Semana passada recebi do Tião Cabo Verde uma gravação preciosa: a de um sarau que houve em casa no início dos anos 90.
Foi um sarau sem paralelo.
Começou elas circunstâncias. Estava sozinho em casa com a caçulinha Luizinha, quando Raphael avisou que passaria por São Paulo. Combinamos o sarau.
No sábado fomos ao seu show. No domingo, pedi ajuda das irmãs, que me mandaram um panelão de quirera e outro de feijão gordo. A Luizinha ficou incumbida de receber as visitas enquanto eu recepcionava os músicos.
https://www.youtube.com/watch?v=S8lUgwOwvKQ
A rodada começou na casa do Guttenberg, o Baiano, boêmio militante e meu vizinho. Lá estavam o seu João Macambira, na época o melhor bandolinista de São Paulo.
De lá fomos para minha casa. E as visitas começaram a chegar e não paravam mais.
Entre os músicos, o Charles da Flauta e seus irmãos, Luizinho Sete Cordas, filho e esposa, a família Macambira, Nelsinho Risada, nosso inesquecível cavaquinho, o negão Almeida, o Murilo, que fundou o Bar do Alemão. Apareceram os músicos do excelente Garganta Profunda, entre eles o inesquecível maestro Marcos Leite.
Apareceram muitos mais. O comandante Rolim trazendo com ele o Olacyr Moraes e sua Miss Brasil. E nossa turma, o Aluizio Maranhão, a Tutu, Débora, Tião. No final da tarde apareceu a família do Raphael em peso.
Nunca se viu sarau igual. Raphael em um momento de tranquilidade esbanjando o talento gigantesco, e sendo secundado pelo gênio de Charles, do seu João Macambira, do Luizinho.
A panela de quirera não deu nem para o começo. Lá no meio da tarde, Olacyr foi flagrado abrindo a geladeira e garantindo o último cacho de uva que restava.
PS – O senhor de barbicha e cabelo branco que aparece no sofá é o grande artista plástico Maurício Nogueira Lima, já falecido.
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Vida Dura
Este show não em preço.
craques.
esse início com
craques.
esse início com o delicioso lamento é demais de bom, sô!
Ótimo material.
Infelizmente
Ótimo material.
Infelizmente não tive chance nessa época de
guardar momentos assim.
Espetacular
Que delícia isso, Nassif. Acabei de voltar de um bar, no Largo da Ordem, em Curitiba, onde todos os domingos tem roda de choro depois do meio-dia com uma turma de velhor chorões e seresteiros misturados aos jovens alunos e professores do Conservatório de MPB. Ali aparecem sempre músicos como Julião Bohemio, Gley e seu inseparável sax, Tiziu com seu violão de sete cordas, o pessoal do grupo Choro e Seresta (João Luis Rodrigues (pandeiro), Glay Bastos Pequeno (sax), Wilson Moreira (bandolim) e Lucas Melo (violão 7 cordas). Depois chego em casa, entro no blog e me deparo com esse momento belíssimo. Obrigado.
Tocava muito, o Charles!
Tocava muito, o Charles!
Maravilha! Muito bom ver uma
Maravilha! Muito bom ver uma roda de choro informal, com o saudoso Raphael arrebentando. Ótima gravação, dada as condições. Viva a música brasileira! Parabéns.
Raphael Rabello, incomparável no violão
O melhor violonista que o Brasil já teve. Que músico!
Ave música brasileira.
Ave música brasileira.