Como seria a sonoridade do choro atual? Com essa reflexão, Samuel Pompeo Quinteto lançará nas plataformas digitais no dia 24 de fevereiro, Passos Largos, disco que é resultado de muitos estudos e uma enorme pesquisa sobre a evolução do choro e do jazz, feita pelo compositor e saxofonista Samuel Pompeo. Para marcar o lançamento, o grupo fará espetáculo no dia 24 de março, no Blue Note.
Os cinco músicos não são típicos chorões, mas guardam pelo gênero uma admiração especial, além de atuarem na cena da música instrumental no Brasil e fora. Ao lado de Samuel (saxofones barítono, soprano, clarinete baixo), o estão os músicos Dino Barioni (guitarra), Sidney Ferraz (piano), Gustavo Boni (contrabaixo acústico) e Paulinho Vicente (bateria). Os arranjos são de Samuel e o disco foi gravado em junho de 2021 no estúdio Henning (São Paulo), tem mixagem de Dino Barioni e a masterização de Adonias Junior.
No final do século XIX, começo do século XX, em Nova Orleans nos Estados Unidos e Rio de Janeiro no Brasil, germinando sobre o mesmo terreno – a mistura única das europeias polca, schottish e mazurca com o ritmo e a melodia da música africana – nascem dois gêneros: o choro e o jazz. Mesmo em vias distintas de evolução, os gênros sofrem algum tipo de intercâmbio nas suas primeiras décadas de vida. Intrigado pela semelhança de elementos no início e a distância no presente, Samuel produziu a síntese dessa busca, com características rítmicas e harmônicas presentes na cena jazzística atual.
O repertório dessa experimentação traz, por exemplo, o tradicional ‘Descendo a Serra’, de Pixinguinha e Benedito Lacerda — que ganha o caráter rítmico, a harmonia e os improvisos do jazz — e ‘Dodecafonando’, choro composto por Samuel Pompeo baseado na teoria conhecida por dodecafonia, desenvolvida por Arnold Schoenberg na primeira metade do século XX. Ainda estão no repertório Amargura (Radamés Gnattali), Cliff Cliff (Laurent Hess), Chorinho Pra Elas (João Cristal), Valsa Triste (Radamés Gnattali), Passos Largos (Samuel Pompeo), Pé de Moleque (Radamés Gnattali), Choro do “Meu Veinho” (João Gustavo & Samuel Pompeo) e Naquele Tempo (Pixinguinha & Benedito Lacerda).
Ficha técnica
Samuel Pompeo — saxofones barítono, soprano, clarinete baixo, composições e arranjos
Dino Barioni — guitarra
Sidney Ferraz — piano
Gustavo Boni — contrabaixo acústico
Paulinho Vicente — bateria
Gravado em junho de 2021 no estúdio Henning (São Paulo).
Mixagem: Dino Barioni
Masterização: Adonias Junior
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.