Seca faz nível do Rio Doce chegar a três centímetros no Espírito Santo

Jornal GGNNo Espírito Santo, o Rio Doce enfrenta uma forte seca, chegando ao nível de 3 centímetros na cidade de Colatina nesta quarta (24), a pior marca desde outubro de 2015. Normalmente, o rio teria nível de um metro neste período do ano.

As autoridades alertam para a intensidade da crise hídrica e dizem que é preciso economizar água. No começo do ano, o nível do rio ultrapassou os seis metros em razão das chuvas. O nível baixo atrapalha na captação de água e afeta a agropecuária local.

O Rio Doce foi atingido pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana. Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) anulou o acordo da União e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP, atendendo a pedido do Ministério Público Federal. O MPF alegava que o acordo era prejudicial e que os governos envolvidos não tinham legitimidade para agir em nome da população atingida.

Do Gazeta Online

Nível do Rio Doce chega a 3 centímetros em Colatina

No lugar de água, é possível ver a formação de bancos e mais bancos de areia no Rio Doce em Colatina, no Noroeste do Estado. Ele atingiu a pior marca desde outubro do ano passado, chegando a três centímetros nesta quarta-feira.

O normal para o mesmo período do ano é de aproximadamente um metro. A medição foi feita com a régua da Agência Nacional de Água (ANA), que faz o monitoramento na cidade. Em janeiro deste ano, o nível do rio passou dos seis metros por causa das chuvas.

Segundo o diretor do Sanear, Antônio Demoner, a crise hídrica é altamente acentuada e é preciso economizar. “É preciso evitar o desperdício, porque se perpetuar essa crise teremos dificuldade de captar água”, afirma.

Por causa da falta de água é possível caminhar até locais que se formavam ilhas dentro do rio. O cenário assusta moradores que nunca viram o rio tão seco como agora, como o lavrador aposentado Anael Barbosa dos Santos.

“Eu nunca vi o rio assim, antes eu atravessa o rio de canoa e agora é possível atravessar a pé. Eu considero que é a pior seca. Na lavoura nós perdemos gado e a lavoura de café nós perdemos bastante”, afirma.

A dona de casa Marciana Máximo Aires Lino comenta que passou a economizar água nos serviços de casa por ver a situação do rio. “Eu abro a torneira, molho e fecho na hora. Tinha tempo que não via o rio assim, ele está muito seco”, diz. “Eu lavo carro uma vez por mês, é preciso economizar vendo o rio desse jeito”, acrescenta outro colatinense, o microempreendedor Moacir da Silva Santos.

Captação

De acordo com Antônio Demoner, a vazão do rio está em 135 mil litros por segundo, no entanto, esse valor já chegou a atingir 600 mil litros por segundo. Menos de um por cento desse valor é usado na captação que é feita através de bombas flutuantes, que mudam de lugar.

“Estão sendo retirados 400 litros por segundo. Os bancos de areia atrapalham na captação porque as bombas ficam mais difíceis de trabalhar. Há locais que estão cheios de areia e a última água que passou foi com a chegada da lama”.

Redação

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