Quem atirou na caravana estava a 19m do ônibus e poderia ter matado, diz perícia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O laudo pericial sobre os tiros na caravana de Lula no Paraná confirmou que um dos ônibus usados pela comitiva foi acertado por dois disparos. Quem os efetuou, provavelmente usou uma arma fora de circulação, de calibre .32. Os investigadores acreditam que o atirador estava escondido num barranco, em altura superior a do veículo, cerca de 19 metros de distância da estrada. E, embora a arma utilizada tenha baixo potencial, o atentado poderia ter acabado em homicídio.
 
“Pelo ângulo de impacto, a bala poderia ter atingido os passageiros, disse o autor do laudo. “Poderia ter transfixado [furado] totalmente a lataria (…) e teria acertado a perna de alguém. E o [disparo] no vidro, apesar da deflexão, poderia acertar alguém na altura da cabeça.”
 
 
Por Pedro Rafael Vilela 
 
Da Agência Brasil
 
Laudo confirma que ônibus da caravana de Lula foi atingido por dois tiros
 
Um dos três ônibus que faziam parte da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou pelo Paraná na semana passada, foi atingido por dois disparos de arma de fogo. A conclusão está no laudo do Instituto de Criminalística, assinado pelo perito Inajar Kurowski, que foi apresentado na tarde desta quinta-feira (5), em Curitiba, durante entrevista coletiva.
 
De acordo com a perícia, os dois tiros acertaram o lado direito do veículo. Um dos projéteis, que foi encontrado, atingiu a lataria e foi bloqueado por uma chapa de aço. O segundo disparo pegou de raspão no vidro, e a bala não chegou a ser encontrada pelos investigadores. Nos dois pontos, foram recolhidas amostras de chumbo. O orifício por onde a bala entrou tinha cerca de 10 milímetros de diâmetro.
 
O perito explicou que a arma era de calibre .32, que tem baixo poder de fogo. “É arma que já saiu de fabricação. Nem a arma, nem sua munição são mais fabricadas”, afirmou Kurowski. Ele não quis apontar o tipo exato de armamento usado, mas disse que poderia ser uma pistola de dois canos paralelos, conhecida como garrucha. “Totalmente fora de uso (…). As pessoas têm isso como coleção ou como herança. São armas que ainda se encontram em circulação.”
 
Pelo que foi apurado, o atirador estaria afastado 18,9 metros de distância da rodovia, em uma posição atrás do lado direito do alvo, e posicionado em um base com altura superior à do ônibus, cerca de 4,3 metros em relação ao asfalto. “O mais provável é que ele estivesse sobre um barranco. A investigação é que vai verificar a localização”, explicou o perito. Pelo ângulo de impacto, a bala poderia ter atingido os passageiros, disse o autor do laudo. “Poderia ter transfixado [furado] totalmente a lataria (…) e teria acertado a perna de alguém. E o [disparo] no vidro, apesar da deflexão, poderia acertar alguém na altura da cabeça”, acrescentou Inajar Kurowski.
 
Ainda segundo o perito, “é praticamente impossível” determinar se os disparos ocorreram quando o ônibus estava em movimento, já que a diferença entre a velocidade da bala e a do veículo é tão grande que não permite uma determinação exata.
 
Pela linha de investigação em curso, no momento dos disparos, a caravana do ex-presidente fazia o trajeto de 60 quilômetros entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, na região oeste do Paraná. A análise das imagens capturadas por câmeras de um posto de pedágio que fica entre as duas cidades também foi inconclusiva para a presença de vestígios de disparos na lataria, devido à baixa qualidade dos vídeos. Caso fosse possível localizar marcas de disparo nas imagens, a área de investigação da polícia seria mais restrita, o que ajudaria no trabalho da Polícia Civil do estado.
 
O delegado responsável pelo caso, Hélder Lauria, afirmou que o laudo da perícia facilita a investigação. “Ajudou a saber o calibre [da arma usada]. Então, se apreendermos alguma arma, temos a possibilidade de confronto”, explicou. O trabalho da polícia agora será continuar levantando informações e verificar um possível local de onde teriam partido os disparos. Lauria informou que já foram ouvidas 15 testemunhas, entre passageiros, pessoas que estavam nos locais por onde os ônibus passaram e policiais rodoviários que acompanhavam a caravana.
 
De acordo com a polícia, ainda não há suspeitos, nem prazo para a conclusão do inquérito.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Um atentado!
    Dias antes, via whatsapp eu alertava sobre a possibilidade de matarem Lula! Foi um atentado e todos omitem informações a respeito! Mídia caladinha.

  2. ESSA DE PUNIÇÃO…

    Nassif: voce tá querendo tirar uma com a minha. Onde já se viu…

    Já se sabe que os “atiradores” são membros do Partido da Bala Perdida (PBP). Sabe-se, também, que visava o Sapo Barbudo (versão verde-oliva). Que estavam em seu Estado de origem e dentro de um dos seus mais fortes currais eleitorais. E só não usaram calibre 9mm, daquele lote desviado, porque daria muito na cara.

    Portanto, investigação, tipo Rio Centro, até adimito. Um teatrinho sempre eleva o faturmento da grande mídia. Mas dai querer punição, você tá brincando. Tão dizendo que o Alvará de Soltura já tá sob a mesa do Verdugo, assinadinha. Prendeu? Pimba.

    Porque no Estado do Paraná é assim…

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