A Canção do Expedicionário, interpretada por Francisco Alves

Francisco Alves & Orquestra Odeon, sob a batuta do Maestro Fon-Fon, interpreta a CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO, da autoria de Spartaco Rossi e letra de Guilherme de Almeida. Esta composição é bem mais conhecida do que a própria canção oficial da Força Expedicionária Brasileira. Os versos de Guilherme de Almeida não foram todos utilizados, porém, por sua magnitude, os transcreveremos na íntegra. Gravação de  08 de setembro de 1944.

Canção do Expedicionário (Letra: Guilherme de Almeida)

Você sabe de onde eu venho?

Venho do morro, do Engenho,

Das selvas, dos cafezais,

Da boa terra do coco,

 Da choupana onde um é pouco,

 Dois é bom, três é demais,

 Venho das praias sedosas,

 Das montanhas alterosas,

 Dos pampas, do seringal,

 Das margens crespas dos rios,

 Dos verdes mares bravios

 Da minha terra natal. 

 

 Por mais terras que eu percorra,

 Não permita Deus que eu morra

 Sem que volte para lá;

 Sem que leve por divisa

 Esse “V” que simboliza

 A vitória que virá:

 Nossa vitória final,

 Que é a mira do meu fuzil,

 A ração do meu bornal,

 A água do meu cantil,

 As asas do meu ideal,

 A glória do meu Brasil.

 

 Eu venho da minha terra,

 Da casa branca da serra

 E do luar do meu sertão;

 Venho da minha Maria

 Cujo nome principia

 Na palma da minha mão

 Braços mornos de Moema,

 Lábios de mel de Iracema

 Estendidos para mim.

 Ó minha terra querida

 Da Senhora Aparecida

 E do Senhor do Bonfim!

 

 Por mais terras que eu percorra,

 Não permita Deus que eu morra

 Sem que volte para lá;

 Sem que leve por divisa

 Esse “V” que simboliza

 A vitória que virá:

 Nossa vitória final,

 Que é a mira do meu fuzil

 A ração do meu bornal,

 A água do meu cantil,

 As asas do meu ideal,

 A glória do meu Brasil.

 

Você sabe de onde eu venho?

E de uma Pátria que eu tenho

No bôjo do meu violão;

Que de viver em meu peito

Foi até tomando jeito

De um enorme coração.

Deixei lá atrás meu terreno,

Meu limão, meu limoeiro,

Meu pé de jacarandá,

Minha casa pequenina

Lá no alto da colina,

Onde canta o sabiá.

 

Por mais terras que eu percorra,

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá;

Sem que leve por divisa

Esse “V” que simboliza

A vitória que virá:

Nossa vitória final,

Que é a mira do meu fuzil,

A ração do meu bornal,

A água do meu cantil,

As asas do meu ideal,

A glória do meu Brasil.

 

Venho do além desse monte

Que ainda azula o horizonte,

Onde o nosso amor nasceu;

Do rancho que tinha ao lado

Um coqueiro que, coitado,

De saudade já morreu.

Venho do verde mais belo,

Do mais dourado amarelo,

Do azul mais cheio de luz,

Cheio de estrelas prateadas

Que se ajoelham deslumbradas,

Fazendo o sinal da Cruz!

 

Por mais terras que eu percorra,

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá;

Sem que leve por divisa

Esse “V” que simboliza

A vitória que virá:

Nossa vitória final,

Que é a mira do meu fuzil,

A ração do meu bornal,

A água do meu cantil,

As asas do meu ideal,

A glória do meu Brasil.


Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador