Jornal GGN – Os grandes bancos da Suíça e do Brasil no exterior mantém departamentos específicos para pessoas que querem investir fora do país. Conhecidos como “Brazilian desk”, estes setores tem profissionais que cortejam clientes VIP através de contatos sociais e mordomias, como hospedagem pagas para eventos como corridas de cavalo e de Fórmula 1.
Nos últimos tempos, porém, os bancos como UBS, Credit Suisse e Julius Baer têm evitado os clientes classificados como PEP: “Politically Exposed Person”, ou “Pessoa Politicamente Exposta”, como no caso de Eduardo Cunha, presidente da Câmara que teve suas contas descobertas no Julius Baer. “Os bancos grandes já nem aceitam mais abrir conta se é para um PEP. O risco de desgaste de imagem não compensa”, afirma um banqueiro de Zurique entrevistado pela BBC Brasil.
Brasil e Suíça são os signatários do acordo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para troca automática de informações fiscais, que deve começar a valer em 2018 e pretende dar maior transparência nas transações financeiras internacionais e combater a evasão de divisas.
Enviado por Nonato Amorim
A revelação da existência de supostas contas milionárias do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Suíça lançou luz sobre a atuação dos bancos do país, conhecidos mundialmente pela extrema discrição com que lidam com o dinheiro ─ normalmente não declarado ─ dos clientes, entre os quais brasileiros.
Mas como operam essas instituições e o que elas oferecem?
Grandes bancos da Suíça e do Brasil no exterior dedicam partes específicas de suas operações a famílias e empresas que querem investir fora do país. Os departamentos são conhecidos como “Brazilian desk” e têm profissionais especializados em cortejar clientes VIP com promessas de lucro e mordomias exclusivas.
“UBS, Credit Suisse, Julius Baer, Itaú, todos eles têm um Brazilian Desk, ou LatAm Desk”, conta Flávio*, banqueiro de Zurique entrevistado pela BBC Brasil. “O perfil clássico brasileiro é o de um investidor do sexo masculino, por volta de 50 anos de idade, que tem um negócio próprio que deu muito certo. Esse cliente quer garantir estabilidade na herança para as próximas gerações”.
Internamente, os bancos categorizam os brasileiros em uma escala de prosperidade. É “affluent” quem possui até 1 milhão de dólares (R$ 3,9 milhões). São chamados de “High-Net-Worth” os que têm patrimônio entre 1 milhão e 20 milhões de dólares (entre R$ 3,9 milhões e R$ 77,5 milhões). No topo da pirâmide, contudo, estão os “UHNW”: “Ultra-High-Net-Worth”. Para esses indivíduos, os bancos não poupam esforços, nem paparicos.
“A aproximação se dá por contatos sociais normalmente. É um cliente seu que recomenda o amigo dele e assim vai”, conta Flávio.
Brasil e Suíça estão entre os signatários do acordo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, para troca automática de informações fiscais. Ambos ainda precisam validar internamente o documento concordado por diversos países e que possibilitará maior transparência nas transações financeiras internacionais. A inauguração prática do acordo está prevista para 2018 e muitas instituições querem se adequar a ele antes disso.
“Hoje um banco suíço só trará à luz uma conta que indique irregularidade de natureza criminal, pois esse é o pressuposto do acordo bilateral de assistência judiciária que o Brasil tem com a Suíça. Acontece que para um residente suíço não pagar imposto de uma conta não declarada (“evasão fiscal”) não é crime, é apenas uma contravenção punível com multa. Crime só ocorre se o imposto não for pago por uso de documento falso (“fraude fiscal”), por exemplo”, explica o advogado brasileiro Sergio Mitsuo Vilela, sócio de um escritório de advocacia, Bravest, em Zurique.
Mitsuo Vilela explica que há uma confusão entre dinheiro ilícito e lícito na percepção brasileira. “No artigo 22 da lei 7492 de 1986 consta que o simples fato de um brasileiro possuir uma conta não declarada no exterior já é crime, independentemente de essa conta gerar renda ou se ela gera imposto a pagar. Isso criminaliza o cidadão comum”. “Um simples ex-intercambista que não tenha declarado os 100 euros que ficaram na conta que a Faculdade abriu para ele na Alemanha já estaria incorrendo em crime”.
No Brasil, tramita atualmente um projeto de lei, PL 2960-15, que trata da tributação e regularização de bens no exterior.
O relator é o deputado Manoel Junior e há interesse em aprovar a anistia como forma de tributar o dinheiro que está no exterior, pois a medida também ajudaria o Brasil a equilibrar as contas externas.
Evasão fiscal
A Associação dos Bancos da Suíça informou à BBC Brasil não possuir estatísticas específicas por país e, portanto, não saber informar quanto do dinheiro hospedado por eles é oriundo do Brasil.
“Não há como precisar o montante de dinheiro remetido ilegalmente por brasileiros à Suíça, até por que muitas vezes isso vem por meio de empresas de fachada que estão em outros paraísos fiscais”, resume Flávio.
Apesar disso, um amplo estudo capitaneado pelo economista do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dev Kar tentou avaliar o fluxo ilegal de dinheiro no mundo. Com base em cruzamentos de dados bancários, ele estimou que, em média, entre 2010 e 2012, o Brasil enviou ao exterior ilegalmente US$ 33,7 bilhões (R$ 130,7 bilhões em valores atualizados, ou o equivalente ao PIB de Goiás, o nono maior do Brasil) ao ano. Não foi especificado o montante direcionado à Suíça.
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Eles chegam sozinhos…
Deslumbrados com o “primeiro mundo”, exigem que Brasil gere riqueza para eles, para logo investir todo o dinheiro ganho no Brasil na “segurança” pacata e improdutiva de um banco estrangeiro.
Brasileiros com uma mão exigente e pedinte, mas alienados com a outra mão submissa, covarde e antinacional.
A economia brasileira é um tabuleiro do jogo “Mercado Imobiliário”, onde os ganhadores levam o dinheiro para fora do tabuleiro de jogo. Quem conhece esse jogo poderá imaginar o que sobra no tabuleiro se a maior parte do dinheiro é retirada do jogo (falencia de hotéis, companhias, etc..
Passando da hora do Brasil
Passando da hora do Brasil fazer um acordo destes por exemplo, com os EUA.
O pessoal da CBF já planejam férias no Brasil.
Esse acordo já existe há
Esse acordo já existe há muito tempo.
Suiça? Sim, mas tem muito
Suiça? Sim, mas tem muito mais. Para dar cobertura ao mundo do crime, o pioneiro parece ter sido o Citibank; Nos ultimos quinze anos, tenho conehcimento de pelo menos duas comissoes de investigacao do senado americano que mostram isso. A ong tax justice puiblicou algo a respeito: http://www.taxjustice.net/cms/upload/pdf/Citigroup_-_a_culture_and_history_of_tax_evasion.pdf
Serviço VIP
Serviço VIP
[video:https://youtu.be/eab8oXdnV-I%5D