Reescrevendo a Folha de São Paulo, sem o fígado

Os fatos são os mesmo, mas a versão, quanta diferença.

Os dados e citações aqui contidos são rigorosamente os mesmos da matéria da Folha de hoje, 27.12.2013, cuja manchete é “Comércio tem Natal mais fraco em 11 anos”.

Se retirada a “bílis negra”, ficaria assim:

Comércio no Natal cresce pelo 11º ano consecutivo. 

Sem crise.

Apesar da crise mundial, no Brasil, o comércio natalino cresce consecutivamente há mais de uma década.

Em 2013, segundo indicador de atividade do comércio da Serasa Experian, as vendas na principal data para o comércio cresceram 8,7% no país (2,7% de crescimento, descontada a inflação), representando um crescimento contínuo desde o início da série em 2003. O levantamento foi feito com base em consultas realizadas na semana de 18 a 24 de dezembro.

Um setor dinâmico.

Os setores de shoppings e E-Comerce tiveram natal dinâmico em 2013. Os shoppings registraram um crescimento de 5% em termos reais. O setor deve encerrar o ano com faturamento de R$ 132,8 bilhões e com mais 38 novos shoppings abertos ao longo do ano. O E-comerce teve um crescimento nominal de 41%. De 15 de novembro a 24 deste mês, as vendas somaram R$ 4,3 bilhões. No ano, o setor deve faturar R$ 28 bilhões, segundo a E-Bit.

Efeito Miami, IPI e Black Friday, podia ser melhor ainda.

Os dados do comércio no natal podiam ser melhores ainda. O consumidor, que espera, normalmente, a entrada do 13º salário para efetuar suas compras, este ano, teve alguns motivos para antecipá-las. Um deles foi o fim da redução do IPI para móveis e automóveis. Outro fator que também contribuiu para um não aumento maior, em dezembro, foi a liquidação conhecida como Black Friday, realizada na última semana de novembro.

Os shoppings tiveram ainda a competição com outlets de Miami e Orlando, que vivem abarrotados de brasileiros. “Os preços lá fora são muito menores e isso é um inibidor de compras, sobretudo no setor de vestiário”, diz Sahyoun, presidente da Alshop.

A inadimplência afastada.

Todo crescimento, principalmente se baseado no crédito, embute o risco da inadimplência. Esse, contudo, não parece ser um risco a curto prazo. As famílias brasileiras se mostram responsáveis nesse sentido.  

Segundo a Alshop , o gasto individual com presentes caiu 10% neste ano. Variou de R$ 35 a R$ 45 nos shoppings populares. E de R$ 75 a R$ 125 nos estabelecimentos de classe média. O crescimento, então, se explica por mais pessoas terem ido às compras, mas gastado menos individualmente.

“O consumidor está menos disposto a comprar e mais preocupado em sair da inadimplência do que contrair novas dívidas”, diz Luiz Rabi, economista do Serasa.

Para 2014, a estabilidade. Mas…

O ano de 2010 – PIB de 7,5%, foi atípico com um crescimento de 15,5% do comércio em dezembro. A análise da série histórica de crescimento do varejo no Natal, no entanto, mostra uma tendência de estabilização.

“Vivemos nos últimos anos uma antecipação forte do consumo, estimulado pela redução das alíquotas de impostos”, diz Nuno Fouto, professor do Provar/FIA.

Segundo Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop, “A volúpia de compras acabou. As pessoas já compraram o que precisaram e, agora, estão fazendo reposição”.

E para o economista Eduardo Tonooka, “Com os níveis de emprego elevados, não há muito mais espaço para ter mais pessoas ingressando no mercado de consumo”.

O comércio natalino cresce a uma taxa média próxima a 3,3%, a partir de 2008. Logo, 2014 deve repetir 2013.

Mas 2014 tem Copa do Mundo e eleições, e aí…

Agora, para a Folha de São Paulo, os fatos são os mesmo, mas a versão, quanta diferença.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1390201-vendas-de-natal-tem-pior-desempenho-em-11-anos-segundo-serasa-experian.shtml

Redação

10 Comentários

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    1. Concordo com a sua avaliação

      Concordo com a sua avaliação e observo que quanto menor se torna essa militância para quem a imprensa escreve, mais agressivos e apelativos ficam os textos.

      É como se eles quisessem compensar a sua redução em número pelo aumento do ódio exalado pelos que ficaram.

      E com isso vão caindo cada vez mais no ridículo.

      O que eu observo é que ninguém mais comenta as manchetes e muito menos as matérias dos jornais, só leio comentários nos blogs que frequento, nas ruas e entre os meus círculos de relacionamento (trabalho, negócios, amizades, etc) ninguém nem sabe o que saiu no jornal. Aliás hoje em dia você chega em uma banca de jornais e tem que procurar em que cantinho os jornais foram colocados, há alguns anos os jornais ficavam em local de destaque nas bancas.

      São pequenos exemplos que mostram que a vaca deles já foi para o brejo.

    2. A pior coisa em política é subestimar o adversário!

      Eles estão claramente preparando as mentes de militantes para tentarem refazer em 2014 as jornadas de 2013.  Podem ser poucos em relação ao total da população,  mas lembrem-se que cada 1% equivale a 2 milhões de brasilleiros.  Eles alardeiam que nas manifestações de 2013 colocaram 1 milhão nas ruas.  Isto equivale a meros 0,5% da população.  No entanto foram capazes de criar um clima de guerra contra o governo, como se maioria fossem.  Não se esqueçam que sempre houve e sempre haverá uma classe média e um bando de lumpens capazes de se mobilizarem contra o governo.    Soma-se a isto a ajuda dos idiotas mascarados depredando as cidades e vejam que é uma situação explosiva.  E tem mais, coloquem junto aos mascarados bem intencionados alguns provocadores bem treindados e teremos uma pirotecnia perfeita.  A eles, que importa se algumas vidas forem perdidas, desde que consigam acirrar o ódio da multidão contra o governo?   Se necessário for, são capazes de explodir um Rio Centro, com muita gente dentro, vocês duvidam?  Vejam a história: até atentados forjaram para desestabilizarem o governo de Getúlio.

      Está bem, também não precisamos correr o risco de fazer o oposto: superestimar o adversário.  Precisamos somente acompanhar atentamente cada passo deles e não cantar vitória antes de se contar o último voto! E se preparar para,  se necessário for, colocar nas ruas os que defendem o governo. Não para iniciar uma guerra civil, mas para mostrar ao país quão insignificantes, numericamente,  eles são!

  1. ….. agora travou !!!   como

    ….. agora travou !!!   como pode uma midia se rebelar contra si mesmo.  o chefe nao viu ??  entao alguem vai ficar com as orelhas quentes ..

    os corvos dos maus agouros trabalham em serie.  falam mal de tudo, ate do patrao.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  2. vamos esquecer o defunto, rezar par que não apareça como zumbi

    No popular falamos que o defunto esqueceu de deitar. Esta é “infelizmente” o que deveria ser a imprensa.

  3. O S. Saraiva fez uma coisa

    O S. Saraiva fez uma coisa que há tempos tento: “traduzir” as notícias, sem a bílis, rancor, raiva…

    Apenas com os preconceitos, crenças e ideologias normais de qualquer um.

    E, se for capaz, com a crítica verdadeira, que construa, sem torcida pelo pior.

    Quem sabe em 2014 arranjo tempo e começo essa empreita.

  4. Sérgio Saraiva e blog

    Isso é informação, diferentemente da lavagem cerebral que a grande mídia ajuda a fazer nos seus leitores.

    Por isso brilhantemente Pochman asssim se referiu à ela:

    “escrevem para seus militantes”

    Tradução:

    Golpista, tendenciosa, partidarista, chantagista, desinformadora, em fase de extinção.

  5. O PIG escrito tá sobrevivendo


    O PIG escrito tá sobrevivendo de publicidade e assinaturas do Alckimin, porque a tiragem impressa deve estar muito distante da efetivamente vendida.

  6. Pois é…. ainda agora dei

    Pois é…. ainda agora dei uma espiada na página do Facebook do pessoal que está combinando ” a revolução comunista” para 1 de janeiro de 2014….. https://www.facebook.com/events/343803015741823/  Óbviamente uma brincadeira… Mas vai ver o naipe de trolls que aparece por lá… estes doentes não lêem jornais, em compensação estão todos no Tweeter e no Facebook….

    E haja fígado, e haja bile negra…. Inclusive porque o nível dos comentários, com palavreado pra lá de grosseiro, não seria publicado nem pelo mais hidrofóbicos jornais e revistas semanais –  não por falta de vontade , mas para não chocar o que ainda resta de leitores normais…. É de fato deprimente…

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