Estudo destaca avanço da destruição da Amazônia

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Grandes faixas da região atingiram o chamado ponto de inflexão, segundo cientistas e organizações indígenas

Foto: © Daniel Beltra for Greenpeace

O processo de destruição de partes da Amazônia é tão intenso que faixas da floresta chegaram ao ponto de inflexão e podem nunca mais se recuperar, segundo estudo realizado por cientistas e organizações indígenas.

“O ponto de inflexão não é um cenário futuro, mas uma etapa já presente em algumas áreas da região”, afirma o estudo Amazônia Contra o Relógio, elaborado por cientistas da Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (RAISG) em parceria com a Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica).

Enquanto Brasil e Bolívia concentram 90% de todo desmatamento e degradação combinados, apenas Suriname e Guiana Francesa têm pelo menos metade de suas florestas ainda intactas, considerando as nove nações que possuem partes da floresta.

Para tentar reverter tal quadro, organizações indígenas da Amazônia representando 511 nações e aliados pedem um pacto global para a proteção permanente de 80% da Amazônia até 2025 – considerando que 74% da floresta original permanece, o que incluiria o trabalho de recuperação das terras degradadas.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a coordenadora do relatório, a cientista equatoriana Alicia Guzmán, afirma que a forma mais segura de garantir a proteção da floresta é dar aos grupos indígenas a administração de mais terras – e, crucialmente, que a proteção estatal seja garantida assim como a remoção de brechas  legais que viabilizam a indústria extrativa.

Quase metade da Amazônia foi designada como área protegida ou território indígena, e apenas 14% de todo o desmatamento ocorre lá. Atualmente, cerca de 100 milhões de hectares de terras indígenas estão em disputa ou aguardando reconhecimento formal do governo.

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