
Jornal GGN – Jair Bolsonaro disse nesta quarta (6) que não tem nomes definidos para o Ministério do Meio Ambiente, Direitos Humanos e tampouco decidiu qual será o destino da Funai. No caso do Meio Ambiente, o capitão da reserva disse que está com dificuldade de encontrar alguém que esteja afinado com suas ideias para o setor. Ele quer “preservar” o meio ambiente de maneira mais flexível. Na semana passada, falou em construir hidrelétrica em Roraima e reduzir as reservas indígenas.
No caso da Funai, há possibilidade de que o órgão seja retirado do Ministério da Justiça sob o argumento de que Sergio Moro está sobrecarregado.
Para os Direitos Humanos, Bolsonaro teria convidado a pastora Damares Alves. Mas segundo a Agência Brasil, não houve consenso sobre sua posse.
Por Alex Rodrigues
Da Agência Brasil
Bolsonaro sinaliza indefinição para o Meio Ambiente e Direitos Humanos
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, indicou hoje (5) que ainda não escolheu os titulares para os ministérios do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos. Também sinalizou que ainda está indefinido o destino da Fundação Nacional do Índio (Funai), hoje vinculada ao Ministério da Justiça, e que pode ser transferida para outra pasta. Mas, segundo Bolsonaro, a decisão mais difícil envolve o Meio Ambiente.
“Está difícil. Temos bons nomes, mas estamos procurando aquele que melhor se adapte àquilo que eu quero, ou seja, a preservação do meio ambiente sem prejudicar outras atividades [econômicas]”, disse Bolsonaro após ser condecorado com a Medalha do Pacificador.
Mais uma vez, o presidente eleito criticou a legislação ambiental pelo excesso de exigências que acabam por dificultar o empreendedorismo no país. “Precisamos de segurança jurídica”, disse.
Funai
Questionado sobre o futuro da Funai, Bolsonaro sinalizou que ainda está indefinido. “Vai para algum lugar, onde o índio receberá o tratamento que ele merece. O índio quer se integrar à sociedade, ele quer aquilo que nós queremos, energia elétrica, médico, dentista, internet, jogar um futebol, ele quer aquilo que nós queremos”, disse Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, os indígenas querem se integrar à sociedade urbana e comparou com o que ocorre na Bolívia, onde o presidente Evo Morales deverá concorrer ao quarto mandato.
“Na Bolívia, o índio pode ser presidente, aqui querem tratar como se fosse animal no zoológico, dentro de uma reserva. Eu quero tratar o índio como ser humano, como um cidadão, que explore sua propriedade, o subsolo, dê royalties disso, plante ou arrende sua terra para que seja plantada.”
Servidores da Funai enviaram uma carta ao ex-juiz Sergio Moro, confirmado para o Ministério da Justiça, na tentativa de evitar o remanejamento destacando a importância do órgão permanecer sob os cuidados do Ministério da Justiça. A preocupação se concentra em torno da demarcação de terras indígenas e garantias de direitos dos índios.
Direitos Humanos
Bolsonaro também disse que ainda não encontrou um nome de consenso para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. “Ainda não tenho um nome confirmado. Temos indicações. Estamos aguardando um pouco mais, pois não podemos escolher um nome e, amanhã, dizer que o nomeado será outro”.
Foto: Agência Brasil
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O mito é um “j”ênio!
A sua inteligência, digna de um jumento, por vezes o faz praticar o sincericídio.
Vale um Xadrez ou um Presídio, Nassif?
Nassif, pela hora da postagem e importância, é melhor recolocar esse tópico, acrescido dos seguintes detalhes:
1) – Entre parques nacionais e reservas de uso sustentável, o Ministério do Meio Ambiente tem sob sua tutela 28,6% do território nacional. São 345 áreas protegidas, perfazendo 1.202.750 quilômetros quadrados. São as chamadas “jóias da coroa”, um patrimônio imobiliário que vendido na bacia das almas acrescentaria alguns trilhões de dólares á conta do beneficiário. E deixaria o povo, em contrapartida, sujeito ao desabastecimento de água e imediata desertificação dessas áreas, acirrando o desequilíbrio climático que vem castigando a Nação desde que o desmatamento da AM acabou com os chamados “rios voadores”, grandes caudais de vapor d´água aéreos que traziam desde a extinta “garoa paulistana” até as chuvas que garantiam a agricultura, pecuária e demais condições de vida na maior parte do país;
2) – Pego em flagrante praticando pesca predatória em uma estação biológica que protege o afloramento da corrente sub-antártica das Malvinas no litoral fluminense (que dá nome à Cabo Frio e explica a presença de baleias, golfinhos e cachalotes que migram do pólo Sul para se reproduzirem nesta e outras regiões litorâneas de águas mais cálidas de nossa plataforma costeira), Bolsonaro diz que foi multado e quer acabar com a “indústria da multa ambiental” ao explicar a demora na indicação do novo ministro do meio ambiente, escondendo o fato de que essa pasta é a mais disputada pelos ruralistas e privatistas que o financiaram, uma vez que o que está em jogo são espaços de magnitude continental que deixam os atuais latifúndios apequenados;
3) – A Sociedade Rural Brasileira vem defendendo o nome do advogado Ricardo Salles para o cargo, por se tratar do ex-secretário de meio Ambiente do Governo Alckmin que propôs a privatização dos 34 parques que ocupam 3,4% do território paulista e começaram a ser selecionados há 145 anos pela Comissão Geográfico-Geológica que deu as diretrizes para a ocupação racional de SP. Em um caso típico do clichê “criatura versus criador”, Salles obrigou seu antigo mestre e chefe, Xico Graziano (ex-chefe do antigo gabinete pessoal do presidente FHC), a radicalizar a disputa pelo cargo de ministro de Bolsonaro, ao abandonar o PSDB que ajudou a fundar e escrever artigo se arrependendo de ter sido o que nunca foi – esquerdista – para se habilitar ao ambicionado cargo e destronar o afoito discípulo. O advogado Pinheiro Pedro, que de ex-ambientalista ambiciona se tornar corretor ambiental, além de vários outros nomes engrossam o rol dos pleiteantes, com apoio até da PM paulista, interessada em converter o Parque da Cantareira em área de treinamento do Batalhão de Ações Estratégicas;
4) – As recentes preleções de Bolso querendo “salvar” a população indígena de seus territórios ancestrais – por ele classificados de zoológicos – somadas às indicações de que pretende retirar a FUNAI do Ministério da Justiça de Moro reforçam a tese de que poderá haver a junção dos 688 territórios indígenas — compartilhados por 225 etnias que falam 180 línguas distintas –às unidades ambientais, o que implica no acréscimo de pelo menos mais um milhão de quilômetros quadrados ao rol de terras públicas à venda. Como a maior parte delas se situam na região Norte, isso justifica as declarações de Bolso sobre não ter interesse em manter a Amazônia sob domínio da União, fortemente questionadas por setores das Forças Armadas que temem o esvaziamento das mesmas, por falta de áreas aonde manter a “soberania” do que restar do chamado Estado brasileiro…
5) – Neste”imbroglio”, Bolso conta com o apoio dos ambientalistas — que, apesar de terem sido pioneiros em manifestações públicas durante a ditadura, foram favoráveis ao impeachment e à vitória do PSL – e da apatia dos setores da elite que apoiaram o empresário rural Paulo Nogueira Netto, que durante a ditadura dirigiu a SEMA, criando 18 estações ecológicas em quase 107 mil quilômetros quadrados, numa época em que a comunidade científica tinha na SBPC a grande defensora desses espaços territoriais estratégicos para a manutenção do equilíbrio climático nacional e global. Ou seja, de tudo aquilo que o novo presidente abomina, contando para tanto com o silêncio cúmplice da sucessora de Chico Mendes, o seringalista que criou a União dos Povos da Floresta para defender a integridade e sustentabilidade desta última, qual seja, Marina Silva;
6) – Vale ou não vale um xadrez (ou presídio, essa multiplicação de xadreses capazes de acomodar os envolvidos)?