Esses meus ouvidos cansados já ouviram todo tipo de música, do que o Brasil já produziu de melhor. Mas poucas me comovem como “Bambino”, de Ernesto Nazareth, com Elza Soares.
A obra prima conta com participação intensa de um dos maiores músicos e intelectuais brasileiros: José Miguel Wisnik. Na melodia de Ernesto Nazareth ele colocou a letra, o acompanhamento de piano, o arranjo.
Sobre essa moldura nobre, desfilou a voz de Elza Soares. Poucas vezes vi algo igual, a maneira como vai colocando, sutilmente, o sincopado nas sílabas escandidas, quando ronrona que nem uma tigresa, em uma interpretação negra, à altura das maiores damas negras do jazz.
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