Folha diz que Haddad conversou com traficantes e não avisou Alckmin

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Ação da Prefeitura ajudou a desbaratar o tráfico de drogas na região da cracolância, mas jornal escandaliza e destaca “desarticulação” com Geraldo Alckmin

Jornal GGN – A Prefeitura de São Paulo, capitaneada por Fernando Haddad (PT), é destaque na Folha de S. Paulo dessa sexta-feira, 1º de maio, em consequência de uma ação desencadeada dois dias antes na cracolândia. O governo Haddad teria, segundo o jornal, antecipado “detalhes da operação realizada [com ajuda da Polícia Militar] na quarta e que terminou em confronto com usuários de drogas e policiais” a “traficantes” da região conhecida como “favelinha”. 

O objetivo do governo Haddad era desmontar as barracas que existem na região, reduzindo o fluxo de usuários e, consequentemente, impulsionando alguns a buscar o De Braços Abertos, programa da Prefeitura que dá emprego e moradia a esse público. No final, segundo a Prefeitura, a meta foi atingida “com sucesso”: o fluxo caiu e 80 usuários aderiram ao projeto municipal. Mas isso só foi assinalado na última linha da reportagem da Folha. Todo o resto do conteúdo é voltado para uma suposta negociação do governo petista com traficantes de drogas da cracolândia. 

Segundo o jornal, durante dias os funcionários do gabinete de Haddad mantiveram conversas com seis pessoas que se diziam líderes dos ocupantes da favelinha, com o intuito de “evitar uma reação violenta dos frequentadores durante a operação” de desmontagem das “barracas dos viciados”.

“Mas, segundo a Folha apurou, a prefeitura foi surpreendida minutos antes da ação: os que se diziam líderes sumiram, e outros traficantes assumiram como interlocutores. Temendo descontrole, a gestão Haddad decidiu, então, acionar a PM – que foi ao local e acabou se envolvendo em tumulto e confronto.” No mesmo dia em que o governo Beto Richa (PSDB) promoveu repressão violenta em cima de professores no Paraná, a Polícia Militar de São Paulo reagiu a “ataques” de “viciados” com tiros de armas de fogo. Ninguém se feriu, contudo.

Depois do ocorrido, Haddad explicou à imprensa que há pelo menos três semanas a Prefeitura vinha conversando com os líderes dos usuários sobre a ação. “Em razão desse acordo”, publicou a Folha, “não foi necessário solicitar apoio policial antes de iniciar a operação”. Mas, segundo Haddad, “quando o acordo foi rompido, liguei para ele [secretário de Segurança do Estado] e disse que poderia haver incidente.”

O jornal frisou que a ação de Haddad provocou confusão porque foi “desarticulada” com o governador Geraldo Alckmin. Este, por sua vez, alega não ter sido alertado sobre nada. 

A repercussão veio no começo da tarde desta sexta-feira. O vereador Andrea Matarazzo (PSDB) – potencial adversário de Haddad na próxima eleição municipal – disse que “o prefeito é completamente irresponsável. Ele sempre procura os caminhos do submundo em vez de a utilizar os instrumentos legais e institucionais. (…) O prefeito vive realmente em outro planeta nem dá para dizer que ele vive em outra cidade. Só falta essa, negociar com o crime.”

Os secretários Eduardo Suplicy (Direitos Humanos) e Alexandre Padilha (Relações Governamentais) explicaram que Haddad não negociou com traficantes, como sugeriu o vereador.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

24 Comentários

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  1. Negociação

    Diz a lenda que o governo tucano certa vez negociou com o PCC ou seus representantes, quando os caras daquela facção resolveram tocar o terror em São Paulo. E assim, removendo certos presidiários a paz retornou. Mas como Matarazzo e outros dizem que não foi assim, e eu não sou de São Paulo, peço ajuda aos colegas de Sampa, será que me enganei ?

    1. Oi, Luiz
      Precisa de nova

      Oi, Luiz

      Precisa de nova “conversa” com a “facção-que-age-dentro-e-fora-dos-presídios-paulistas” como a Globo se refere ao PCC.

      Depois de deixarem fazer a farra com explosões de caixas eletrônicos, agora a “moda” é tocar fogo em ônibus e, mafiosamente, praticar a livre concorrência entre empresas de transporte da Capital.

      Tá começando também o roubo a transportadoras de valores. O butim da última ação foi de R$ 6 mi se são me engano.

      1. caixas eletrônicos?

        a autoria é outra: é reforço de caixa, isto é, de soldo.

        o serviço reservado sabe quem são, mas … os ‘interesses são grandes nesse ‘negócio’.

    2. Resposta ao Luiz Antonio Antunes Machado.

      Caro Luiz, você está coberto de razão. Dizem os entendidos na segurança pública de São Paulo que o governo Geraldo Alckmin fez acordo com o PCC, para as coisas não saírem do prumo. Disse um taxista que nos presídios de SP, o condenado é levado até o primeiro portão, entra, e nos portões seguintes e até a cela em que irá se abrigar, fica por conta do PCC. Dizem ainda, e já houve reportagem da TV nesse sentido, que mulheres de condenados são obrigadas a fazer sexo com os chefões do crime enjaulados, nas visitas íntimas, para que seus maridos não sejam assassinados. Gostaria mais que assistentes sociais esclarecessem esse “sexus operandi”.

  2. O vereador Andrea Matarazzo

    O vereador Andrea Matarazzo (PSDB)   é aquele que mesmo o ex-ciretor da siemens dedurando ele e conseguindo liberdade o Marco Aurelio de Melo mandou NÃO investigar o que disse o ex-diretor da Siemens !!!???

  3. Como é difícil e ignorante a

    Como é difícil e ignorante a nossa elite !

    Coisa de Idade Média.

    Não foi à toa que o ministro Teori usou o termo mediavalesco ao se referir ao juiz da Lava Jato, que a nossa elite e o PIG idolatram.

    Dá vontade de sumir.

  4. ESSA FOLHA ROLHA É FOGO…

     

    O jornal a Folha adora uma fofoca, além da reportagem adora soltar os seus venenos… Vou contar uma coisa, trabalhei por três anos em escola onde havia mais nóia do que alunos. A vice – diretora sabia como conversar não somente com os usuários como com os traficantes e a escola melhorou muito depois da conversa. Eu mesma nunca tive problema sério com eles.

    Ao contrário do que dizem quando um adolescente viciado em drogas tratado com energia, mas com carinho e compreensão eles nos devolve produção e respeito. Haddad está correto em conversar com quem fornece a droga. Isso não significa que ele vai pagar ao traficante para ele não vender ao viciado. O traficante pode muito bem partir para outra banda, evitar vender para aquele determinado viciado, agora se o viciado sai a procura do traficante o Haddad não tem o que fazer.

    O problema são as pessoas são vizinhos desses viciados em tratamento que morre de medo. Seria uma boa ideia se Haddad fornecesse um seminário ou curso para esses vizinhos para dar mais esclarecimento a eles. 

    1. “…O traficante pode muito

      “…O traficante pode muito bem partir para outra banda…”

      Alguém pode fazer o favor de trazer a pessoa desse comentário para a Terra e dar algum remédio para ela?!?!?

      1. A boa Terra…

        Qual é a boa Terra que vc sugere? Algo como a Terra do Tucanistão, onde a puliça do xuxu é sócia do crime organizado?

      2. Por caso …

        Por caso você já foi traficante pra estar ironizando?  É claro que se você, por exemplo, fosse conversar com um deles com essa sua cabeça a única coisa que conseguiria seria uma bordoada na cara ou uma arma na sua cabeça mandando você cair fora. Não são todos os traficantes que são usuários de drogas o negócio deles é vender. Quando morava em São Paulo morei próximo a favela do pó e conheci muitos traficantes sem saber que eles eram traficantes e mesmo depois de saber jamais tive medo deles e jamais eles me trataram de forma para que eu sentisse medo. Eu respeitava o espaço deles e eles respeitavam o meu espaço. Quando citei a vice- diretora provavelmente ela deveria ter pedido para respeitar o seu espaço de trabalho, mesmo porque havia alguns a alunos na escola que tinha um irmão, filho ou sobrinho de traficante… Nada é impossível nessa vida, a velhinha ou a necessitada de remédio a aqui, tem muitas anos de praia e conhece a vida muito mais do que você por isso deixe de ironizar por coisas que não vivenciou

          1. VC não entendeu , nada

            Vc não entendeu nada… Ninguém dá ordem a um traficante, eu nunca pedi nada a eles, eu simplesmente fiquei na minha e eles na deles, e se vc quer saber, quando eu viajava minha na minha casa na entrava ladrão. Uma vez soube que a irmã do traficante tomou uma surra dele por ter roubado o botijão de gás de uma das casas próximas e ainda fez ela devolver. Acredite ou não, éramos mais protegidos por eles do que pela polícia.

            O mesmo acontece com uma escola onde tem traficante próximo é claro que nesse caso ele testa as autoridades do local. Para você como é ele o traficante, tinha por preferência em conversar com a vice- diretora e não suportava a diretora. Por que será?

            O mesmo aconteceu com o prefeito de Sampa que conversou com quem fornece a droga e teve, resultado positivo como diz a reportagem… Será que se Alckmin fosse conversar com algum deles teria o mesmo resultado que Haddad teve? Eu respondo pra você que não…

  5. É isso aí, se o PSDB fala com

    É isso aí, se o PSDB fala com o PCC, porque nóis não podemos falar com os traficantes? E tem mais, vamos socializar com eles, talvez um programa “Mais na Veia” ou coisa assim…

  6. Pretextos e desculpas

    E não é que ainda há jornalista citando Millôr Fernandes, “imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”? Mas que oposiçao seletiva essa, não? Além do que Millôr chegou a falar alguma coisa sobre mentir descaradamente? Algum manual de redação, algum curso de Jornalismo?

     

    Talvez por ter que engolir as ordens do patrão, trair a própria vocação jornalística, esses jornalistas acabam com o fígado dilacerado, coitados… aterrorizados, com medo dos passaralhos, não há como deixar de expressarem o terror que sentem, “a boca fala do que está cheio o coração”. Como o PT é alvo autorizado pelas editorias… pronto!

     

    Oposição seletiva, bah…

  7. Parabéns prefeito.

    A cidadania me faz admirar suas ações, sr. prefeito. No lugar de bombas, cidadania. No lugar de porradas, cidadania. No lugar de cães, cidadania. Parabens sr prefeito, excessão na política. Integridade e cidadania.

  8. pavor

    A direita sectária tem pavor pânico da figura do Haddad.

    Vão tentar demoli-lo (melhor sacanea-lo) como fizeram com Dirceu, Genoino e outros.

    Haddad é um dos melhores quadros do PT e se quiser pode atingir cargos maiores.

    E quem eles, os batedores de panela, tem para disputar com Haddad?

    ÇERRA45 e fegaçê vice…viiiiiixe! são candidatos imbatíveis e já eleitos, mas apenas em 2038.

  9. Submissão é uma m…a.

    “No final, segundo a Prefeitura, a meta foi atingida “com sucesso”: o fluxo caiu e 80 usuários aderiram ao projeto municipal. Mas isso só foi assinalado na última linha da reportagem da Folha.”

    Ué! Será que prestaram atenção no “segundo a prefeitura”? Pessoal está tão acostumado com a FSP como portavoz do prefeito que desta vez estranhou. Prendam o estagiário, o autor da matéria, o editor, etc… Chamem a Bergamo!

  10. NÃO CONFIO NO HADDAD

    Me desculpem, mas pra mim quem aperta a mão de Paulo Maluf para tentar se eleger, é capaz de fazer acordos com todo tipo de bandido. Se vale tudo em nome da eleição e da reeleição, não dá para confiar na integridade moral do Haddad. Triste constatação. É também por essas que o PT está afundando, perdeu sua alma… Este que poderia continuar sendo o melhor partido do Brasil, perdeu-se, e Haddad faz parte deste epílogo. Tristeza…….

    1. Enquanto eles estão…

      Enquanto eles estão vivos ele se consideram sim, “Le teste di teste” “Os chefes dos chefes” , mas somente do pedaço deles

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