Juiz Jangutta, ex-assessor de Zveiter, impõe censura ao GGN

GGN é condenado a remover três artigos de Luis Nassif que citam o desembargador do RJ Luiz Zveiter

O juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, da 41ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, ordenou ao GGN para tirar do ar três matérias referentes à atuação do desembargador Luiz Zveiter, há anos considerado o magistrado mais influente na Justiça do Estado. Por alguma razão, não recebi a intimação e o julgamento foi à revelia.

Jangutta foi juiz auxiliar no período em que Zveiter foi presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ou seja, abdicou de exercer a judicatura para fazer papel de mero funcionário do Zveiter.

Os artigos em questão são:

“Xadrez das organizações que dominam o Rio de Janeiro”;

“Xadrez das organizações que dominam o Rio de Janeiro – 2” e

“O poder de Luiz Zveiter e as ações que me movem”.

Os artigos se basearam em algumas acusações do ex-governador Garotinho contra Zveiter. Em novembro de 2018, o mesmo juiz Jangutta cometeu o absurdo de condenar Rosinha Garotinho a dois meses de prisão, por injúria contra Zveiter.

A enorme influência de Zveiter no TJ-RJ se manifestou também através do desembargador Cleber Ghelfenstein. Em 2007, o juiz João Batista Damasceno denunciou esquemas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – cujo corregedor era Luiz Zveiter – que permitiu a indicação de Ghelfenstein.

O desembargador me condenou a indenizar Eduardo Cunha em R$ 100 mil, por difamá-lo.

Em 2014, o mesmo desembargador Cleber Ghelfenstein deu ganho de causa ao jornalista Juca Kfoury, em ação proposta por Ricardo Teixeira, valendo-se dos seguintes argumentos:

É certo que a matéria é crítica e demonstra, um tanto, a insatisfação, à época e ainda evidente, da sociedade civil com os escândalos que insistem em assombrar nosso esporte, especificamente o futebol masculino nacional. (em negrito no original)

Contudo, diversas notícias envolvendo o autor, então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram publicadas por outros veículos da imprensa, algumas com fortes denúncias sobre sua conduta à frente da referida instituição, não havendo, nos presentes autos, qualquer informação acerca de eventuais medidas porventura tomadas pelo autor.

Nesta senda, em que pesem os eventuais danos de ordem moral sofridos pelo autor, não restou comprovada a conduta ilícita imputada ao réu, já que estamos diante, em verdade, do regular exercício do direito de informar, expressão da própria liberdade de imprensa, sem a qual o Estado Democrático de Direito sobreviveria.

A conclusão a que se chega é a de que a matéria reproduzida pelo réu não alcançou dimensão suficiente para denegrir a honra do autor, mormente quando comparada a um sem número de reportagens já veiculadas sobre a gestão do autor quando respondia pela aludida entidade”.

Em pleno período de ascensão de Eduardo Cunha, o GGN publicou uma série de reportagens sobre ele (https://goo.gl/baCoUJ), levantando diversos fatos posteriormente denunciados na Lava Jato. Não foi considerado sequer o fato de que o “dano moral” foi em uma pessoa que estava condenada e presa por corrupção.

Desde 2007, o juiz Damasceno registra antecipadamente as listas dos desembargadores a serem indicados para o TJRJ. Trata-se de um retorno à República Velha. Se se pretende, de fato, a modernização institucional do país, se Supremo Tribunal Federal e Conselho Nacional de Justiça pretendem transformar o Judiciário em âncora de defesa das instituições, não poderão fechar os olhos para o que acontece no Rio de Janeiro.

Luis Nassif

13 Comentários

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  1. É preciso salvar o Rio de Janeiro para salvar o Brasil. O Rio de Janeiro é hoje a cloaca do país. Não é à toa o bolsonarismo ser legítima produção carioca que se nacionalizou. O que ocorre aqui é a mais pura degradação institucional, que a partir de 2016 contaminou o Brasil. Se o câncer que assola o Rio não for estirpado, sempre haverá o risco de metástase no país. Sempre lembrando que o poder militar tem forte base no Rio.

  2. “…O problema é que o chicote pode mudar de mãos…”Ministro Marco Aurélio de Mello. CENSURA É CENSURA. Pode ser contra Allan dos Santos, pode ser contra o Dep. Daniel Silveira, pode ser contra GGN de NASSIF. CENSURA É CENSURA. Praticado pela Imprensa Brasileira, por ABI é inaceitável. Praticado pelo Poder Judiciário e sua Elite é ainda pior. É canalha sendo exercida por STF, por Alexandre de Moraes ou Guilmar Mendes. É tão abjeta quanto, sendo praticada pelo Judiciário Fluminense contra este Veículo. Mostra como os Intestinos da Nação estão expostos.E por que o subproduto destes Instestinos conseguem ser tão atuantes. LUIZ ZVEITER dos Processos de Corrupção, Superfaturamentos e Supersalários do Judiciário Fluminense entre Tribunais Superiores. LUIZ ZVEITER do Braço Judicial da CBF, dentro de STJD, acobertando comparsas da Cleptocracia entre Ricardo Teixeira, Marin, Del Nero, CaixaD’Água, Eurico Miranda, Havellange. LUIZ ZVEITER que nega Proteção Policial à Juíza Patricia Accioly, fuzilada na porta de casa. LUIZ ZVEITER, ‘Braço Armado Juridico’ da CBF cumpliciando com petista Vicente Cândido, com o tucanos Felldman’s enquanto articulavam a Copa do Mundo de Elefantes Brancos Bilionários Superfaturados e Corruptos com Dinheiro Público, com aval de FHC, Serra, Alckmin, Dilma, Lula, Eduardo Paes, Sérgio Cabral,…LUIZ ZVEITER (Presidente de STJD) cujo Filho FLAVIO ZVEITER (Presidente de STJD) é o Advogado-Articulador para a Formação de Liga de Futebol e SAF’s, enterrando no Orçamento Público Divídas, Corrupção e Crimes de antigos “Clubes Desportivos Sem fins Lucrativos”, para uma nova realidade Privada e Comercial entre S/A’s. As Privatarias do Futebol. ZVEITER. A Cleptocracia Brasileira luta para que o Povo Brasileiro, tendo à frente seu Presidente, não destrua esta realidade que construíram nestes 92 anos, replicado nestes 40 anos “redemocráticos”. Pobre país rico. LUIZ ZVEITER. Mas de muito, muito, muito , mas muito fácil explicação.

  3. Sou carioca morando em BH. Estou lendo biografia da Fernandona e vendo o que foi o Rio.
    Como ela mesma disse, como chegou a esse ponto?
    Não dá pra voltar.

  4. Este é o problema de termos juízes, procuradores, policiais federais que se tornam funcionários públicos não pela competência, pela carreira, mas pelo dindin e privilégios. Isto tudo fruto do patriarcalismo, escravidão que vêm de nossa formação e permanece. Concursos que privilegiam o mero decorar de leis, viciados, quando das provas orais, que servem a uma casta. Nada de experiência profissional, rigoroso saber e, principalmente, de conhecer os diversos Brasis. Enfim, algo que deveríamos acabar, mas apoiamos injustiças, como foi, por exemplo, a Lava Jato com todo os vícios denunciados pela Vaza Jato. Temos as nossas digitais em todo este escárnio.

  5. 40 anos de Judiciário “Redemocrático” replicando 92 anos de Elites da Bandidolatria. Alguns Doutrinados ainda insistem que o ‘Capitão’ não deva destruir quase 1 século desta Cleptocracia. Por que será?? Poder Judiciário cujo DNA está na Ditadura Esquerdopata-Fascista que assassina Estudantes e Advogados da Faculdade de Direito do Largo São Francisco / SP, impondo a mordaça lacaia de OAB, Meretriz Primogênita da Ditadura Fascista seguida por MEC, UNE, ABI, USP,…do Estado Novo e década de 1930. Juntamente com STF que extradita Cidadãos Brasileiros para Campos de Concentração e Crematórios Nazistas, enquanto fecha os olhos para Centros de Tortura, Prisões Políticas e Cemitérios Clandestinos de Filinto Muller. Teremos Tancredo Neves como Ministro da Justiça, assim como teremos Renan Calheiros nesta função. Que Justiça então queria nossa Imprensa Brasileira se não esta de LUIZ ZVEITER? Pobre país rico. Projeto de Poder e de Nação que vocês deram de herança para todos Nós. Mas de muito fácil explicação.

  6. Inaceitável a censura pelo exercício de informar o cidadão. Se houve mentira que se apure e prenda. Mas censurar é uma prova de que amordaçam a verdade.

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