PT acusa Globo de “incitar militares” a ameaçar um golpe se Lula não for preso

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ricardo Stuckert

Jornal GGN – O Partidos dos Trabalhadores emitiu nota na manhã desta quarta (4) denunciando a Globo por “repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de João Goulart.” Na visão do partido, a emissora repete o feito “agora para pressionar o Supremo” a negar um HC preventivo a Lula e a não revisar o entendimento a favor da prisão em segunda instância. “A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia”, diz o informe.

“Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.”

Na noite de terça (3), o Jornal Nacional veiculou 23 minutos de uma matéria sobre o HC de Lula e a prisão em segunda instância. Ao final, leu acriticamente o tuíte do general Villas Boas, comandante do Exército, que se posicionou contra a “impunidade” e disse que está atento para cumprir com sua “missão institucional”.

Críticas ao comportamento do general entenderam na mensagem ao STF uma ameaça velada de golpe.

Nota do PT: Rede Globo incita golpe militar

“A Globo quer repetir o que fez em 64, quando incitou chefes militares contra o governo de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o STF”

É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.

Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.

Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.

Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.

E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.

A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.

A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de João Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia.

Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.

A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.

Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores

Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal

Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. A “Coisa”.

    Quem tiver condições, e achar que corre risco iminente, comece a preparar o exílio, o Uruguai é boa pedida.

    A “Coisa” está em andamento, e A “Coisa” não vacila nem tem misericórdia.

    O próximo passo?

    Bem, eu diria que é vazar algo relacionado ao uso da internet e bloquear a comunicação por essa plataforma quando o clima esquentar (mais).

    A NSA, a CIA e outras agências têm um monte dessas coisas no forno, prontinhas para uso.

    Alguém lembra aí do episódio dos terroristas de paintball da Olimpíada, da pronta ação do Lex Luthor do STF e a prisão dos rapazes, que até hoje ninguém sabe onde estão.

    Será que foram “extraídos”  para Guantánamo? Quem sabe?

    E o caso daquele rapaz que estava com desinfetante, a quantas andam? 

    Tais evidências provam que nenhum absurdo é tão absurdo que não possa superar a absurda realidade que vivemos.

    É só aguardar.

    A ingenuidade (ou será que tinha gente infiltrada?) da esquerda é imaginar que a luta política sempre obedecerá aos princípios nos quais ela (a esquerda) acredita e legitima.

    Piada trágica! 

    Como dizem os mineiros: “Muié, pega os trem que a “Coisa” já vem!”

  2. Quem politiza, politizado será.

    O general deu um passo em falso. Acredito que jogou para torcida, ou tente conter pressões internas do obscurantismo fardado que devem estar pedindo sua cabeça no comando, mas a atitude, além de autoritária, beira a irresponsabilidade em outro ponto ainda não abordado até aqui nas análises.

    Afinal na mesma medida em que politiza a sua atuação, transbordando completamente dos limites constitucionais, para pressionar o Supremo em questão estritamente constitucional e  jurídica, abre o flanco em sua própria instituição.

    O que ele fará quando a politização atingir os soldados, cabos e sargentos ?

    Se ele se permite tomar partido, enquanto militar da ativa, como irá impedir que o debate atinja a tropa?

    E como vai impedir que os cidadãos civis procurem a tropa para convence-los diretamente de que devem ficar ao lado da democracia ?

    Depois vem o mimimi da quebra da hierarquia militar,mas quem dá o primeiro passo é ele.

    Me parece que está a perder o controle da parte mais obscurantista do alto oficialato.

  3. Não cheguei aos 55 anos para
    Não cheguei aos 55 anos para acreditar que um tuite com aquele teor, divulgado em tempo hábil para ser repercutido no jornal nacionale, na véspera da execução política de Lula, tenha sido um ato espontâneo ou honesto por parte de um general do exército brasileiro.
    O golpe está consumado. Com ou sem habeas corpus.

  4. Não cheguei aos 55 anos para
    Não cheguei aos 55 anos para acreditar que um tuite com aquele teor, divulgado em tempo hábil para ser repercutido no jornal nacionale, na véspera da execução política de Lula, tenha sido um ato espontâneo ou honesto por parte de um general do exército brasileiro.
    O golpe está consumado. Com ou sem habeas corpus.

  5. Quando o Lula tomou posse em 2003, o Requião foi procurá-lo para

    Quando o Lula tomou posse em 2003, o Requião foi procurá-lo para sugerir a criação de uma empresa estatal forte de comunicação, para se contrapor aos grupos privados hegemônicos de comunicação.

    Na ocasião, o Requião falou da sua experiência no Paraná que reverteu toda verba publicitária destinada à globo e outros veículos privados para investimentos na TV estatal do Paraná.

    O Lula ficou empolgado com a ideia e pediu para o Requião procurar o José Dirceu para ouvir suas sugestões sobre a criação da TV estatal.

    Quando o Requião se encontrou com o José Dirceu, após ter apresentado a sugestão, recebeu a seguinte resposta:

    José Dirceu: Requião, nós já temos uma TV!

    Requião: Temos?!

    José Dirceu: Temos! É a Globo!

    E o resto da história todos nós conhecemos muito bem. Não chegamos a atual crise por acaso!

     

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