Ministro distorce dados sobre o meio ambiente no Brasil

Entre outros pontos, Joaquim Leite omitiu redução de 93% no pagamento de multas ambientais e divulgação tardia de estudo sobre desmatamento

Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente. Foto: Wikipedia

Jornal GGN – O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apresentou diversos dados contraditórios sobre a atuação do governo federal contra os incêndios florestais.

A afirmação é do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT), que apontou uma omissão importante por parte do ministro: a queda de 93% no pagamento de multas ambientais apenas no ano de 2020.

Os sindicalistas ressaltam que um estudo apontando desmatamento recorde no país nos últimos 15 anos foi finalizado em 27 de outubro, mas divulgado apenas em 18 de novembro.

Citando o UOL Confere, os sindicalistas afirmam que Leite distorceu os dados da Operação ‘Guardiões do Bioma’ com relação ao combate aos incêndios.

“Os dados de redução de incêndios são relativos ao ano todo e incluem um período no qual a operação “Guardiões do Bioma” ainda não existia —ela foi lançada apenas em 22 de julho deste ano”, alertam os trabalhadores.

Além disso, os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram uma redução de  26% nas queimadas na Amazônia entre janeiro e novembro de 2021 em relação ao mesmo período em 2020.

“No entanto, de janeiro a julho, antes da operação, o bioma já registrava queda de 22% nos focos de incêndio”, ressalta o SindCT. “De agosto até outubro, a redução foi de 26%”.

Leite também afirmou que a Alemanha, hoje, “emite mais carbono do que há dez anos”, uma alegação considerada sem contexto pelos sindicalistas, uma vez que ainda não há dados confiáveis e consolidados sobre a emissão de gás carbônico em 2021.

“Até o ano passado, a Alemanha vinha reduzindo a emissão de CO2, segundo o Atlas Global de Carbono; em 2020, foram 644 milhões de toneladas emitidas, enquanto em 2010 o valor era de 833 milhões de toneladas”.

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Redação

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