‘Se não fosse o Marcelo ele tinha feito chacina na festa’, diz testemunha

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Áudio mostra que bolsonarista invadiu festa de Marcelo Arruda e ameaçou todos os presentes de morte; ambos não resistiram aos ferimentos

Marcelo Arruda, guarda municipal e líder do PT em Foz do Iguaçu. Foto: Facebook Marcelo Arruda

O tema do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Lula foi o motivo da morte do guarda municipal Marcelo Arruda pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, ocorrido neste sábado (09) na cidade de Foz do Iguaçu (PR).

Relato de testemunha presente no local afirma que Guaranho apareceu no local da festa entre 23h e 23h30 e começou a gritar de dentro do carro “É Bolsonaro (…) é o mito”.

“Nisso, o Marcelo foi até a frente, meio que achando que era um convidado. E nisso, o cara tira uma arma para fora, pela janela, e aponta para o Marcelo, aponta para todo mundo”, relata a testemunha.

“O cara estava com uma mulher e um bebê dentro do carro… A mulher dele começa a gritar com ele, com esse cara que atirou”, disse a testemunha. “A mulher começa a gritar com o cara ‘para com isso, vamos embora’”.

Arruda estava com um copo de chope na mão, joga o conteúdo em Guaranho e tenta se proteger da linha de tiro. Após ouvir os gritos da mulher, a testemunha afirma que o agente bolsonarista “fala ‘eu vou voltar e vou matar todos vocês, seus desgraçados’. Ninguém acreditou, né”.

Guarda municipal evitou chacina com a própria vida

Segundo a testemunha, “o Marcelo fala assim ‘cara, se esse maluco volta, eu vou pegar minha arma’. E o Marcelo foi buscar a arma dele no carro e colocou na cintura’”.

“Aí passou uns 15,20 minutos, o cara voltou e a, quando ele chegou, apontou a arma pro Marcelo e o Marcelo falou ‘pára, polícia’. Nisso, o cara deu um tiro na perna do Marcelo”, afirma a testemunha.

“O Marcelo caiu, e aí o cara (Jorge Guaranho) chegou em cima do Marcelo, deu outro tiro pra executar o Marcelo – e o Marcelo conseguiu se virar e deu cinco tiros no cara. Se não fosse isso ele tinha feito uma chacina lá no meio da festa”, finaliza a testemunha.

Marcelo Arruda e Jorge José da Rocha Guaranho não resistiram aos ferimentos sofridos e faleceram na madrugada deste domingo (10) em hospital na cidade de Foz do Iguaçu.

“Informamos com enorme pesar que Marcelo Arruda foi brutalmente assassinado durante a sua festa de aniversário de 50 anos. Informações sobre velório e enterro em breve”, diz a família no perfil de Arruda no Facebook.

Confira abaixo a íntegra do relato da testemunha.

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Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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