Juiz de Fora que fica dentro, por José Carlos Peliano

O bonde elétrico, o cine Central e o embornal cheio de guardados, dias, noites, madrugadas e saudade dos colégios Santos Anjos, Machado Sobrinho e Academia de Comércio

Juiz de Fora que fica dentro

por José Carlos Peliano

 

Um dia ainda morro no morro do Cristo

nem que seja em lembrança que não desgruda

não sem antes ver a cidade sair do vale

e subir até onde os olhos fazem parte do horizonte.

 

Na manchete estará que um juizforâneo se foi sem ir

depois de chegar ao ponto mais alto

onde o sonho começa a andar com os pés no chão.

 

Juiz de seu nariz e de um pedaço de Juiz de Fora

que ainda guarda na lembrança no abraço do Parque Halfeld

vivo de passeios, flertes e amores sem conta e

do rio Paraibuna que passa feliz na cidade não só de passagem

mas também do jeito de abrir alas para os que ficam

e os que dele se vão na preguiça de suas águas

navegadas, banhadas ou refletidas

 

Forâneo da cidade que ainda leva debaixo do braço

o Correio Mercantil, o guarda-chuva, a cerveja José Weiss,

o bonde elétrico, o cine Central e o embornal cheio de guardados, dias, noites, madrugadas e saudade dos colégios Santos Anjos, Machado Sobrinho e Academia de Comércio

 

Traz ainda com ele a avenida Rio Branco que leva a cidade nas costas

e um tempo de asas nem contra, nem a favor, antes pelo contrário

sem mais idade, mapa ou ilusão

 

Brasília, 03-08-00

José Carlos Peliano – economista, poeta e escritor

Redação

6 Comentários

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  1. Caro coolega Peliano, saudades, saudades do Colégio Machado Sobrinho, da rua Marechal parte baixa onde morava nos fundos da Casa da Sogra, comércio de tecidos de meu pai José Bonetti, famosa pela faixa de propaganda onde dizia: ” Não tem fófóca preço baixo é aqui”. Fofoca com dois acentos muito usada como péssimo exemplo nas aulas de portugues, loja que aliás era vizinha de parede do jornal Diário Mercantil, no entanto voce fala em Correio Mercantil, seria um sucessor do outro?. Um abraço companheiro.

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