Uma peça histórica contra os crimes de tortura

Jornal GGN – Em 2002, o Ministério Público Federal entrou com uma ação de responsabilização dos torturadores da ditadura militar. A ação visava especialmente o coronel Brilhante Ustra.

Na parte passiva da ação (isto é, na defesa do coronel) entrou a AGU (Advocacia Geral da União), em parecer assinado pelo advogado geral José Antonio Dias Tofolli defendeu a anistia ampla e irrestrita, mesmo contra crimes contra a humanidade – que seriam imprescritíveis.

A procuradora apresentou uma réplica que foi publicada na revista Acervo, do Arquivo Nacional. Na introdução, a revista considera o parecer “um marco histórico e jurídico na luta pela punição de crimes contra a humanidade, cometidos durante o regime militar”.

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Luis Nassif

6 Comentários

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  1. Parece que a CF não

    Parece que a CF não recepcionou a imprescritibilidade sobre crimes contra a humanidade.

     

    XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

     XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

    XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

  2. Palmas para a procuradora. É

    Palmas para a procuradora. É fundamental punir os torturadores.

    Mas indago: em sua peça (ou em qualquer outra), a nobre procuradora faz menção ao papel de seus colegas do MP na época da ditadura? Sim, porque os porões do regime torturavam, mas os promotores/procuradores se utilizavam das confissões obtidas sob brutal tortura para processar e condenar os “terroristas” e seus “comparsas”. 

    Nunca vi nenhum membro do MP se pronunciar sobre isso. Muitos deles foram, sim, fundamentais para o aparato repressivo do regime, perseguindo até mesmo viúvas que buscavam o reconhecimento da morte de seus maridos. Mas essa é uma verdade muuuuuuito inconveniente para a imagem que a mídia gosta de vender do MP…

    Para quem tiver interesse no assunto, link abaixo:

    http://www.conjur.com.br/2005-jan-19/abrirem_arquivos_maior_surpesa_mp

    Apenas um trecho:

    “No caso do assassinato de Vladimir Herzog, nas masmorras do Doi-Codi, o Ministério Público sustentou a tese do suicídio com o maior cinismo. E fez mais: quando foi datilografada a sentença na ação proposta pela viúva, sra. Clarice Herzog, o Ministério Publico requereu mandado de segurança contra o juiz para impedi-lo de ler a sentença no dia marcado. No Tribunal Federal de Recursos, um ministro deu a liminar e me contou, depois, “ou a liminar ou a cassação”. A liminar foi mantida até a aposentadoria do juiz, um mês depois. O procurador da República envolvido ficou uma fera, porque o juiz substituto prolatou a sentença em favor de dona Clarice. Não teve medo nenhum.”

  3. Os crimes da ditadura

    Os crimes da ditadura continuam, agora sob a batuta do truculento Joaquim Barbosa, amparado desavergonhadamente pela Rede Globo de Televisão.. Essa TV que envergonha o Brasil, com suas novelas que deseducam e induzem ao mal, continua a mesma organização que trama diariamente contra a democracia brasileira. O perdão que ela pediu aos brasileiros foi de araque. Ela continua até hoje tramando contra a legalidade. Infelizmente, o povo brasileiro ainda não atingiu o grau de discernimento ne cessário para exigir o fechamento dessa instituição criminosa que tanto prejuízo tem causado ao Brasil. 

  4. defesa da auto-anistia feita por Toffolli

    Essa, sinceramente, não é a peça histórica. Histórica é a defesa da auto-anistia feita por Toffolli e corroborada por Lula,  Tarso Genro e Dilma, chefe da casa civil daquele governo.

  5. Calma, Calma gente estão

    Calma, Calma gente estão falando de tortura,tortura… então como fica o pessoal do mensalão ? o carrasco estar descendo a lenha nos caras.

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