O jazz extraordinário de Dick Farney e da Orquestra Gaya

Ai vai uma seleção especialíssima do melhor jazz brasileiro: o piano de Dick Farney e a Orquestra do Maestro Gaya. Ou seria a Orquestra do próprio Dick?

Não conheço suficientemente o jazz para saber se Dick Farney inspirou-se em algum pianista. Mas seu piano é imbatível, tendo muito da sutileza e da limpeza do piano de TOm Jobim da bossa nova, antes de ela ser invadida pelos insuportáveis trios de piano-baixo-bateria com suas escalas pouco criativas.

Peço aos especialistas que ajudem a identificar a crooner, o pistonista e outros sons extraordinários da orquestra.

Luis Nassif

6 Comentários

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  1. Dave Brubeck

    Nassif, em 1980 Dave Brubeck esteve no Brasil. Em São Paulo, fez duas apresentações (juntamente com seus filhos, também musicistas de qualidade), uma no Palácio de Convenções do Anhembi e outra no Teatro Municipal. Fui a ambas, e nesta última corri para o camarim ao fim do show para tietar o Brubeck. E encontrei o Dick Farney lá. Conversei com o mestre norte-americano e também com o Dick, que me disse ser ele, Brubeck, sua maior influência, e que tinha todos os discos dele. Aliás, pela conversa pude notar que o Dick Farney e o Dave Brubeck já se conheciam de outros carnavais.   

  2. Maravilhoso Dick Farney!!

    Nassif

    Andei fuçando por aí e, salvo engano, as 5 primeiras faixas são do Dick Farney – JAM | Jazz After Midnight (1956), da gravadora Columbia, com interpretações instrumentais de George Gershwin, executada por Dick Farney e músicos de jazz brasileiros, o saxofonista Rubens Barsotti (do Zimbo Trio) e Chou Viana.  

    As outras 9 faixas são de Dick Farney e Seu Jazz Moderno no Auditorio de O Globo (1959), da gravadora Odeon, com participações de Ed Lincoln e Paulo Moura.

    E com Gaya são 10 outras faixas, sempre de extremo bom gosto.

    Abraços

    1.  
      ” saxofonista Rubens

       

      ” saxofonista Rubens Barsotti” foi demais pra mim… Rubinho é baterista, zimbo trio é um desses piano baixo bateria citados acima, mas o saxofonista trata-se do lendário Cazé. Melhor Jazz brazuca que eu conheço

  3. Dick farney é uma exceção a

    Dick farney é uma exceção a regra, músico muito talentoso cantava e tocava maravilhamente bem com seu estilo “cool”, distanciou-se da bossa nova, procurando não rotular a ela, mas deixou dois discos épicos durante o período mais efêmero do movimento: “Dick Farney” (Elenco ME-15, nunca lançado em CD e muito confundido com o “Meia Noite em Copacabana” da Polydor) , e o Dick Farney: Piano, Gaya: Orquestra (Elenco ME-27), os dois com excelentes toques jazzista, ou samba-jazz, para os aficcionados como eu – hard-bossanova, mas muito longe disso pela sutileza dos arranjos. Retornou a bossa nova nos anos 70  lançando vários discos com temas consagrados quando o movimento já havia vaporizado, talvez pelo fato das enxurradas de muitos grupos sem qualidades, hoje escolhemos a dedos os que foram bons tecnicamente, e os dois fazem parte dessa discoteca memorável. Ora, quem não se lembra de “Você” na voz de Dick Farney e Norma Bengell, atualíssima nos dias de hoje, com o arranjo de Linfolfo Gaya.  

  4. Dick

    Nassif, toquei durante algum tempo com o grande baterista Toninho Pinheiro. Ele sempre referia-se ao Dick, com quem tinha tocado durante anos, de forma muito carinhosa, com grande admiração. De fato, Dick foi, à sua época, um grande pianista e cantor, pendendo pra um estilo mais cool e definitivamente influenciado pelo jazz americano. Seu toque usa muito mais o balanço e a harmonia do que virtuosismo. 

    No entanto devo admitir que também sou um grande admirador de pianistas como Luis Eça e Amilton Godóy que mesclando o jazz à música brasileira criaram nosso samba jazz. 

     

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