do cinema no Brasil e que seriam usados para a montagem de um museu do audiovisual.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teria começado durante uma manutenção do ar condicionado, que estava sendo feita por uma empresa terceirizada contratada pelo governo federal. Uma faísca teria dado início ao incêndio.

Em nota, a Secretaria Especial da Cultura afirmou que “todo o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês como parte do esforço do governo federal para manter o acervo da instituição. A Secretaria já solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio e só após o seu controle total pelo Corpo de Bombeiros que atua no local poderá determinar o impacto e as ações necessárias para uma eventual recuperação do acervo e, também, do espaço físico”.

Vale ressaltar que, no ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo já foi comprometido. O governo, até hoje, não revelou quais itens foram perdidos ou danificados. Ainda, em 2016, um incêndio em outro galpão da Cinemateca Brasileira, ao lado da sede, na Vila Mariana, destruiu cerca de 500 obras.

Com informações do G1.

Redação

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