Vazamentos irresponsáveis contra Guedes, Gleisi e Mercadante, por Luis Nassif


Fotos: AFP e Divulgação

Há uma boa probabilidade de que a denúncia contra Paulo Guedes, por conta de seus investimentos em educação, seja falsa. Assim como os vazamentos da delação dos executivos da CCR, mencionando doações para as campanhas de 2010, de Gleisi Hoffmann e Aloisio Mercadante.

Qual a garantia de que sejam informações corretas? Nenhuma.

No caso de Paulo Guedes, a denúncia integra a operação Greenfield. Analisa investimentos de riscos com recursos de fundo de pensão. Como o nome jãdiuz, são investimentos de risco em empresas iniciantes. Em qualquer economia civilizada, há uma margem para operações frustradas. Espera-se que os ganhos com as operações bem-sucedidas superem as perdas. Trata-se de uma peça essencial para fortalecer startups, acelerar novas empresas em novos setores.

Pretender separar investimentos bem-sucedidos e malsucedidos é investir contra a própria lógica desse mercado. O Ministério Público Federal do Distrito Federal já cometeu várias barbaridades conceituais na avaliação desses investimentos.

Quando à delação da CCR, mantem-se o mesmo padrão das delações de Curitiba. O delator diz o que o procurador quer. E o procurador divulga rapidamente o que ele quer vazar, antes que a falta de provas desmoralize a delação.

Não existe direitos e não existe jornalismo nessa parceria entre MPF-Polícia Federal e cobertura policial da mídia. Apenas vontade de aparecer e de fazer política por parte dos agentes da lei, e pressa e falta de disposição de ir atrás dos fatos do jornalismo policial.

 

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  1. Padrão das delações

    “O delator diz o que o procurador quer. E o procurador divulga rapidamente o que ele quer vazar, antes que a falta de provas desmoralize a delação.”

    Mas não antes que a falta de prova desmoralize o denunciado.

  2. Pura armação

    Pois é, depois de se manter no governo do estado de São Paulo por duas décadas, alguém ainda acredita em que a CCR, empresa “assim, ó” com o PSDB em especial mas, nos gerais, com as forças privatistas infiltradas no estado corrompendo-o, ia mesmo, num surto de lisura, contar tudo o que viveu?

    Esse negócio da CCR delatar é história para boi dormir. É apenas mais um capítulo da novela “Privatistas destróem democracia” que estamos vendo. Pura farsa e me lembra do episódio de Geraldo Alckmin dizendo “olha que eu boto sigilo nos documentos públicos por 50 anos, hein?”, guardando documentos públicos num galpão que pegaria fogo dias depois de ser usado como arquivo morto do estado, da palhaçada da Alston e da Siemens confessando pagar propina… a quem mesmo? Ora, isso nunca ninguém saberá porque, na verdade, o que estas empresas fizeram foi ameaçar os achacadores Serra, Paulo Preto, Alckmin etc.

    ‘magina que a CCR, intrinsecamente ligada ao sistema viário de Paulo Preto, Rodoanel, monotrilho e Metrô, ia dar uma de honesta sendo aliada e alinhada, profunda e intrinsecamente misturada com alckmins, serras, dórias e que-tais…

  3. Não adianta Nassif,  o

    Não adianta Nassif,  o judiciário brasileiro com todos os seus apêndices, ao fazer a parceria ignóbil (palavras suas e certas) com a imprensa, virou uma putaria generalizada. Não tem concerto. O estrago é incalculável. Ver esta gente mediocre de curitiba posar de heróis é de doer na alma.

  4. Greenfield e CCR

    A casta inútil, mau-caráter e picareta do MPF está ouriçadíssima.

    A operação Greenfield cada vez mais me parece encomendada para destruir os fundos de pensão e entregar esse dinheiro para os bancos, ou AFPs, ou seja lá o que queiram inventar. O ataque ao Paulo Guedes, neste ponto, é uma bala perdida deste objetivo.

    O vazamento da CCR é só mais uma parte do ataque final de banimento, destruição e enjaulamento do PT.

  5. Não são empresas novas

    As empresas tinham mais de 20 anos de existência, estavam quebradas, e o dinheiro dos fundos foi colocado nelas e sumiu por artifícios contábeis. Em valores atualizados, cerca de 900 milhões em prejuízos. Confio na boa fé do Nassif, acho que ele apenas não se informou corretamente sobre o assunto.

  6. Incompatibilidades do “posto ipiranga”

    Nassif está certo no princípio: “inocente até que se prove o contrário”. Isso se aplica também a Guedes, se tivermos coerência e se não formos neofascistas (como Moro e Bolsonaro).

    O  “posto ipiranga” é reconhecido como um sujeito que fez fortuna com especulações no mercado financeiro (dizem até que nunca errou uma, o que duvido).  Porém, no caso da FUNCEF, ele e seus sócios provocaram um rombo de R$ 125 MILHÕES. Tirou dinheiro dos velhinhos, velhinhas, viúvos e viúvas da CAIXA. Isso é um fato comprovado. Só falta comprovar se houve crime (vai ser difícil, porque os grandes vigaristas sabem usar as “vielas da legalidade”).

    Outro fato comprovado é que o “posto ipiranga” quer detonar a previdência pública. Tudo dentro da “legalidade” é claro !

    1. Legalidades ilegitimas e ilegais

      Existem muitas legalidades ilegítimas e contraditórias com a lei no campo dos negócios e do mercado. Mas para  lucrar com “segurança” tem-se  que ter leis e legisladores  e juizes que atestem a legalidade de cada um dos atos e façam leis que tornem legal o roubo no mundo virtual do tal mercado ou até mesmo o assassinato a mao armada no cotidiano da violência..

      E este é o principal objetivo deste governo , legalizar o esbulho e roubo das coisas publicas e dar um poder infinito legalizando todos os abusos que foram cometidos, sempre com a desculpa de que precisamos fazer isto para combater o inimigo,. Ao final o objetivo é amarrar as mãos e  calar a todos para que os roubos e esbulhos “legais” possam ser feitos em segurança .  Em cada ato confessam seus objetivos, mas o país em transe vai andando para o precipicio.

      Obviamente Paulo Guedes entra nestas manchetes, apenas para que alguns demonstrem que o poder está com eles. Você vende dificuldades para comprar facilidades. Mas esta  é uma regra que Paulo Guedes e Moro conhecem bem. Quem ficará com o poder não sabemos, mas com os lucros sabemos muito bem e com relação aos prejúizos nós  sentiremos.

  7. Não são muitos

    Não há nada de irresponsável nesses vazamentos. Assim como a CCR não delata ninguém porque CCR não é uma pessoa e sim o nome de um grupo de pessoas, dentre as quais uma ou mais, sim, delatam, dessa mesma forma não é a procuradoria que vaza e sim um ou mais procuradores, e não é a imprensa que publica vazametos e sim um ou mais jornalistas que em alinhamento com o dono da firma para a qual trabalham que publicam.

    Todas essas pessoas são, sim, responsáveis pelo que fazem. Não é difícil saber-lhes os nomes e não é difícil saber-lhes suas relações com Geraldo Alckmin, José Serra, João Dória Jr., Paulo “Preto” e as demais pessoas responsáveis pela administração pública do estado de São Paulo.

    Por fim, se não há nada de irresponsável nessa enrolação, há menos ainda de inconsequente. A questão, para as pessoas que trabalham com informação, é publicar o que essas pessoas querem que fique nebuloso ou escondido. E as que querem se informar, descobrir esses nomes. Não são muitos.

  8. Quando problemas, erros,

    Quando problemas, erros, distorções, maus procedimentos, seja lá mais o que for, vão se acumulando, chega-se ao ponto no qual inexistem soluções de continuidade. Ou seja, progridem ou até se agravam já por inércia. Especificamente, um caso exemplar para tipificar esse tipo de anomalia é a tal Operação Lava Jato, a expressão policial-judicial da maior onda de moralismo das tantas que periodicamente assolam o país.

    O endeusamento, o oba-oba, a sublimação do que não passa, ou não passaria, de uma ação repressiva do Estado contra crimes, certamente só poderia desaguar em distorções e manipulações de toda espécie. Dentre as inúmeras relacionadas com a Lava Jato, foi exatamente a sua instrumentalização para fins alheios a seu escopo a maior, a mais danosa.

    Se desde o seu inicio os órgãos a quem caberia tolher esses excessos nos âmbitos administrativos e jurídicos, a partir das corregedorias até o STF, decerto não teríamos esse ponto sem volta. Desnecessário apontar as razões para a desídia porque já exaustivamente arroladas aqui e em outras instâncias. 

    A perversão no uso do aparato do Estado se tornou tão natural, tão sistemático, que chegamos ao estágio da resignação;.do “não podia/´pode ser diferente”. Aos poucos que ousam arrostar a monstruosidade institucional-política-jurídica são reservadas críticas e censuras por destoarem  desses “iluminados” paladinos contra a corrupção. 

    A Constituição de 1988 certamente se insere no rol das mais avançados do Mundo. Entretanto, em alguns pontos os constituintes se equivocaram sobremaneira. Um deles foi no novo estatuto atribuido ao Ministério Público, qual seja, o da autonomia absoluta. Um absurdo não só político-institucional-administrativo, mas até lógico. Um dos princípios básicos preconizados por Montesquieu – o equilibrio de Poderes no qual fica subtendido que nenhum deles pode se “auto controlar” ou, o que é a mesma coisa, ficar sem nenhum tipo de contrôle externo, foi ignorado.

    Parafraseando o falecido general Golbery do Couto e Silva, homem forte nos governos militares que se lamentava ter criado um monstro com relação ao SNI, os que elaboraram a Carta de 1988 criaram um monstro chamado Ministério Público autônomo. 

    Não obstante isso, alguns corporativistas ou somente desavisados de ocasião ainda preconizam darem o mesmo estatuto ao BACEN e a Polícia Federal. Aí talvez alcançaríamos o Nirvana nos transformando na República Onde Todo Mundo é Autônomo do Brasil. 

  9. A intenção em relação à

    A intenção em relação à Gleisi e ao Mercadante estamos carecas de saber qual é. Mas em relação ao Posto Ipiranga? É para ter o sujeito na mão, como sugeriu o Brito?

    Ou será que o punitivsimo ignorante e/ou a ignorância punitivista dos iletrados e obtusos procuradores saiu do controle? Essa compulsão é mais forte do que eles?

  10. WTF? Defesa prévia?

    Fundo de pensão apostar em investimentos de risco, em empresas iniciantes. Nada estranho? Não. MP e juízes são simplórios ignorantes. Subtexto: “PG é apenas um gênio incompreendido!”.

    Como dizia meu avô: “- Acorda pra cuspir!”. “Até o reino mineral sabe” que fortunas foram – e ainda são – feitas com “inside information”, tráfico de influência e, digamos, “mimos” para “estimular” os “colaboradores”.

     

    1. É fundamental verificar a

      É fundamental verificar a solidez das acusações, que podem ser verídicas ou fantasiosas, como muitas outras na lava-Jato.

      Porém não é nem nunca foi política de fundos de pensão investir em startups. Fundos de pensão têm a obrigação de cautela, o objetivo primordial é preservar o capital de que investiu pensando na aposentadoria, garantindo uma rentabilidade mínima. Investimento em startups é coisa de fundo de Venture Capital, não fundos de pensão.

      Como dizia minha finada sogra, “essa estória está muito má contada…”

  11. Zé com Zé

    O estelionato de Paulo Guedes com os Fundos de Pensão, ocorrido no apagar do governo Lula, é um desses casos estranhos de transmutação em que nobres figuras do republicanismo da era lulista passam para as linhas de frente do bolsonarismo militante sem que ninguém demonstre o menor pudor, ou necessidade, em dar explicações a choldra. Paulo Guedes, um ex-especulador de ponta do segundo governo Lula, com lances ousados em tacadas com fundos de pensão federais, montou aquilo que no mercado de capitais os “dealers” denominam de operações “Zé com Zé”. Paulo Guedes recebeu dinheiro dos fundos de pensão e investiu em um Fundo de Investimento de Risco em Educação administrado por ele próprio. Esse fundo subcontratou uma outra empresa do próprio Paulo Guedes e repassou a ela a maior parte do capital dos clientes pensionistas. Essa segunda empresa subcontratou uma terceira empresa na Argentina, também de propriedade de Paulo Guedes, para que ela investisse em palestras para investidores. O principal palestrante era Paulo Guedes, que recebeu caches acima do valor de mercado. Em momento algum essas atividades se voltarem para a captação de terceiros clientes, além do próprio Paulo Guedes, ou se preocuparam em fazer das atividades de palestra um negocio rentável. Em pouco tempo a empresa argentina declarou inadimplência, a empresa brasileira subcontratada ficou sem receber e repassou o prejuízo ao Fundo de Investimento de Risco em Educação, que, por fim, anunciou perda total dos investimentos aos fundos de pensão. Um esquema em que o contratador e o contratante representam a mesma pessoa, que, em sucessivas operações de soma zero, fazem desaparecer o capital das empresas é, na literatura da jurispudência juridica, uma clara intenção de lavagem de dinheiro. A investigação da PF é temerária não apenas para Paulo Guedes e Bolsonaro, mas também para Lula e Haddad. Foi Lula que indicou os diretores desses fundos de pensão, e Haddad, como ministro da Educação, é o responsavel técnico que avaliza um fundo privado de investimento para captar recursos publicos em projetos educacionais. Isto é, dá o parecer técnico ao mercado se esse projeto é de fato educacional ou não. Ficará ao Haddad explicar se sua recente passagem pelo instituto Insper é coincidência ou está relacionada com esse obscuro e suspeito investimento de Paulo Guedes. 

    1. Ao final Konev,

      Voce conseguiu colocar o Guedes no colo de Lula. Vocês são impressionantes, fazem um esforço absurdo para criminalizar o PT. Mas um exímio conhecedor do mercado como você e talvez um empresário de sucesso, sabe que governar um país é mais do que governar um boteco e portanto não acredito que você creia nisto.  Voce sabe muito bem que um presidente não indica nem nomeia diretores de fundo de pensão, pois ele tem muito mais a fazer. E tambem um presidente não é fiscal nem policia financeira. Curiosamente voce não fala nada da Bolsa, nem do COAF nem etc… dos tantos orgãos responsáveis pela fiscalização.  Ou voce acredita nesta  narrativa, ou esta agindo de má fé. Fico na dúvida sobre o que voce acha do rodoanel.

  12. Não é a toa o número aumentado de jornalistas que se drogam

    A grande maioria, quando jovens e em épocas de curso, atendem seus anseios idealistas de “ajudar a sociedade” e “preservar a verdade dos fatos”. Quando começam a lidar com a necessidade do mercado editorial/financeiro (seus patrões) e começam a lidar com difamações, meias verdades, falsidades, denuncismo, punitivismo, isto não faz bem à indole do ser humano em seu estado de normalidade. Para “esconder-se” deste mundo cruel, só mesmo com o consumo ilusório de drogas lícitas e ilícitas.

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