Cop26: Líderes mundiais se comprometem a acabar com o desmatamento

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o mundo está indo para a beira do abismo devido ao vício dos combustíveis fósseis.

Jornal GGN – Os líderes mundiais presentes à Cop26 chegaram a um acordo para deter e reverter o desmatamento global na próxima década, parte de um pacote multibilionário para combater as emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. Xi Jinping, Jair Bolsonaro e Joe Biden estão entre os líderes que se comprometeram.

Humanos são os principais responsáveis pelo desmatamento e isso ocasiona um quarto das emissões de gases de efeito estufa. Essas emissões são, em grande parte, decorrentes da destruição das florestas do mundo para produção agrícola como óleo de palma, soja e carne bovina.

Os presidentes e primeiros-ministros dos principais produtores e consumidores dos produtos ligados ao desmatamento, ao avalizar a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra, se comprometerão a proteger os ecossistemas florestais.

A Índia se comprometeu a atingir emissões líquidas zero até 2070 e, como está 20 anos atrás da data estabelecida para 2050 já acordada, os especialistas consideram uma meta realista. A Índia é o terceiro maior poluidor do mundo.

Já Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, alertou que é necessária maior urgência nas negociações, pois estamos aquém e não há tempo de ficar para trás ou em cima do muro.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o mundo está indo para a beira do abismo devido ao vício dos combustíveis fósseis.

A Rainha Elisabeth, em mensagem gravada, disse que os líderes precisam se erguer além da política do momento e alcançarem a verdadeira liderança de estado. Disse que os benefícios de tais ações não serão sentidas por nós, que ninguém vive para sempre, mas sim para nossos filhos e os filhos dos nossos filhos e por aqueles que seguirão seus passos.

A promessa dos CEOs de eliminar as atividades ligadas ao desmatamento e o financiamento de £ 1,5 bilhão do governo do Reino Unido para florestas também fazem parte do acordo. £ 350 milhões disso irão para a Indonésia e £ 200 milhões para a bacia do Congo, com um novo fundo de £ 1,1 bilhão para a floresta tropical da África Ocidental.

Embora o acordo florestal tenha sido recebido com cautela por ecologistas e especialistas em governança florestal, eles apontam acordos anteriores para salvar florestas que até agora não conseguiram impedir sua destruição, inclusive em 2014. Mas desta vez, a UE, a China e os EUA ao lado de importantes países com florestas como Brasil, República Democrática do Congo e Papua-Nova Guiné vão assinar o compromisso.

Muitos detalhes precisam ser esclarecidos, principalmente como o dinheiro é gasto, segundo Carlos Rittl, que trabalha no Brasil para a Rainforest Foundation Norway. “Grandes cheques não salvarão as florestas se o dinheiro não for para as mãos certas”, disse ele, enfatizando que deve ir para os grupos indígenas e outros que estão comprometidos com a proteção da floresta.

Em um anúncio separado, pelo menos £ 1,25 bilhão de financiamento será dado diretamente aos povos indígenas e comunidades locais por governos e filantropos por seu papel na proteção das florestas.

Mas os fundos prometidos ainda estão muito aquém do que alguns acreditam ser necessário. “Somos desvalorizados e nossos direitos ainda não são respeitados”, disse Mina Setra, uma ativista dos direitos indígenas de Bornéu. “Uma declaração não é suficiente. Precisamos de evidências, não apenas de palavras”.

Com informações do The Guardian

Redação

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